Amor, querido

— Eu sou egoísta, não sou?

— Não, não é.

— Eu me sinto como um egoísta se sentiria...

— Está enganado então.

— Todos os dias eu pareço ter problemas mais insignificantes... Dar atenção a eles é ser egoísta, certo?

— Acho que não.

— Mas veja...

Ela continua balbuciando coisas sem sentido, verdadeiramente posso dizer que não estava se escutando, talvez só queira ouvir a própria voz e ter respostas para questões pequenas. Tudo bem, eu vou dar atenção a cada sílaba, como sempre.

Gabriela encara o teto, fazendo caretas para seus próprios pensamentos, eu a olho atentamente, pois se tornou um passatempo divertido acompanhar suas linhas de raciocínio confusas. Deitados um ao lado do outro, sobre o chão frio do meu quarto, horas se passam, dobradas por divagações simples e superficiais.

É

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