Te Amo Tanto
Te Amo Tanto
Por: Lucas Rodrigues
Além do Horizonte

ALÉM DO HORIZONTE

Você chegou à minha vida

Quando eu mais precisei

E de repente, sem saída

Eu me apaixonei.

Te dei meu coração,

Você me conquistou

E agora mais que uma paixão

É o nosso amor.

Além do horizonte

Me leva o seu olhar

A um lugar perfeito

Onde eu posso te amar

Eu sei que logo nossa história

Será completa, mais feliz

Quando eu reencontrar você

Só saberei sorrir

Ao ver seu lindo olhar

Que me faz sonhar

E me faz acreditar

Que nada nos separará.

– Oi, bom dia!

– Ei, bom dia!

Cheguei agora na vizinhança. Meu pai começou um novo emprego numa recicladora de papel. Toda a minha família é muito ligada às questões ambientais e eu acho que estou seguindo o mesmo caminho, prestes a me tornar um ambientalista.

Quem era aquela garota? Ela é incrível! Loira dos olhos azuis, cabelo curto, batendo nos ombros. Estava usando um cardigã xadrez em preto e vermelho – as cores do meu time preferido, o Flamengo –, seu short jeans a deixou tão sexy e aquele par de tênis branco está super na moda.

– Ôôô, ops! – Me esbarro em um senhor carregando uma placa de rua nas mãos.

– Cuidado aí, garoto.

Eu aceno com a cabeça, desculpando-me. Está tendo uma obra por aqui, na rua que dá acesso ao Leblon. Pensando bem, morar no Rio de Janeiro não vai ser nada mal para mim. Acabamos de vir de uma cidade pequena, no interior do estado do Rio de Janeiro. Varre-Sai é um pequeno município no interior do estado. Apesar de não ter muitas oportunidades, eu gostava de lá.

Alguns amigos meus me deram a ideia de montar uma banda, já estávamos ensaiando algumas músicas, mas meu pai acabou com o nosso projeto. Não sei se daria certo, pois nos faltava recursos e não sei se a minha voz é tão agradável assim.

Estou quase completando meus dezoito anos. A tão sonhada maioridade! Logo, poderei tirar minha carteira de motorista e começar a financiar o meu carro. Já sei até o modelo que eu quero. Bem... a faculdade também me chama. Eu não sei bem o que eu quero cursar, mas meus pais estão tentando me convencer a estudar engenharia ambiental. Parece ser uma boa área, apesar dos cálculos que terei pela frente se escolher essa carreira.

– Luke, toma logo seu café-da-manhã, porque sairemos às compras.

Acenei positivamente com a cabeça para a minha mãe e peguei meu misto com a mão direita. Geralmente o café daqui de casa é bem forte. A minha mãe é uma senhora de cinquenta e quatro anos, cheia de vida, pele morena clara, de longos cabelos castanhos escuros que vão até o seu quadril. Mulher de estatura baixa, apenas um metro e meio, sempre elegante em seus vestidos.

Tenho que aturar a pirralha da minha irmã. Paola é uma menina de doze anos de idade. Tudo o que eu compro, ela também quer. Mesmo sendo um grude, eu amo demais essa garotinha.

– Luke, Luke... Vamos dar uma volta na praia depois do supermercado? Vamos? Diz que sim, por favor, vai...

Eu nem sei ainda qual a praia mais próxima de casa e nem faço ideia como se chega lá. Moramos na Gávea, um lugar privilegiado que me aproxima mais do meu clube do coração. Não levo jeito pra futebol, mas adoro assistir. Ainda não fui ao estádio acompanhar o meu clube. Em breve, quero realizar esse sonho. O local fica até próximo de praias. Eu acho que pelo Leblon chego primeiro ao litoral.

– Está bem, sua chatinha. Depois das compras vamos ver como chegaremos lá.

Minha mãe é muito detalhista e sempre faz questão de conferir toda a lista de compras. Como estamos numa família de ambientalistas, vale lembrar que utilizamos sacolas ecológicas próprias para trazer nossas compras. O cachorro está bem alimentado. Spyke é um belo cãozinho Golden Retriever. Seu pelo caramelo chama a atenção de longe.

– Júlio, você não anotou suas lâminas de barbear.

