Peripécias na Juventude
Peripécias na Juventude
Por: Erick Mathews
Capítulo 1

Peripécias na Juventude

Autor: Erick Mathews

 Copyright – 2020 Erick Mathews

1º Edição – Outubro de 2020

Capa e Ilustração: Pamela Almeida

Diagramação: Heloísa Cruz

Catalogação: Aline Graziele Benitez

Revisão de texto: Simone Souza

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(BENITEZ Catalogação Ass. Editorial,  MS, Brasil)

Índice para catálogo sistemático:

  1. Romance : Literatura brasileira

Bibliotecária responsável: Aline Graziele Benitez CRB-1/3129

 

 

 

 

Apresentação

A princípio, gostaria de ressaltar que esta é uma obra fictícia e qualquer coincidência com situações da vida real é apenas um reflexo da minha criatividade. Nesse viés, marcas como o shopping, onde dois personagens do enredo se encontram, são criações minha, ou seja, são fictícias e existem apenas com a finalidade de compor os cenários da trama. Também vale lembrar, que devido à descrição de algumas cenas fortes, esse enredo não é indicado para jovens menores de 16 anos.Caro(a) Leitor(a), quero compartilhar com vocês a experiência de lançar meu primeiro livro, um  sonho, enfim, realizado.

Dito isso, gostaria de apresentar uma pequena sinopse da narrativa:

Peripécias na Juventude: Em uma escola teen de elite no famoso bairro de Boa viagem, na badalada cidade de Recife, capital do Estado de Pernambuco, Artur Donetes, um jovem de 17 anos, enfrenta inúmeros desafios na turbulenta relação com sua família, os atritos com o colega do clube de natação Patrício e intensas relações amorosas e tudo se complica ainda mais quando Alex, um de seus melhores amigos, passa por uma situação desesperadoramente trágica, o que faz o jovem se questionar se seus os esforços serão o suficiente para trazer Alex de volta à normalidade.

Capítulo 1

20 de janeiro do ano de 2017.

No famoso bairro da Boa Viagem em Recife, numa luxuosa cobertura à beira-mar, morava Artur Donetes, um jovem de 16 anos, loiro de 1 metro e 57 centímetros de altura, descendente de canadenses, e comunicativo, embora, às vezes, um pouco distraído. Era considerado pelas alunas um dos rapazes mais belos do lugar, pois usava roupas de famosas grifes internacionais, tinha atraentes olhos verdes e um sorriso sincero.

 Artur morava com sua mãe, Isabel, uma farmacêutica e dona de uma rede de farmácias bastante popular no Nordeste, uma mulher sempre muito discreta, estava um pouco acima do peso, mas com uma pele bem tratada, às vezes recebia alguns olhares masculinos. Porém, ela nunca correspondeu a nenhum atrevimento. Por vezes, essas situações geravam os ciúmes de seu marido, o renomado urologista e diretor do setor de urologia de um grande hospital em Recife, Gabriel, um homem de 47 anos com cabelos castanhos. Por isso, Gabriel sempre estava com expressões faciais sérias.

Gabriel tinha uma relação bastante turbulenta com seu filho, pois, às vezes, o jovem se saía mal em algumas matérias na escola, além disso, era impulsivo e esquecia sobre realizar vários afazeres domésticos por desatenção.

Certa noite, os três se reuniram para jantar.

— Filho, você pagou as contas que a mamãe mandou pagar? Iria m****r a governanta pagar, mas como a filha dela passou mal hoje no colégio, pedi que você pagasse porque elas vencem hoje.

—Ai meu Deus! Esqueci! Desculpa, mãe.

— Como sempre você esquecendo de tudo, né?! Desde criança. Até pensei em te levar para uns colegas especialistas em memória, porque nunca vi nada igual! Várias vezes esqueceu de pagar o colégio, esqueceu as aulas de natação... Daqui a pouco não vai se lembrar nem de comer! Só consegue prestar atenção nesses livros chatos de física quântica. — Esbravejou o pai furioso, revoltado com o filho e com um olhar bastante intimidador.

— É fácil reclamar comigo, né? Quem sabe se me desse um pouco mais de atenção! Nunca demonstrou nenhum carinho por mim, não é? Sempre focado no seu consultório, parece que só existe sua profissão em sua vida, eu e minha mãe viramos sempre os coadjuvantes.

