Georgia não esperava que o arranjo de seu professor fosse tão perfeito. Tendo um crush eterno pelo seu colega de turma há anos, Gi de repente se vê como parceira de biologia dele e precisa lutar com unhas e dentes para não ceder aos desejos malucos de seu coração. Dona de um diário onde escreve todos os mais profundos sentimentos sobre Edward, ela sonha todos os dias com um futuro mágico que os dois viverão juntos. Mas ele tem namorada. É proibido. Ou não? Ed não estava preparado para o que Georgia lhe fazia sentir. Muito mais do que sua namorada conseguia. Mas entre a responsabilidade de ser um namorado fiel e o seu coração que bate descompassado a cada vez que Georgia aparece, o que ele deve fazer? As respostas são muitas, e apenas uma ditará o futuro que Georgia planejou para os dois.
Leer másNa maioria das vezes que escrevi no meu diário, sempre pensava no futuro que eu gostaria de ter. Sempre registrava os melhores momentos da minha vida e os piores também. Mas eu tinha um diário especial, na verdade vários, que eu falava sobre um menino. Eu me apaixonei por ele no momento em que o vi pela primeira vez. Claro que ninguém sabia disso — acho — mas eu tentava de todas as formas guardar esse segredo só para mim.
Sempre que alguém me perguntava o que eu fazia durante a tarde, eu dizia que estava estudando e me exercitando no quarto. Ele é o meu cantinho seguro. Onde eu guardo os meus maiores segredos. Minha mãe havia comprado uma esteira e uns pesos para mim. Ela sempre dissera que eu estava magra demais e precisava engordar um pouco.
Eu considerei essa ideia, até o momento em que eu comecei a correr na esteira. Na primeira vez, nunca havia imaginado que uma pessoa pudesse soar tanto. Na segunda, fui um pouco mais devagar e não soei muito. E a terceira vez ainda não aconteceu. Eu nunca me achei magra demais. Eu era uma daquelas adolescentes que comiam muito, e engordavam pouquíssimo, mas nunca cheguei a me importar com isso. As minhas amigas falavam que queriam ter o meu corpo. Até parece.
Neste dia, eu estava deitada na minha cama lendo um livro. Era mais um daqueles chatos que falavam sobre a Origem do mundo. Existiam várias versões para este tipo de assunto, como que o mundo surgiu através de uma grande explosão chamada Big Bang; que foi Deus quem criou o mundo; e outras aí.
— Gi, o jantar está quase pronto — minha mãe gritou do andar de baixo.
Levei um susto e pulei da cama, fechando o livro.
— Já estou indo, mãe — gritei de volta, alto o suficiente para que ela escute, e baixo o suficiente para os vizinhos não reclamarem depois.
Levantei da cama e fui em direção à minha penteadeira. Ela era pequena, com quatro gavetas e um espelho. Depois de encontrar a minha escova de cabelo no meio daquela bagunça, comecei a penteá-lo. Meu cabelo estava caindo com mais frequência, o que deixava a escova cheia de fios castanhos. Por mais que minha mãe tentasse encontrar algum método de parar com a queda, nunca resolvia o problema. Eu me olhei no espelho, e notei um brilho estranho nos meus olhos verdes. Estava pensando nele.
Edward Collins. Um garoto que eu não podia ter. Estudávamos na mesma classe do segundo ano do ensino médio. Mas quase não nos falávamos. Ele tinha o seu jeito atraente de falar, de olhar. Eu sempre senti uma queda por ele, desde que entrei naquela escola no quinto ano. Mas sabia que seria impossível, afinal, ele tem gostos diferentes dos meus e gostava de conversar sobre futebol, esportes, e eu não gostava de nada disso. E além do mais, agora ele tem uma namorada.
— Georgia, o que você está fazendo aí em cima? — chamou minha mãe novamente, me fazendo lembrar da vida.
Abri a porta do quarto e desci as escadas que dava para a sala de estar. Nossa casa era mais ou menos grande. Tinha cinco quartos, mais a sala de estar, cozinha e sala de jantar. A decoração da festa de aniversário da minha irmã ainda estava em algumas paredes.
Eu era quase a filha mais nova, dos quatro filhos que a minha mãe e o meu pai tinham. Minha irmã caçula era a Emilly, que tinha treze anos. Depois, eu. Depois meu irmão Matheus, que tinha dezenove anos e fazia faculdade de medicina, e meu último irmão, Josh, de vinte e um anos, que cursava direito, e já estava quase terminando a faculdade. Minha mãe sempre via os dois como os nossos guarda-costas. Mas eu odiava esta ideia, como se eu precisasse de alguém me protegendo de tudo. Ela é uma pessoa animada, que era a luz em momentos de tristeza. Já meu pai, é bem culto, quase não falava com a família na hora do jantar, mesmo quando estávamos todos reunidos, pois meus irmãos na maioria das vezes não jantam conosco por que estão ocupados demais com os assuntos de faculdade.
