Capítulo 04

As luzes vermelhas piscavam. Ficamos até tarde na cena do crime, observando os peritos fotografarem pela segunda vez o local e documentar os novos achados. Remy reclamou a plenos pulmões que esse tipo de erro não podia acontecer e eu vi os homens ficarem encolhidos como se fosse a pior coisa do mundo levar um sermão dele.

A clareza foi súbita. O que eu sabia de Remy Bergeron senão as migalhas de pistas que ele me deu? Fiquei saboreando seu comportamento, o interesse na cena e como seu cérebro funcionava. Remy precisou se encostar em um carro policial e sacar o celular, onde anotou todas as coisas. Eu acendi um cigarro, mantendo-me ao lado de Victor que não se importava em ficar comigo, mas meus olhos estavam nele, em Remy, como se o desgraçado fosse um ímã magnético.

— Esse detetive que está cuidando do caso é mesmo bom

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