Ela sentou-se no sofá ao meu lado e em um ímpeto que sempre foi meu, eu esqueci-me de todos que estavam a nossa volta, sentei-me no chão e coloquei a minha cabeça em seu colo.
Anusha não esperava o meu gesto ousado, mas não me expulsou ou reclamou como eu presumia.
Ela enterrou os dedos magros na minha cabeça, afagando os meus cabelos e por fim, colocou o meu coração em uma bandeja ao me dizer:
— Você me fez rir bastante, isso é muito bom quando a gente está morrendo, obrigado menina.
— É uma honra.
— Anusha?
— O quê?
— Com essa confusão que você arrumou, nós nunca mais seremos bem vindas aqui.
— Você que se engana, todo mundo me adorou, todas essas meninas me amam.
— Você é uma vovozinha bem malvada, Manusha.
Eu pude ouvir o seu riso.
— Eu sei menina, eu sei.
E sem que eu quisesse, os meus olhos se encheram de lágrimas.
Mas que merda! Por que ela tinha que ser assim, tão megera e tão adorável. A cada dia que passa, eu detesto e amo mais Anusha, como isso é possivel?
Vê-la ir embora