— O cheiro está ótimo, mãe — elogiei, para depois piscar para ela.
Ela amava quando alguém falava bem da sua comida, ela sempre cozinhou muito bem e esses dias ela anda precisando de um pouco mais de animação.
— Obrigada, querida. A Emilly também ajudou a preparar o jantar. — minha mãe disse, abrindo um sorriso capaz de iluminar o mundo, e radiante de orgulho diante da caçula.
Todos estávamos juntos esta noite. Meus irmãos se livraram de alguns trabalhos e puderam jantar conosco. Eu as vezes chegava a imaginar que o que os trancavam dentro dos quartos, não eram só os trabalhos, afinal, poderiam ser outros motivos, como uma garota talvez. Afastei o pensamento. Claro que eles eram muito estudiosos, não sei como pude pensar em alguma coisa assim deles.
— E aí, Gi? Alguma novidade? — perguntou meu irmão Josh, enquanto esperava pacientemente a comida.
Ergui a cabeça para olhar em seus olhos verdes vibrantes, e dei de cara com um sorriso malicioso que eu já sabia o que significava.
— Não Josh, nada de garotos. — falei, para depois abrir um sorriso. Ele sempre desconfiou de mim em relação a isso, E não estava totalmente errado, na verdade.
— Mesmo? Pensei que você estivesse namorando com aquele tal de Edward. — ele disse e mais uma vez abriu o seu sorriso travesso.
Assim que as palavras namorando e Edward, saíram da boca dele, a minha mãe olhou para mim, querendo uma explicação.
— Nós nem nos falamos, Josh. E além disso, ele não está interessado em mim e eu não estou interessada nele. — afirmei.
— Duvido muito. Você já chegou aqui várias vezes falando sobre esse garoto, e agora vem dizer que não está apaixonada? Conta outra! — ele disse, e eu dei um chute em seu joelho, o que o fez gemer de dor. Meu pai estava sério olhando para mim.
— O jantar está servido. — cantarolou minha mãe, ao colocar uma enorme travessa de lasanha na nossa frente. Aquele cheiro maravilhoso tomou conta do ambiente.
Depois do anunciado, todos nós avançamos contra a deliciosa lasanha. E como esperado, o gosto estava divino, do mesmo jeito do cheiro. Enquanto mastigava, comecei a pensar nas palavras de Josh. Você já chegou aqui várias vezes falando sobre esse garoto, e agora vem dizer que não está apaixonada? Será que eu estava mesmo apaixonada por ele e não sabia? Comecei a pensar sobre essa possibilidade, e acabei perdendo a noção do tempo.
Meu irmão Matheus limpou a garganta, e imediatamente deixei de lado o pensamento e me voltei para ele. Ele também tinha um sorrisinho malicioso estampado no rosto.
— Caso não tenha notado, você já terminou de comer e está brincando com o prato. — ele disse, ao pegar o meu prato e levá-lo para a cozinha.
Lá em casa, tínhamos regras que indicavam de quem seria a vez de lavar as louças. Hoje, o dia era de Matheus. Enquanto ele ia em direção a cozinha, fui para o meu quarto, peguei o meu diário querido, e comecei a escrever:
Hoje meu irmão disse que eu estava apaixonada. Não sei se é verdade, pois todas as meninas tem uma quedinha pelo querido Edward, mas mesmo assim fiquei na dúvida, afinal, se estiver mesmo, por que estou me dando o trabalho de esconder? Mas mesmo assim, não quero contar para ninguém. Esse segredo por enquanto é só meu.
Ainda estava cedo, mas resolvi me arrumar para dormir. Vesti minha calça do pijama que tinha algumas cabeças de unicórnio estampadas, e uma camisa branca. Me joguei na cama, me cobri e adormeci.
