#Lucy
Não sinto vergonha da minha irmã, por ela ser deficiente. Mas não quero expor Karla a Mattias.
Pois, se ele rir, eu não vou suportar. Eu me viro de repente e pergunto:
— Você não é muito bom para seguir pistas, é?
Ele sorri, como se dissesse: O que você acha? Sou membro de uma gangue...
— Preciso ver como está minha irmã. Você se importaria...?
— Quero ir com você. Assim, terei a oportunidade de conhecer sua irmã. Vamos, não seja tão desconfiada.
Eu deveria mandá-lo embora, com suas tatuagens e tudo mais. Deveria, mas não mando. Sem mais uma palavra, levo Mattias até nossa biblioteca, um tanto sombria, com suas estantes de mogno.
Karla está na cadeira de rodas, assistindo à tevê, com a cabeça desajeitadamente pendida para um lad