– É mesmo, querida. Anote, por favor.

Sonia é uma mulher atenta a tudo. Sempre cuidadosa e dedicada dona do lar. Essa é a minha grande mãe. Formada em biologia, há muitos anos não leciona. Apenas dedica-se a auxiliar meu pai em ONGs e projetos ambientais. Meu pai é engenheiro florestal ativo, que agora vive uma nova fase de sua vida profissional.

É um começo de dia ensolarado no Rio. As temperaturas podem chegar à casa dos trinta e oito graus. É um verão bem quente e típico da cidade maravilhosa. O céu está limpo, sem nuvens, mostrando-se num azul tão belo. Ah o azul... o azul dos olhos daquela garota, minha nova vizinha. Eu nem sei o nome dela, mas ela é tão linda!

– Você está quieto. Fala comigo, seu bobo. – Minha irmã me dá um cutucão na barriga.

– O que foi, sua chata?! – Começo a fazer cócegas em seu abdômen.

A nossa relação de irmãos é muito boa. Ela sempre implica comigo e tenho que aturar as suas brincadeiras como se eu fosse da mesma idade dela. A minha irmã é uma graça. Eu tenho muito ciúmes dela e não posso nem imaginar que daqui uns anos ela vai ser uma linda moça cheia de pretendentes. Ah, terão que ter muito estômago para me aturar.

– Ei, por esta rua, não! Vire à direita!

Quer um GPS melhor que a minha mãe?! Ela simplesmente guiou toda a viagem, ditando cada rua que meu pai deveria entrar. Ela sempre faz isso. Quando não é ela no volante, sempre guia a viagem, mostrando o caminho a seguir.

– Pronto, chegamos.

Meu pai estacionou o carro em frente a um grande supermercado. Aquele nem é o maior Mall da cidade, mas humilha qualquer supermercado de Varre-Sai.

– Uau, isso é incrível! – Abri minha boca, surpreso com o tamanho daquele supermercado e com a fachada toda de vidro.

O supermercado é mesmo grande. Tem restaurante, lotérica, farmácia, tudo dentro. É como um mini shopping. Pegamos o carrinho e começamos a compra. Minha mãe é bastante rígida, seguindo à risca todos os itens da lista, sem fazer o acréscimo de mais nada. Raramente, ela deixa que eu e Paola peguemos algo a mais.

A nossa compra foi grande. Eu e Paola conseguimos convencer a minha mãe de levar chocolates. Amamos comer chocolate quando assistimos filme juntos. Geralmente, vemos filme nas noites de sexta-feira. Nosso tipo preferido é comédia e ação.

Chegamos em casa e Spyke ficou todo alegre. Pulou em minhas pernas e me deu uma lambida no braço esquerdo, eu respondi com um mega abraço. Eu amo cachorros e essa raça é a minha favorita. Eles são muito dóceis.

Depois de ajudar nossos pais a organizar toda a compra, varrer e arrumar o quarto, inclusive ajeitar o guarda-roupa, fomos almoçar. Parece até um final de semana, mas ainda é quinta-feira. O almoço é a típica macarronada da minha mãe com um molho generoso de requeijão. O cheiro está muito bom.

Seja quem for que almoce em nossa casa, tem que se acostumar com a bebida servida à mesa. Nunca bebemos refrigerante. Somos uma família que preza bastante pela boa alimentação. Ao invés dele, bebemos suco natural da fruta, sem adição de açúcar – outro item que cuidamos bastante para manter um consumo regulado.

A tarde mostrava-se muito quente e consumimos todo o litro de suco de manga. Paola começou com a implicância sobre a minha barriga estar gorda. Eu lhe apertei a cintura, dizendo que ela tem uns pneuzinhos. Por fim, nos arrumamos para ir à praia. Iríamos sozinhos.

– Tenham muito cuidado. Aqui é uma cidade grande e perigosa. Não conversem com estranhos.

– Está bem. – Concordei com minha mãe, mesmo sabendo que eu não conversaria com estranhos, a não ser se fosse a minha nova vizinha loira.

Caminhamos pela quadra de casa. Eu de chinelos brancos, bermuda de praia na cor azul cobalto e detalhes grená, camisa branca de malha fina, boné vermelho na cabeça e uma bola de futebol na mão. Não sei porque carrego esse item, se sou um fracasso com os pés.