Venci vários traumas com ele ao meu lado. Cada vez que ele me olha, que ele me beija, me lembra da maravilhosa aventura que passamos juntos. No aniversário de seis meses de namoro, pulamos de Bungee Jumping. Quase me caguei de medo, mas sobrevivi. No aniversário de um ano, viajamos para a Argentina. Foi o melhor presente que ele me deu! No aniversário de um ano e seis meses, passamos a noite em casa, numa noite perfeita. E repetimos esta comemoração no aniversário de dois anos.Agora eu tenho certeza de que quando eu namorei Logan, nunca existiu amor entre nós, o que me deixou culpada, pois eu sabia que ele realmente gostava de mim, mesmo com o que fez depois. Hoje, ele é meu melhor amigo. Depois de Edward, claro.Zoe está fazendo Química na melhor faculdade do país, em São Paulo. Não nos vemos com muita freqüência, mas sempre entramos em conta
O clima está frio daqui de cima. Pensei que seria uma boa ideia ficar com o trigésimo andar, mas me enganei, infelizmente. O que se salva é a maravilhosa vista que tenho daqui de cima. Hoje, completo dois anos de namoro, mas o pior de tudo é que eu não sei por onde anda meu namorado.Quando penso em ligar para ele, alguém bate na porta, e quando atendo, já sou surpreendida por um beijo e um abraço que tira meus pés do chão. Eu rio feito uma criança e Edward beija meu pescoço, minha boca, meu nariz.— Feliz aniversário! — sussurra ele em meu ouvido. Me derreto todinha.— Parabéns para nós! — sussurro no ouvido dele. — E então, planos?— Hum... prefiro ficar aqui com você o dia inteiro. Que tal irmos para a cama do seu lindo apartamento?Sorri. Depois de um ano de namoro, resolvi morar sozinha. Nos
Acho que nunca desejei tanto que a segunda-feira chegasse. E não era por causa da minha conversa com Edward, e sim por que eu só queria vê-lo, seja para conversar a sério ou não.O meu final de semana foi chato como todos os outros. Eu nem saio de casa, como a maioria das pessoas fazem, e sim faço maratona de filmes, maratona de séries e como muita pipoca.Hoje é dia de filmes, por isso fiquei o dia inteiro na frente da TV assistindo diversos filmes, tanto os que eu já assisti, quanto os que ainda não. A maioria dos filmes é de ação e romance — sim, amo ação e amo romance —. Também fiz uma panela cheia de brigadeiro e comi tudinho. Meus irmãos apareceram uma vez ou outra para assistir comigo ou só para roubar meu brigadeiro. Quem ficou comigo a maior parte do tempo foi Josh, que assistiu comigo os três últimos filmes de a
Tenho um sério problema com relacionamentos tanto familiares quanto amigáveis. Parece que nenhuma amizade dura comigo e parece que toda a minha família se volta contra mim de alguma forma. Matheus e Josh estão bem estranhos comigo agora. Quase não nos falamos, exceto na hora do jantar. Eu me senti bastante mal por não ter contado nada a eles, mas o que eu podia fazer? Prometi para mim mesma que iria confiar mais nos dois. É uma pena que eu não possa conversar sobre isso com Emilly, por que ela ainda tem treze anos e nem sabe como é ter um relacionamento. Descartei a possibilidade de também conversar com meu pai por que ele me daria uma bronca. E também não falarei nada para minha mãe por que ela iria me encher daqueles conselhos maternos que nós já sabemos mas que ela gosta de ressaltar, sabe? Por isso que só me resta meus irmãos que são homens e me entendem
Meu quarto estava mais organizado que o normal. Minha mãe o arrumou com certeza. Meus lençóis eram novos, ainda estavam com o cheiro do sabão que minha mãe usa para lavá-los e apesar do cheiro não ser o mesmo, ele me lembrou do cheiro que ele tem e meu coração apertou novamente. Mas não de raiva, mas de saudade. Tenho saudade dele.Eu marquei com as meninas para depois da aula irmos a um restaurante japonês que nós quatro adoramos. Sim, a Ana também irá. Vamos nos encontrar lá às 18:00. E esse pequeno encontro será uma ótima desculpa caso Edward venha me chamar para ir à sua casa.Encontrei as meninas no jardim, sentadas na mesma árvore de sempre. Zoe e Megan estavam com seus namorados e eu fiquei me perguntando se queria segurar vela. Mas acabei indo até elas, sorrindo o máximo que pude.— Ah! Ol
Decidi não sofrer mais. Deus me livre entrar em depressão por causa de homem. Eu pensei em escrever sobre tudo que estava acontecendo, não fazia isso a um bom tempo, mas resolvi que é melhor não. Vou recomeçar a minha vida, de cabeça erguida, sem precisar dos olhares de pena dos outros. Caprichei mais uma vez no visual, com uma calça bem justa que indicava o tamanho real das minhas coxas, uma blusa justa mas ainda assim um pouco soltinha, não passei muita maquiagem. Coloquei um brinco, soltei o cabelo e me olhei no espelho. Eu estava mesmo linda.Para dar um realce a cor dos meus olhos, passei um lápis preto e delineador. Fiquei parecendo uma gótica mas fazer o quê, né.♥ ♥ ♥Os corredores estavam vazios, por isso decidi ir direto para a sala. Até procurei as meninas quando entrei, mas nem as mochilas delas estavam lá. Como eu suspeitava,
Último capítulo