Johnny e Alice, agora recém casados, vivenciam as alegrias e as dificuldades de se adaptar ao estilo de vida um do outro, vindos de condições sociais tão diferentes. Nesta nova etapa eles também enfrentarão - junto com seus amigos Wanda, Sezão, Diego e Ed - um violento psicopata que atormentará os funcionários da Dollar S.I. Repita a experiência de ser detetive, como no primeiro livro "Meu namorado Bilionário" , e cumpra a missão principal: divertir-se.
Ler maisJá eram oito horas da noite e Valentina continuava empolgada digitando o relatório; aquele estudo renderia um saving considerável para a empresa e ela seria, com certeza, muito bem recompensada.
Seu celular tocou e ela o olhou de relance, sem a intenção de atendê-lo. "Maria" piscava na tela, enquanto o aparelho vibrava.
"Que droga, esqueci o jantar!", pensou, e em seguida atendeu a ligação.
- Oi amor, tudo bem? Sim, sim, eu ainda tô na empresa, mas logo saio. Não, é claro que não esqueci nosso jantar de aniversário. Me dá uma meia hora e te pego aí. Beijos. Também te amo.
Embora tivesse pedido meia hora de espera, levou mais uma hora para terminar o documento. Conhecia sua namorada; o atraso lhe custaria, no máximo, uns dez minutos escutando uma lição de moral e tudo estaria resolvido.
Finalizado o relatório, desligou o notebook e guardou rapidamente suas coisas. Ficou surpresa ao perceber que estava praticamente só na empresa; na realidade aquilo era bem compreensível, afinal, quem ficaria no trabalho numa sexta à noite?
Desceu pelo elevador até o subsolo 3 onde ficava o estacionamento. Chegando lá, viu que ainda havia alguns carros.
"Tem gente mais workaholic que eu!" – pensou, e um breve sorriso lhe surgiu.
Não lembrava onde estacionara o carro, então acionou o controle do alarme e as luzes do automóvel piscaram: estava do outro lado do estacionamento.
Começou a caminhar o mais rápido que seu salto 15 permitia. Uma das coisas que mais gostava na Dollar S.I. era que a única regra relacionada a roupas era se vestir bem. Não havia proibições para saias curtas, blusas decotadas ou salto agulha, contanto que o conjunto não estivesse vulgar. Desta forma, foi arrumada de modo a poder sair do trabalho e ir diretamente para o jantar.
Ela e Maria comemorariam três anos de namoro. Só elas sabiam o quanto sofreram com a rejeição da família, com a discriminação no trabalho e com o preconceito da sociedade. Venceram a tudo, cada vez mais unidas e felizes.
Enquanto caminhava, perdida em seus pensamentos, Valentina não viu um objeto no chão e tropeçou nele. Ela pára e olha o objeto: um rádio antigo.
- Mas... quem deixou essa porcaria aqui? Eu poderia ter quebrado o pé!
Enquanto massageia o tornozelo ela olha para o lado e vê que não está sozinha. Do outro lado do estacionamento alguém a observa.
O observador era incrivelmente – e horripilantemente – alto. Podia-se dizer que era anormal, mas não foi isso que a assustou: ele estava usando uma máscara, uma estranha máscara que imitava uma cabeça humana – só que sem os olhos.
Um frio percorreu-lhe a espinha e ela não pensou muito: começou a correr. Uma pessoa poderia ter muitos motivos para estar no estacionamento, mas nenhum bom motivo para estar mascarado.
Valentina correu o máximo que pode e quando chegou próximo ao carro acreditou que estava salva. Porém, foi atingida com força na cabeça e imediatamente caiu. Tonta, não conseguiu se levantar. Só conseguiu ver os sapatos pretos com solado vermelho de seu perseguidor.
O mascarado ergueu os braços dela e os amarrou com uma corda; amarrou os pés também. Agarrou nos cabelos de Valentina e começou a arrastá-la, como se fosse um animal abatido.
Com a cabeça doendo loucamente, Valentina só conseguiu sussurar:
- Por favor, não me machuque mais.
O mascarado parou. Soltou os cabelos de Valentina e se virou para olhá-la.
Ela repetiria o pedido, mas não houve tempo: o mascarado desferiu-lhe outro golpe, e tudo virou escuridão.
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Enquanto isso, em um restaurante há cinco quadras dali, Johnny e Wanda combinam animadamente os detalhes da surpresa que fariam para Alice.