Paola está de mini saia branca, sandálias rosas, uma blusinha amarela decotando seus pequenos seios.

Viramos a esquina e deparo com a pessoa que eu vi na tarde anterior. Ela veio caminhando em minha direção e senti o palpitar do meu coração no meu peito. O seu olhar me arrebatou às nuvens e logo um belo sorriso manifestou em seu rosto.

– Oi! Vizinho?

– Ah, eu? É... – Fiquei sem reação com aquela bela voz.

– Acho que sim. Prazer, Paola. – Minha irmã se antecipou e ergueu a mão direita para a bela garota à nossa frente.

– O prazer é todo meu. Me chamo Emelyn, mas podem me chamar de Emmy.

Ela estava com um belo sorriso estampado em seu rosto, cabelos soltos, um óculos de sol fixado em sua cabeça, blusinha branca, sem decote, um shortinho jeans, sandálias brancas. Virou-se para mim e perguntou:

– E você? Qual o seu nome?

– Meu nome é Luke. Prazer.

– Uau! Luke. Gostei. Tão diferente. O prazer é todo meu.

Eu não esperava por aquela reação dela. Ela deu dois passos à frente, na minha direção e apoiando suas mãos em meus ombros, beijou meu rosto no lado esquerdo. Eu, apesar de moreno médio, corei.

– Pra onde vocês estão indo?

– Nós vamos para a praia. Sabe onde fica?

– Ah, fica do outro lado do Leblon. Não é longe. Se quiserem, posso ir com vocês.

Eu não poderia sentir-me mais feliz do que agora. Eu acabara de conhecer uma garota linda que estava disposta a ir à praia comigo e com a pirralha da minha irmã.

Só desejo que a chata da minha maninha não me incomode por causa da Emmy. Eu realmente estou gostando deste passeio. Vai ser uma tarde maravilhosa na calorosa areia do Rio de Janeiro.

Enquanto isso, meus pais em casa... Estão arrumando as coisas da mudança. Ainda há muito para organizar. A nossa parte fizemos. Quarto arrumado, nenhuma bagunça. Ao voltar é só limpar a sujeira do Spyke e passear com ele pela rua. Meu pai vai aproveitar a tarde quente para lavar o carro. Ele nunca o leva a um lava-jato. Sempre dá um jeito de lavar o carro com um produto que não exige água. É algo quase surreal.

Caminhamos boas quadras, atravessamos todo o Leblon e, enfim, chegamos à praia. Havia muita gente na areia como, também, na água. O mar mostrava-se calmo, com leves ondas. O vento trazia um pouco de frescor que logo se dissipava pelo calor da nobre cidade.

– Aqui está. Vamos! – Disse Emmy numa empolgação que me agradava.

Eu gosto de gente com um bom estado de espírito, animada. Emelyn parecia ser uma garota bastante enérgica, de sorriso vibrante!

Além do horizonte me leva o seu olhar. Aqueles olhos azuis que completavam a beleza do céu e do mar. Sua pele macia como a de um pêssego. Traços delicados em seu rosto, parecia ter sido desenhada pelos anjos.

Ela realmente me surpreendeu, pois não imaginava que por baixo de sua roupa, estava pronta para vir à praia. Ao chegarmos ao ponto desejado na areia. Minha irmã forrou duas cangas de praia. Uma vermelha e uma azul. Era para ser uma para mim e outra pra ela, mas agora iríamos dividir espaço com Emmy.

Emelyn tirou sua blusinha. Eu parei boquiaberto, namorando cada curva de seu corpo. A cinturinha fina, duma garota que se cuida. Barriguinha impecável. Ela parece malhar. Está numa forma perfeita. A parte de cima do biquíni apareceu para os meus olhos, que atentamente fixou-se em seus peitos. Ela virou-se de costas para mim – acho que foi de propósito. Só para me provocar! – e tirou devagar o seu shortinho. Sua bunda apareceu vestida num biquíni vermelho com rosas, igual à parte de cima.

Paola notou que eu o tempo todo não desviei o meu olhar do corpo de Emmy. Me deu um cutucão com força, usando seu cotovelo e eu pulei.