—Artur, vá já para o quarto! Será possível que vocês dois nunca vão se dar bem?! Nós somos uma família! — Falou Isabel, balançando as mãos como sempre fazia ao ficar nervosa.

— Será que somos mesmo mãezinha?! Ao menos, não para o grande doutor Gabriel! — Respondeu Artur, em tom irônico e irritado com os pais, que ele julgava não lhe darem atenção.

—Que moleque atrevido, a culpa é sua Isabel! Sempre fez vista grossa para os erros dele.

—Por favor, Gabriel, você também?!

Nesse momento, Artur exibiu um olhar de raiva, mas, mesmo enfurecido, trancou-se em seu quarto.

30 de janeiro do ano de 2017.

Dias depois, Artur estava ansioso para sua volta as aulas no colégio Recife Juventude e Conhecimento. O dono da escola era um famoso empresário britânico, que ficou viúvo, depois da esposa ter um AVC, e veio morar com os filhos no Brasil.

O Colégio Recife Juventude e Conhecimento sempre foi descrito pela mídia nordestina como um dos mais tradicionais e caros colégios da capital pernambucana, onde grande parte da elite recifense matriculava seus filhos. Por meio de mensalidades caríssimas, toda a estrutura da instituição era de dar inveja a várias outras: contava com programas pedagógicos bilíngues português-inglês, quadra poliesportiva, piscina semiolímpica, estúdios de artes modernos, aulas de música com nomes consagrados e laboratórios com a mais avançada tecnologia.

O boletim de Artur era muito instável, se por um lado ele conseguia sempre se destacar nas matérias mais difíceis, como química e física, que eram seu grande interesse, por outro tinha uma dificuldade enorme com disciplinas consideradas mais fáceis, como, por exemplo, História e Filosofia.

Artur contava as horas para rever todos os colegas, principalmente o ruivo de olhos claros, Alex, e a bela Aurélia, uma das moças mais simpáticas do colégio, que chamava sempre atenção por seus lindos olhos azuis. Aurélia também se destacava por exibir um sorriso esbelto, o cabelo preso num rabo de cavalo e pelos aromas invejáveis dos seus perfumes franceses.

Assim que entrou naquela instituição de ensino, Artur, coincidentemente, viu Aurélia e Alex, e os abraçou.

— Gente, não aguentava mais de saudade dos meus amigos. — Falou o loiro, com uma expressão de muita alegria ao rever os amigos após as férias.

 — Como foram suas férias? — Perguntou Alex.

 — O mesmo de sempre: eu iria viajar para o Canadá, visitar meu avô, mas minha mãe teve uns imprevistos no trabalho e assim não pudemos ir, aí fiquei em casa mesmo, vez ou outra ainda ia ao shopping, porém confesso que já estava achando tudo meio chato. — Respondeu Artur.

 — Mas nem foi na ilha do retiro ver uns jogos do Sport? —Questionou Alex.

 — Alex, você esqueceu que ele é flamenguista? — Perguntou Aurélia.

 — Meu Deus, como fui me esquecer disso?!

— E depois eu que sou o distraído da turma, né? E as férias dos meus amigos foram boas? — Indagou Artur, ansioso para ouvir os relatos de Alex e Aurélia.

— Bom, eu fui com minha irmã Kátia para Curitiba. Amei o lugar! A cidade é bem arborizada, eu adorei o jardim botânico de lá. Além disso, Kátia me apresentou a umas amigas dela de lá, me diverti bastante. Eu amo minha irmã Katia. Ano passado, quando eu tive dificuldade na matéria de biologia, ela, como enfermeira, me ensinou muita coisa e sempre ‘’quebrou um galho’’ quando os meus pais se chateavam com minhas notas, conversava com eles até eles desistirem de bloquear minha mesada e a minha outra irmã a Alessadra,está cada vez maior, completou 12 anos em janeiro, amo as duas, mas Alessandra é quem mais amo, é tão princesinha minha maninha, precisavam ver ela  falando com as colegas da turma sobre maquiagem, já sinto que ela vai ser bem vaidosa. —  Declarou Alex.