Johnny, Sezão e Ed decidiram voltar para casa no mesmo carro, assim poderiam conversar um pouco. Wanda ficou encarregada de levar as crianças embora, para desespero delas.- Cara, que alívio a Alice estar bem. – Disse Sezão. – É muito ruim a sensação do “ela pode acordar, mas não sabemos quando”. É um sentimento horrível de... como se diz... não consigo lembrar a palavra...- Impotência! – Completou Ed.- Isso! Um sentimento horrível de não poder fazer nada!Enquanto isso Johnny permanecia em silêncio, com um olhar perdido que atravessava a janela do carro e seguia sem rumo. Percebendo isso, Sezão e Ed se entreolharam.- Tudo bem, Johnnão? – perguntou Sezão.Jhonny imediatamente mudou o olhar em direção ao amigo.- Sim...
Embora estivesse visualmente abatida, Alice acordou com disposição para conversar, como se tivesse passado todo aquele tempo tirando uma boa soneca.- Doutor, tem certeza que todos os exames já foram feitos? Exame de sangue, tomografia... vocês repassaram tudo? – Perguntou Johnny ao médico, pela quinta vez.- Eu estou bem, amor. – Interrompeu Alice. – Eu te juro que estou me sentindo bem.Johnny olhou com amor para a esposa, mas sem perder a expressão facial de preocupação.- Nós já conferimos tudo Johnny, antes dela acordar, e refizemos tudo após ela acordar. Alice está bem. É claro que ela ainda pode sentir um pouco de dor de cabeça, porque o ferimento está cicatrizando, mas não há nada com o que se preocupar, neurologicamente falando. Vamos monitorá-la mais um tempo, mas se as coisas continuarem es
- Por que você só pode contar pra ele? – Perguntou Helena.O médico olhou a menininha de bochechas rosadas e tranças e em pensamento se perguntou da onde ela havia surgido.- Quem é você? – Perguntou o médico.- Desculpe os modos da menina, doutor. Ela é irmã da paciente. – Respondeu Sezão.Sezão chegou junto com as crianças no exato momento em que o médico conversava com Wanda e Ed. Ernesto, Gabriel, Helena, Betinho e Willy começaram a falar com o médico, todos ao mesmo tempo.- Desculpa trazer todos esses pirralhos pra cá Wanda, mas depois que os pais da Alice chegaram em casa contando que tinham estado aqui e como a Alice estava, eles ficaram doidinhos, parecia que iam botar fogo na casa. Achei melhor deixar os pais dela
Johnny fechou os olhos e ficou alguns segundos parado; Wanda, que já o conhecia há bastante tempo, sabia que aquele era um mau sinal.- Desculpa Wanda, acho que eu me distraí... achei que tinha escutado você falar algo, mas entendi errado... você pode repetir?- Não Johnny, você não entendeu errado. A Alice estava na casa do Allan quando caiu... ou levou um tiro, não sei... Olha, eu sei que tudo isso é confuso e horrível, mas é tudo que eu sei. Ela estava na casa dele, algo aconteceu e ele chegou aqui no hospital com ela. Pelo menos essa é a versão que ele contou para mim e para os policiais.Wanda esperou Johnny responder raivosamente, mas ele não soltou uma sílaba. Em vez disso, ele olhou em direção ao detetive Allan, que ainda conversava com os policiais e com os caras de terno. No segundo que Wanda se deu conta do que iria acontecer, j&a
Johnny chega na recepção do hospital, aflito. Após receber informações, corre pelos corredores até o hall de espera do Centro de Tratamento Intensivo.Lá ele vê dois grupos: um era formado por Wanda e Ed, sentados no sofá, lado a lado; o outro formado pelo detetive Allan, três policiais militares e dois homens de terno e gravata. Allan parecia agitado e falava muito, enquanto os demais falavam calmamente. Porém, quando notaram a presença de Johnny, todos se calaram.- Onde está a Alice? – Perguntou Johnny à Wanda, deixando transparecer na voz o sentimento de desespero. – Ela está bem?Wanda levantou-se para encontra-lo, e logo puxou-o pelo braço, lhe conduzindo até o sofá.- Está fazendo alguns exames. Vem cá Johnny, sente-se. Fique calmo que eu vou te explicar tudo.- Eu estou bem Wanda. A últ
Aquilo parecia um labirinto. Cada vez que avançavam um pouco, chegavam numa rua sem saída e precisavam retornar. O clima de frustração do grupo era tão pesado que é quase como se pudesse ser sentido no ar.Johnny chegou em casa e não queria conversar, mas achou injusto não deixar Alice a par dos últimos acontecimentos. O clima entre eles não estava dos melhores, e a última coisa que ele queria agora é se afastar da pessoa que ele mais amava.Abriu um vinho, serviu uma taça para ela e outra para ele e, sentados no sofá da sala, conversaram sobre a morte de Eddie.- Eu sinto muito, amor. Sei o quanto isso está abalando você, e sei também que parece um beco sem saída, mas esses bandidos não são perfeitos, em algum momento eles vão dar algum deslize. Só
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