– Ai! Isso doeu!

– Rum! – Ela fitou meus olhos e fez um gesto característico com dois dedos, dizendo que estava de olho em mim.

Mas que irmã ciumenta eu tenho! Paola já havia tirado sua mini saia e sua blusinha discreta. Seu biquíni todo azul estava combinando com seu belo cabelo longo, liso e castanho escuro. Era uma bela menina. Corpo magro, impecável. Algumas sardinhas apareciam nas maçãs de seu rosto, estendendo-se até seu nariz.

– Não vai tirar sua camisa? – Perguntou Emelyn, me olhando fixamente.

Logo notei que ainda estava de camisa e tirei. Mesmo com as brincadeiras da minha irmãzinha, eu estou em forma. Não malho. Afinal, nunca malhei. Mas meu treino caseiro matinal me conferiu um belo abdômen.

Emelyn ficou namorando minha barriga e mordeu os lábios. Isso me deixou sem reação, sorrindo timidamente, enquanto ela me apreciava. Eu também não parei de olhar pra ela e fui interrompido pela intrusa da minha irmã.

– Ei, vocês vão ficar aí se olhando?

A minha irmã sabe ser inconveniente e dessa vez me deixou muito constrangido. Não era pra ela falar que eu estava olhando pra Emelyn. Está bem, não tinha como esconder isso, mas... Enfim, sentamos sobre as cangas e minha irmã resolveu entrar na água primeiro.

– Não sei vocês, mas eu vou dar uns mergulhos.

– Vai lá, disse já me virando para Emmy.

Que sorriso! E que lindo olhar! O seu olhar me deixou sem reação. Era como se ela estivesse me perguntando algo. Um olhar de garota pidona que quer alguma coisa. Seria um beijo?! Oh, meu Deus! Que boca sexy!

– Então, meu vizinho... Quantos anos você tem?

– Eu tenho dezessete e você?

– Sério? Eu também. Completei dezessete semana passada.

– Ah, que legal! Eu vou fazer dezoito mês que vem.

– Que legal. Vai se alistar no Exército, então.

Puts! Eu nem me lembrava disso! E se eu tiver que servir?! Nem faço ideia de como é ter uma carreira militar e particularmente isso não me interessa. Eu ainda sou um fanático apaixonado por música. Com a mudança, trouxe meus instrumentos: uma guitarra, um teclado e uma bateria. Ah, eu quero ser músico!

– É mesmo... Eu tenho que me alistar.

Conversamos bastante e quando uma atmosfera boa estava se formando entre nós, apareceu a minha irmã para estragar o momento.

– Luke, quero picolé.

Boa. Obrigado por estragar o clima. Mas, tudo bem. Era um dia quente e todos nós queríamos picolé.

Peguei a carteira e saquei o cartão da minha mesada. Enquanto minha irmã é pequena, eu uso uma conta para nós dois. Sou eu que controlo o meu dinheiro e o dela. Comprei picolés para nós. Sempre compro natural da fruta, pois em casa evitamos corantes artificiais.

A tarde foi maravilhosa. Deixamos Paola tomando um sol, enquanto mergulhamos um pouco. O contato físico foi inevitável. Depois de alguns mergulhos, Emelyn mostrou o seu lado mais brincalhona, numa vibe maravilhosa que eu gosto bastante.

Ela pediu-me para pega-la nos braços e, então, daria um mergulho, esticando todo o seu corpo para trás. Eu fiz isso, mas antes que ela mergulhasse, levei a minha boca ao encontro da sua, num beijo quente e cheio de química.

Eu não estava acreditando nisso! Estava beijando a garota mais linda que eu conhecia! Que beijo gostoso! Fazia tempo que eu não sabia o que era beijar na boca. Falar a verdade, eu nem sabia fazer isso direito. O beijo durou cerca de um minuto e nós olhamos um para o outro, feito bobos. Sorrimos.

Acho que Paola não notou nada. Estava deitada na areia, cobrindo o rosto com o meu boné. Quando voltamos para a areia, notamos como estava bronzeada a pele da minha irmã, principalmente as suas pernas. Lembramos que não havíamos passado protetor solar. Que vacilo!

