A vida de Sarah Mitchell se torna uma bagunça quando precisa substituir o seu pai na empresa da família após uma tragédia. Por causa disso, o seu caminho se cruza com a atraente e intrigante Alexandra Ayers. Apesar de não admitirem os seus sentimentos, elas mergulham de cabeça em uma relação de paixão e luxúria. As coisas estão relativamente bem até que Sarah descobre um terrível segredo de Alexandra. Até onde você iria por amor? Quais são os seus limites para o perdão? Como definir o que é amor e o que é ódio? Sarah passa a enfrentar um drama pessoal e o seu caráter é colocado em xeque!
Leer másOlhei diretamente para o rosto do homem: ele estava com os olhos entreabertos e lágrimas desciam lentamente por sua pele pálida. Quanto mais ele tentava, sem forças, me tirar de cima do seu corpo, mais eu apertava as minhas mãos em volta do seu pescoço. Eu o queria morto e em breve ele estaria.
Mantive a frieza. Nunca havia sentido tanta raiva por alguém.
— Por favor, eu tenho uma filha. Pare! Por favor, ela não pode me perder. — O homem insistia em falar, com a voz entrecortada, falha, sem fôlego. Mas isso não me abalou. Falando com sinceridade, aumentou ainda mais o meu ódio.
— Ela não... Não vai conseguir viver sem mim. Eu...
Ele não conseguiu completar a última frase. Não parei de esganar até vê-lo sem vida sob as minhas mãos, sob o meu corpo.
— Você a ama? — Perguntei para o nada, após vê-lo falecer. Levantei, calmamente, ainda o olhando imóvel no chão. — Enquanto retirava as luvas pensei o quanto ele era desprezível.
Respirei fundo e olhei em volta. Eu tinha que terminar o que havia começado. Matá-lo não era suficiente, mas eu não sabia ao certo o que mais ele merecia.
Quando fui ao seu encontro só tinha em mente cumprir a minha promessa, mas, ao vê-lo, a minha ira aumentou. Eu queria torturá-lo por vários dias, porém não seria viável e eu estava sem tempo. Poderia, apenas, ter atirado, mas seria pouco e não iria me satisfazer. Então, eu o estrangulei, entretanto, isso também não estava sendo o bastante. Quando ele mencionou sobre ter uma filha, minha mente abriu um leque de possibilidades.
— Vou destruir a sua família. Deveria ter deixado você vivo para ver. — Sussurrei, com um sorriso maléfico, olhando novamente para o corpo.
Eu estava no seu escritório em plena madrugada. Não tive problemas para entrar e nem para sair. Fiz tudo o que precisava e o que eu tinha improvisado o mais rápido possível. Tudo ocorreu como eu havia planejado. Para não sobrar evidências, provoquei um incêndio que aos olhos das autoridades seria apenas um acidente.
Enquanto o fogo começava a consumir tudo, saí da sala em direção ao elevador. Desci até o estacionamento subterrâneo, que estava praticamente vazio, com exceção de três carros estacionados. As câmeras de segurança já tinham sido todas sabotadas antecipadamente, portanto, não havia motivos para correr.
Consegui ouvir os meus passos, tamanho era o silêncio. Andei tranquilamente até me aproximar de uma porta que dava acesso à rua. Alguns metros depois, fora do edifício, alcancei a minha moto. Respirei fundo, coloquei o capacete, montei e dei a partida. Enquanto ia embora, olhando pelo retrovisor, sorri em triunfo vendo o prédio em chamas.