—Mas, vem cá, não voltou a exagerar na bebida, né? — Indagou Aurélia, com um semblante de preocupação.

— Qual é o problema? Sempre tem um bar clandestino por aí que vende bebidas para menores da idade, até já bebemos uns copos quando demos dinheiro aos donos— Falou Alex, tentando amenizar o problema.

—Mas, algumas vezes, você exagerou. Muitas vezes, ficava ‘’chapado’’. Se eu e Artur não tivéssemos ‘’abafado’’ essa história com a ajuda da Kátia, seus pais iriam ‘’comer o seu fígado’’ — Enfatizou Aurélia.

— É melhor deixarmos esses assuntos chatos para depois. —Disse Alex, desviando o assunto.

— É melhor mesmo. — Comentou Artur.

—Vamos falar de outras coisas. E você, amiga? Vi altas fotos suas em Madrid no I*******m. E aí, gostou do destino? — Perguntou Alex, tentando desviar do assunto anterior.

— Foi um sonho, comemorei a chegada do ano novo na Puerto del Sol, visitei o moderníssimo Estádio Santiago Bernabeú, onde torci demais pelo meu time de futebol do Real Madri. Sem falar que a gastronomia daquela cidade é impecável! Mas aí né, as aulas retornaram e vem um monte de assunto chato de novo. — Lamentou a estudante.

—Relaxe, carnaval está vindo, já estou ansioso para o Galo da Madrugada[1], reservei uns ingressos de camarote, vou me esbaldar. — Insinuou Artur em um tom bastante animado.

Minutos depois, o sinal tocou e os jovens foram para a primeira aula do dia, a de sociologia da professora Sheila, que sempre chamava a atenção dos meninos com sua aparência charmosa e era sempre muito comentada pelas meninas pelos seus modelitos discretos e estilosos.

—Pessoal, sei que as férias acabaram e muitos estão tristes com a rotina de volta às aulas, porém o ano letivo já começou e como forma de relembrar o que foi ensinado ano passado, vou fazer umas perguntas básicas.

— Ah, não — murmurou a sala.

—Qual foi o sociólogo que abordou os conceitos de fatos sociais?

—Émile Marx. — Respondeu Artur.

—Artur, querido, você misturou tudo! É Emile Durkheim, Karl Marx foi outro pensador.

—Não dê liga professora, o Arturzinho sempre foi o mais ‘’desligado’’ da turma, até das aulas de natação ele esquece, esse daí tem jeito não, acho que nasceu com um parafuso a menos. — Zombou o encrenqueiro e atleta do time de natação, Patrício.

Patrício e Artur nunca tiveram uma boa relação, chegavam a serem irônicos um com o outro nas aulas. O nadador sempre se irritava com os atrasos e esquecimentos do colega no time e também sentia um pouco de inveja ao vê-lo sendo paparicado pelas meninas, principalmente pela sua amada, a bela e morena líder de torcida do time de natação, Júlia, por quem Patrício sempre teve uma ‘’queda’, embora ela nunca tenha correspondido às expectativas dele.

—Até parece que o grande gênio nunca errou nada né. —Indagou Aurélia em um tom de sarcasmo.

— Ô sabichão, tira uma dúvida aqui do colega. Se você é tão sábio como diz, por que tá sempre indo pra final de física? O Artur não é nenhum craque em humanas, mas dá de 10 a 0 em todos nós aqui nos cálculos. — Afirmou Alex com um olhar de irritação perante as provocações feitas ao amigo.

— Pessoal, não precisa de discussão, eu só gasto o meu tempo com quem merece. Os insignificantes é melhor ignorar mesmo. — Falou Arthur.

—Aí, Arturzinho... estava com tanta saudade, depois da aula vamos bater um papo? Estou tão carente esses dias. — Insinuou Júlia com um ar de sensualidade, provocando de propósito ainda mais o ciúme e a raiva de Patrício.

—Então... depois a gente conversa melhor. —Respondeu Arthur.

—Alunos, parem já com isso, é só nosso primeiro dia de aula e já tem tantas discussões?! Se comportem como jovens responsáveis, que eu sei que vocês são. —Reclamou a professora.

—Ele que provoca professora. —Rebateu Artur.

—Se meu colega fosse um pouquinho mais inteligente, não precisaria disso, agora ele só quer me tirar do sério. — Argumentou Patrício.