Estávamos ainda de mãos dadas, quando Paola retirou o boné de seu rosto. Por pouco não nos vê juntos, como um casal de namorados apaixonados. Soltamos nossas mãos a tempo, pois eu estava agora pegando o protetor solar.

– Você pode passar nas minhas costas, Luke? – Pediu-me Emmy com uma voz tão doce que fez o meu coração bater mais forte.

Notei que, ao me aproximar de Emelyn, Paola ficou zangada, com ciúmes. Logo reprovei aquela reação dela, olhando fixamente para ela com olhar de reprovação.

Passei o protetor nas costas de Emmy e antes dela oferecer-se para passar em mim, minha irmã tomou o frasco da minha mão e com olhar sério disse:

– Deixa que eu passo nas suas costas, Luke.

Emmy ficou sem entender a reação da minha pirralha e engoliu em seco. Terminado isso. Sentamos na areia, sobre as cangas. O calor já estava mais brando e o Sol começava a despedir-se. A vista para o Pão de Açúcar era realmente bela. O céu estava num colorido alaranjado, o por-do-sol já era visível por detrás do Pão de Açúcar.

– Já está na hora de a gente ir. – Disse erguendo-me para sair. Peguei minha camisa e vesti.

As meninas vestiram suas roupas e eu coloquei meu boné na cabeça. Estávamos sem celular ali. Tudo o que eu queria era tirar uma foto ao lado dessa garota sexy. Mas oportunidades viriam, afinal somos vizinhos.

Meus pais fizeram uma longa faxina em casa. Até Spyke tomou banho. A grama do quintal fora cortada. Toda a varanda foi limpa e bancos foram postos à beira do jardim. Estava tudo limpo, aguardando por nosso retorno. O café da tarde já estava saindo. Minha mãe é especialista em fazer café. Contam meus avós que foi o café dela que conquistou o meu pai. Bem... Se isso é verdade, eu não duvido. Era, de fato, um café maravilhoso.

Cruzamos a esquina e chegamos em frente à casa de Emmy. Era uma bonita casa com um muro coberto por plantas trepadeiras do tipo unha de gato (Uncaria tomentosa). Era um muro alto de quase quatro metros de altura. Um grande portão de ferro, pintado de cinza, dava acesso à residência.

– Bem, é aqui que eu moro. Fiquem à vontade para virem aqui me visitar quando quiserem. Principalmente você, Luke. – Emmy sorriu pra mim com o seu mais belo sorriso.

Paola me olhou séria, com ciúmes e medo – talvez de perder seu irmão. Seria um insulto pra ela perder a minha companhia ou ter que dividi-la com essa garota “estranha”, que ela mal conhecia.

– Está bem. Foi muito bom te ver. – Eu disse piscando o olho direito pra ela, que respondeu mandando um beijo.

Paola não gostou nada disso. Continuou séria por mais uns cem metros – espaço que dividia as nossas casas.

Entramos e o café já estava à mesa. Disputamos quem iria primeiro ao banheiro e no par ou ímpar, Paola me venceu. Enquanto ela tomava banho, fiquei no quintal brincando com Spyke. Ele é um cachorro muito dócil e ama carinho. Fiz inúmeros cafunés em sua cabecinha.

Por fim, entrei no banheiro e tomei aquele banho, com um sorriso estampado no rosto, cobrindo todo o espelho do banheiro. Eu nem acreditava, a ficha ainda não havia caído de que eu beijara a minha linda vizinha.

Todos já haviam tomado café, quando cheguei à mesa para pegar o meu pão. Geralmente como o misto, porém sem presunto – no lugar adiciono peito de peru.

Aqui em casa não comemos carne de porco. É um estilo de vida bem diferente de muitas pessoas. Desde novo fui educado assim, quando meus pais assumiram esse regime alimentar.

Chutei a minha bola – que eu nem usei na praia –, devolvendo-a ao quartinho “da bagunça”. Ali estão empilhadas caixas de coisas que iremos organizar ao longo dos próximos dias. Outras coisas, nem vão sair das caixas. Nem sei o porquê vieram com a mudança. Também encontram-se nesse quarto os meus instrumentos.

Foi uma tarde memorável! Eu conheci uma bela garota, saímos juntos, demos um bom mergulho e nos beijamos. E o mais incrível é que ela é minha vizinha!

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