2018
Clara, 27 anos
Ainda estou com as chaves do apartamento de Eva e Leonardo, então entro sem tocar a campainha. Quero pegá-la desprevenida e não dar tempo para que se arme ainda mais.
Abro a porta devagar, tentando não fazer barulho. A sala está vazia, mas escuto uma cantoria baixa, com alguns assobios, vindo do quarto de casal. Fico imediatamente irritada por flagrá-la feliz, enquanto eu estou inundada em ressentimento e decepção. Mas o que eu podia esperar?
Respiro fundo e vou em direção à minha irmã. Quando chego à entrada do quarto, avisto Eva de pé, dançando sozinha pelo cômodo. A raiva me domina ao ver a sua alegria e tenho o ímpeto de voar em seu pescoço e resolver, de forma física, tudo aquilo que estou segurando em meu peito.
Eva está tã