— Já chega! Ou vocês dois param agora ou vou ter que levá-los até a direção. Eu garanto que os pais de vocês não vão querer receber esse desgosto logo no primeiro dia de aula. — Queixou-se a professora com um olhar de irritação e cansaço.

Às 17 horas, o sinal tocou e aula de sociologia deu lugar à de filosofia, do professor Marcelo.

—Boa Tarde queridos alunos, não imaginam a saudade que eu estava de vocês, como é o primeiro dia de aula, vou começar pedindo a cada um que fale qual o filósofo preferido e o porquê da escolha.

—O meu é Émile Durkheim, uma vez que ele tenta entender toda a complexidade da sociedade, acho genial como ele consegue abordar vários assuntos diferentes e importantes, usando o viés social, ele teorizou sobre suicídio, violência, religião, etc. —Observou Aurélia, refletindo sobre o tema.

—Eu prefiro Zygmunt Bauman,pois a forma como ele aborda as relações sociais é super pertinente, concordo com ele, hoje os relacionamentos são bem mais curtos, mais passageiros e com as redes sociais sinto que algumas pessoas se preocupam mais em ter curtidas e comentários que desfrutarem os breves momentos de felicidade, acho tudo isso tão superficial. —Comentou a líder de torcida Júlia.

—Mas aí querida Júlia, se desejar um relacionamento duradouro e forte, estou aqui viu, não sou o gênio da lâmpada, porém posso realizar todos seus desejos. —Insinuou Patrício.

—Querido, não me leve a mal, mas desejos íntimos demais, fortes demais, só conheço um carinha que pode realizá-los. —Afirmou Júlia, com um olhar de desejo fixado para Artur, que retribuiu com um sorriso, deixando Patrício ainda mais irritado e constrangido.

—É assim mesmo, nem todos sabem valorizar ‘’diamantes valiosos’’. —Ironizou Patrício.

—Patrício querido, você não está se comparando a um diamante não né, porque assim acho que você está mais para ‘’bijuteria’’. —Debochou Artur, arrancando risos de toda a classe.

—Valioso é quem vive sendo repreendido por desatenção, palhaço, babaca. —Confrontou Patrício, irritado com a situação e revoltado com o colega.

—Estudantes, se continuarem assim terei que m****r todos para a direção, não quero mais essas brincadeiras desnecessárias, vamos continuar, Alex chegou sua vez de falar.

—Eu gosto bastante de Jean-Paul Sartre, porque quando leio as teorias dele, paro para pensar no peso das nossas escolhas, é como disse a uma amiga, a vida, ás vezes, nos mostra tantos caminhos, mas é fácil se perder no excesso de possibilidades, por exemplo, pretendo fazer nutrição no vestibular, porém penso e se não der certo? Se não me identificar com o curso? Tudo bem que posso trocar de curso e tal, porém perceber que não tomei as melhores decisões me dá um certo desconforto.

 —Dúvidas fazem parte do processo meu amigo, o importante é dar o seu melhor, trabalhar com profissionalismo em qualquer área que seguir, tenho certeza que triunfará em qualquer uma delas. —Aconselhou Aurélia.

—Obrigado pelo apoio amiga.

—E você Patrício? —Indagou o professor Marcelo.

—Eu prefiro Sócrates, por ter sido um pensador que já falava da importância do esporte e como desejo ser nadador de um clube profissional, considero alguns discursos deles um pouco inspiradores.

—Artur Donetes, chegou sua vez de responder. —Avisou Marcelo.

—O meu favorito é Arthur Schopenhauer, porque pelo que eu entendi, na visão dele, quando um desejo é satisfeito, o ser humano não se dá por satisfeito e quer sempre procurar novas alegrias, novos prazeres, ele bem que falava que os prazeres humanos são insaciáveis e nesse ponto eu concordo com o autor. — Refletiu Artur.

—Um Artur concordando com o outro, será que é uma espécie de ‘’Arturverso’’? —Brincou Júlia.

—Foi só uma opinião. —Constatou Artur.

—Ain, Arturzinho, os seus desejos podem ser muitos, diversos, ousados, mas se me der uma chance posso realizar cada um deles e nos mínimos detalhes. —Insinuou Júlia ,com um olhar de provocação para Artur.