SARAH Uma vez, eu fiz um pedido a uma estrela cadente: eu queria que a minha paixão fosse correspondida. A resposta veio no dia seguinte. Aos quinze anos de idade, eu me vi apaixonada por minha amiga. A dona do belo par de olhos verdes, cabelos negros que desciam até a cintura, nariz empinado e boca rosada. Recordo de termos sentado no chão do meu quarto, uma de frente para outra, numa noite de verão e, com o coração acelerado, contarmos nossos segredos mais íntimos. Eu tinha certeza de que ela iria dizer que também sentia o mesmo por mim, mas quando Brenda confessou sua paixão por outra pessoa, eu menti dizendo que estava interessada em Luke, seu irmão. Essa mentira quase custou nossa amizade, quando neguei o
ALEXANDRASarah e eu entramos de mãos dadas no Angels Orphanage. A pequena instituição abrigava crianças de várias idades, desde os recém-nascidos, até os adolescentes. Um lugar pequeno, aconchegante e tranquilo, mas certamente, nenhuma daquelas crianças queria crescer ali. Infelizmente, eu só poderia levar duas. Eu não queria dar falsas esperanças a eles, então, decidi que seria melhor conhecê-los somente quando tudo estivesse legalizado. Eu estava ansiosa para vê-los e com receio de que eles não gostassem de mim.Fomos recebidas pela zeladora do lugar, a Sra. Ophelia Carter: uma mulher loira, alta, de olhos verdes, com seus cinquenta e poucos anos de idade, carinhosa e extremamente simpática. Ela nos apresentou o lugar.— Achei o seu caso muito curioso, Senhorita Ayers. Não é comum recebermos pedidos de ado
Densas lágrimas desceram por minha face depois de ter dado a última pincelada na tela. Recuei dois passos e vislumbrei os olhos verdes atrás da máscara preta que escorria sobre o rosto conhecido.Escondida do mundo dentro do meu ateliê, eu fiquei cansada de pintar paisagens e ao tentar passar para uma imagem tudo o que eu sentia, eu não me surpreendi com o resultado: eram os olhos dela! Eram os olhos de Alexandra Ayers que permaneciam atrás das minhas pálpebras, eu estando acordada ou não.Completamente exausta por tentar esconder os meus sentimentos, simplesmente coloquei-os para fora. Tive certeza de que eu nunca iria esquecê-la e então, como no começo da nossa história, voltei a sentir ódio.Senti ódio por tê-la conhecido naquela festa de halloween, ódio por sentir fraqueza perante ela a ponto de colocar em risco minhas amizades e perder totalme
SARAHEu ouvi atenta a última resposta de John Myers para Luke:— Kendall!— John, você tem certeza de que esse é o nome que Nikki disse?— Absoluta!Nos últimos minutos da "visita", nós conseguimos descobrir a peça que faltava para completar todo o quebra cabeça: John contou que tinha ouvido uma conversa por celular, na Ayers, entre Nikki e a sua irmã, uma mulher chamada Katrina Kendall. Assim que ouviu o nome, Luke, espantado, sussurrou para mim:— Ela está sendo procurada pelo FBI!Não foi difícil chegarmos à conclusão de que "April Wiley" era o nome de outra pessoa que Kendall estava usando. Nikki foi assassinada pelo o meu pai e a sua irmã queria vingar-se de mim, e ao que parecia, para ela, a melhor forma seria ferindo Alexandra.— Provavelmente ela sabia sobre o caso entre
Os minutos se arrastavam enquanto a dor me consumia.— Eu sou uma assassina! Eu matei duas pessoas! — Gritei repetidas vezes em meu pensamento.Eu iria me condenar pelo o resto dos meus dias pelo assassinato de Nikki! Deixei de desejar a prisão e comecei a ansiar a morte.Enquanto eu chorava, April contou ainda que a sua irmã mais nova usou um sobrenome falso, e com o nome Nikki Lawson, ela trabalhou durante alguns meses, disfarçada como assistente, na empresa de Jake.April voltou a sentar e a sussurrar com a arma pressionando seus lábios:— Quando vocês duas se conheceram, Nikki já estava investigando Jake Mitchell. Acho que ela se esqueceu de contar esse pequeno detalhe, não é mesmo Lex? Não era assim que ela chamava você?Não respondi. Nem poderia, pois não conseguia parar de chorar.— Ela optou por não c
ALEXANDRADepois que conheci Sarah Mitchell a minha vida teve uma verdadeira metamorfose.Tive esperança de ser uma pessoa melhor e quase acreditei que eu era uma pessoa normal e que não sofria com um transtorno psicológico. O meu sentimento por ela era muito mais do que uma simples paixão: era uma necessidade insana de tê-la que acabou tornando-se um vício. Ouvi-la dizer que me odiava abriu um enorme buraco em meu coração e quando ela saiu furiosa jurando que não nos veríamos mais, senti todas as coisas ruins que me perturbaram antes inundarem o meu peito.Ainda no chalé, impedida por Henry de segui-la, me entreguei a dor, a raiva e ao pranto sem nenhum pudor. Eu queria chorar até expulsar tudo o que sentia por ela de dentro de mim e quando finalmente consegui me acalmar, eu quis vê-la novamente e isso confirmou que eu não poderia lutar contra este s
Último capítulo