Capítulo 5

Martina Ross

Os dias tornaram-se mais longos, as aulas insuportáveis e eu só queria relaxar, olho algumas vezes para o lado me certificando da presença do Brian mas desde o que rolou na fogueira ele ignorou minha presença por completo, não posso negar que bem lá no fundo isso me deixou abalada mas não posso deixar isso me dominar.

Depois de umas quantas aulas chegou o dia da realização de provas e dessa vez seria em duplas,normalmente faço com a Vanessa mas ela não se sente muito bem e decidiu marcar o teste para outro dia, olhei para todos na sala mas as duplas já estavam divididas excepto o Brian que por algum motivo estava sozinho e por sinal era a minha única opção.

— Você pode fazer a prova comigo se quiser.— Sorri fraco dando um olhar de confiança enquanto ele analisava a minha postura.

— Já que não tenho outra opção.— Respondeu com  uma certa arrogância o que mudou meu humor pior na verdade trouxe a tona a minha irritação.

— Você não é obrigado, e se você não consegue ver eu estou basicamente te fazendo um favor.— Retruquei cruzando os braços enquanto o mesmo me observava com fúria presente em seus olhos.

Queria dizer mais algumas palavras mas a professora de teatro apareceu, a Senhorita Duarte invade a sala o seu sorriso maroto trazendo consigo a energia positiva e acima de tudo muito amor. Toda a classe estranhou a sua presença, dado pela hora, a aula de teatro seria daqui a mais ou menos quarenta e cinco minutos creio que o Senhor Smith deva ter trocado de horário o que torna essa situação chata, oh Deus ninguém merece ter matemática como a última aula do dia.

— Meus queridos a aulas de hoje será diferente e principalmente especial, vamos fazer pequenas cenas com um impacto positivo, quero que vocês entrem na personagem, preciso que sintam as histórias que forem a criar e, quero que vivam essas maravilhosas histórias e por favor improvisem . — Diz a Senhorita Duarte enquanto ajeitava o seu vestido justo cor de esmeralda.

— Podemos fazer em duplas?.— Questionou a Marta, ou Maria sei lá não conheço o nome de todos nessa escola, só me importo com aquilo que de algum jeito vai me proporcionar prazer.

— Com toda certeza, e antes que perguntem eu já tenho as duplas formadas, começamos com Olívia e Wilson, depois eu quero a Martina e o Brian.— a classe toda virou pra mim, isso só pode ser brincadeira do destino em uma hora o idiota banca o durão e agora eu tenho que aprender uma mini peça teatral com ele, será que esse dia pode ficar pior?.

— Antes que eu me esqueça o tema de hoje é amor, portanto escolham as  melhores  cenas e frases românticas possíveis e se achar que está difícil usem exemplos de filmes românticos.—   Acrescentou a Senhorita Duarte se divertindo com a situação aparentemente.—  Merda! Isso só pode ser brincadeira, seguro o pingente em meu pescoço tentando manter a calma enquanto medito as malditas palavras " o tema de hoje é amor".

Olhei para Brian que estava com as mãos em seus bolsos e um sorriso largo em seus lábios, ficamos nos encarando por alguns tempo, ele mordeu o seu lábio inferior o que me vez voltar para a realidade.

— O que você vai escolher?.— Perguntei demostrando impaciência, o idiota olhou pra mim e começou a rir.— Tenho cara de palhaço ?. — Vi seus lábios se voltarem ao normal.

— Irei responder apenas a primeira pergunta pois me pareceu ser a mais educada, eu irei ficar com " a culpa é das estrelas" acredito que seja sentimental demais e com certeza você...quer dizer a professora vai gostar. — Acenei com a cabeça mostrando minha aprovação pelo livro.

— Não me diga que você é daqueles garotos que chora enquanto vê filme romântico, e provavelmente você deve chorar escutando One Direction.— Ri de leve enquanto tentava manter o clima amigável nessa conversa.

— Errado, mas eu acredito que você seja uma garota transtornada que precisa de um amor para te salvar e te devolver a vida. — Ri do seu comentário patético, ele pensa que estamos no século XIX ou  na antiguidade.

— Na verdade, eu prefiro apenas dizer que faço parte das garotas que não precisam de homens para nenhum salvamento, faço parte das guerreiras, enquanto vocês brincam de ser Homens as raparigas se tornam Mulheres determinadas.— Abri um sorriso sarcástico, de seguida virei-me para desfrutar da apresentação da primeira dupla.

A primeira dupla optou por cenas clássicas como as de Titanic devo realmente admitir que Olívia fazia muito bem o seu papel, com certeza eles se saíram bem, a classe observa com atenção aquilo parecia uma boa interpretação dod seus sentimentos foi gostoso de se ver mas agora a verdadeira estrela vai fazer o seu papel.

— Brilhante, Brilhante.— Pronunciou senhorita Duarte enquanto limpava o rosto com  um papo de papel branco.— Martina e Brian agora é a vossa vez e brilhe como a primeira dupla .— Anunciou  ela tomando o seu lugar de volta.

Brian escolheu representar  algo romântico segundo ele eu preciso disso porém tenho um gosto por romances complicados quase impossível, daqueles que todos torcem para dar tudo certo mesmo com tantos problemas,  optei manter a calma ignorando a sua presença

Brian começou o seu papel indo muito bem até citar umas das frases consideradas por mim mas marcantes naquele momento

—Não sei muito sobre o amor, provavelmente eu possa fazer tudo errado, tirar palavras erradas mas o que sinto aqui dentro esse desejo, atração especial que você desperta em mim se não for chamado de amor eu realmente não tenho a mínima ideia.  .— Observei para ele incrédula, eu não poderia acreditar que ele disse isso não parecia ser apenas palavras retiradas de um livro, segurei as lágrimas impedindo elas de caírem, pensei na melhor resposta possível, ele deu mais alguns passos até ao meu encontro cortando o pequeno espaço que existia entre nós entrelaçou os seus dedos nos meus enquanto olhava fixamente pra mim.

— Não sou mulher de flores, não sou aquela que você vai ter orgulho de mostrar para o mundo, eu não sei ser o que você quer que eu seja, você merece alguém que vai te assumir livremente, alguém com um passado e futuro melhor que eu.— Acrescento enquanto me afasto mantendo a calma enquanto o resto da sala observa em silêncio.

— Aí está.— Sorriu.— Eu não quero que seja mais ou menos que você quero que tenha a mesma porção,mesmo senso de humor, mesmo sorriso e a mesma organização dos dentes,mesmo gosto de música, mesmo amor pelo controlo, eu só preciso de alguém que sabia e seja tudo que você é.

Não pude deixar de sorrir. Quando pensei na minha melhor resposta, o toque anunciando o final da aula ecoa na sala. Apressadamente corro até minha secretária, levando comigo apenas meu caderno de anotações.

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