—Júlia, que falta de respeito, agora é hora da aula de Filosofia. —Afirmou Aurélia que estava um pouco enciumada, embora tentasse disfarçar.

—Você também né Júlia, se insinua pro Artur, na frente de todo mundo, em plena sala de aula, desnecessário isso. —Irritou-se Patrício.

—É só uma brincadeira da Júlia pessoal, não precisa levar tudo ao pé da letra também. —Opinou Artur, gostando dos elogios de Júlia.

—Alunos, comportem-se. —Alertou o professor, quando o sinal tocou e a aula de filosofia chegou ao fim.

Às 18 horas, o sinal tocou e aula de filosofia deu lugar à de história, do professor Marcelo.

— Caros estudantes, antes de matarmos a saudade, queria que vocês recebessem a vencedora do concurso de bolsas do colégio. Infelizmente, ela, devido a alguns pequenos imprevistos, não pôde comparecer as aulas do dia de hoje, mas gostaria de dar um oi para a turma e amanhã já fará parte do nosso corpo discente. Pode entrar Yasmim.

Yasmim, com seus cabelos macios e soltos, batom sabor morango e pele impecável, foi vista com um certo tom de desdém pela maioria das colegas, em contraste com os atentos olhares masculinos, principalmente o de Artur, o que despertou a insatisfação de Aurélia.

O que ninguém, nem mesmo Alex, sabia era que Aurélia era apaixonada por Artur em segredo, chegando a fazer vários poemas para ele no seu diário. Procurava sempre estar perto do amado e, vez ou outra, sempre tinha uns sonhos bem calientes com o loiro, apesar de não os confidenciar, nem mesmo para sua irmã, Jaqueline.

Às 19 horas, o sinal tocou e as aulas do dia foram encerradas, o que fez os alunos comemorarem.

Minutos depois, Júlia foi atrás de Artur para pedir que ele fosse até a casa dela. Mas ele, mesmo com um pouco de timidez, pediu para conversar com Yasmim, que ainda estava no colégio para conhecer o local que iria estudar. Então, Júlia foi embora frustrada, e antes de chegar ao carro para encontrar seu motorista e voltar a sua residência, Patrício a questionou:

—Até quando Júlia você vai ficar se insinuando para aquele destrambelhado?! Será que não percebe que sou eu o cara que te ama e te quer de verdade?! Ele não deseja nada sério com você.

— Querido, eu sou grandinha, sei cuidar da minha própria vida. Agora, dá licença que meu chofer está me esperando.

Enquanto isso, Artur tentou puxar assunto com a novata.

—E então, Yasmim você é daqui de Recife mesmo? Deve ser superinteligente, foi aprovada no concurso de bolsas com louvor. Olha, eu não sou nenhum nerd, mas se precisar se enturmar com a turma, ou quiser umas dicas de física, me coloco a sua disposição, quer meu número?! Porque aí poderíamos conversar melhor, digo sobre o colégio, claro. — Falou Artur, com um olhar de encanto para a nova companhia.

—Obrigada, vou querer sim. Não conheço nenhum outro aluno aqui, né. Mas sinto que vamos nos dar bem.

Nesse momento, chegou o zelador Renato.

— Artur, menino, você não escutou o celular? Seu pai está a quase uma hora te procurando! E você é a novata? Acho que é você mesmo, vi sua foto no banner que fizeram para divulgar os aprovados do concurso de bolsa. Se você for a Yasmim, tenho que te avisar que a sua tia está chamando para vocês pegarem o ônibus.

—Tenho que ir colega, amanhã a gente se fala melhor. —Falou Yasmim, encantada com Artur.

—Amanhã te situarei sobre a escola. — Respondeu Artur.

Os dois se despediram e foram para os seus respectivos lares, bem ansiosos pelo dia seguinte.

 

 

[1] O Galo da madrugada é um famoso bloco de Carnaval do Nordeste Brasileiro, que conta sempre com badalados trios elétricos com cantores famosos e grandes celebrações, atrai milhões de pessoas em Recife, capital de Pernambuco, onde ocorre e já chegou a ser considerado pelo Guiness Book como o maior bloco carnavalesco do mundo.

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