Duas semanas.
Duas malditas semanas sem o meu melhor amigo, em que fiquei chorar até tarde por olhar para alguma fotografia. Flashbacks passavam pela minha cabeça a todo o momento. Crianças a correr de mãos dadas, a cair e rir depois, a ficarem borradas de comida por diversão, a fórmula perfeita para as lágrimas que agora dançavam por todo o meu rosto. — E agora? O que eu faço? — O espelho refletia a versão mais desagradável que eu alguma vez já vi de mim. — Ergues essa cabeça e continuas com a tua vida — a voz calma foi ouvida pelos quatro cantos do quarto. — Como é que isso se faz? — Cabisbaixa, a minha mãe aproximou-se de mim e segurou os meus braços.— Vai ser difícil, mas vais conseguir — usou um lenço para limpar algumas lágrimas que estavam penduradas nos meus olhos e sorriu. — Tudo que precisas é sair desse quarto, sair desta casa, andar por aí sem rumo, é fim-de-semana. — N