Valdir
— Você acha que eles sabem que foi eu?
— Sim, a senhora não pode mais voltar para o seu trabalho, — acabei de roubar um carro que estava próximo a agência e enfiei a senhora para dentro, no banco do passageiro.
— Ai meu Deus! E agora? Como vou fazer? Tenho boletos para pagar!
— Eu estou precisando de uma cozinheira — digo forçando a vista para dirigir.
Não só a vista como o corpo todo, tudo dificulta dirigir um simples carro.
— Eu estou disponível.
— Pode começar amanhã?
— Sim senhor.
— Me empresta o seu celular — estico a mão.
— Aqui, sorte que eu o carrego no bolso.
— A sorte é que eu decorei o número dela — penso em voz alta.
Me lembro da noite anterior, quando Richard confiscou o meu celular, só de lembrar me dá uma raiva que eu seria capaz de me livrar dele com um único