Capítulo 1

Hoje acordei e fui direto até a oficina de meu pai.

Eu: Bom dia pai - falei lhe dando um beijo na bochecha.

Pai: Bom dia filha - falou enxugando o suor.

Fiquei um tempo treinando com uma espada e logo fui almoçar.

Nunca gostei de tomar café da manhã, apesar de ser a principal refeição. 

Nossa comida não é muita, mas dá para se sustentar. 

E com minha mãe de cozinheira, até uma pedra se torna comestível.

Ninguém da vila se aproxima de mim.

Várias damas e suas filhas se afastam por saber dos meus interesses. 

Algumas me ignoram, mas outras como a maioria da vila criticavam e me afastavam.

Com o tempo eu aprendi a não ligar para eles e sim em apenas viver.

Sou uma menina bastante meiga, mas quando é preciso viro outra pessoa.

Me sentei junto a minha mãe na mesa e esperamos meu pai que logo se juntou a nós para comer.

Nossa vila é pequena, mas não tão pequena assim.

Como em todas as outras, a nossa tem pessoas pobres e pessoas ricas.

O bom é que uns ajudam os outros. 

Tirando a implicância em mim, a vila é muito unida.

No meio da tarde, quando o sol brilhava alto no céu fui andar pela vila.

É assim que eu penso em tudo que acontece. Andar me ajuda a espairecer. 

Vi o pequeno mercado no centro da vila e andei até lá. 

Nosso mercado é bem amplo contendo várias barracas de comida e de roupas. 

A maioria das roupas vendidas foram feitas por minha mãe e isso lhe dá o título de costureira da vila.

Várias pessoas da minha idade ficam nesse lugar em busca de maridos. 

A idade certa para se casar de acordo com as pessoas, era a partir de 17 anos.

Nunca dei a mínima para essa regra. Só irei me casar se for por amor, igual a meus pais.

Todo dia eu via o carinho que um tinha pelo outro. 

Eu queria que alguém me olhasse assim. 

Continuei andando até me sentar em uma pedra.

Estava em um lugar onde só havia grama.

Por ser perto demais do muro muitos não se aventuraram aqui, mas eu me sinto em paz nesse lugar. 

Sorri para o nada e me perdi em pensamentos.

Algum tempo depois me levantei e voltei para casa, não me arriscarei em ficar no escuro.

Quando cheguei, tomei um rápido banho e ajudei minha mãe com a janta, logo após fui para o quarto. 

Me deitei e comecei a olhar para o teto, pensando em como será minha vida daqui a alguns anos.

Provavelmente ninguém dessa vila irá se interessar por mim, não por ser feia, mas por gostar de coisas inapropriadas para uma dama. 

Pensando nisso rapidamente adormeci.

Acordei assustada no meio da noite com um barulho muito alto.

Me levantei e fui até meus pais que  olhavam a janela.

Eu: O que aconteceu? - perguntei assustada.

Pai: Alguém está tentando derrubar o muro - falou me fazendo arregalar os olhos.

Eu: O que? - perguntei susurrando.

Mãe: Mas não se preocupe, os soldados já foram falar com o rei - falou me abraçando.

Voltei para meu quarto e deitei para esperar o sol nascer, já que não  conseguirei dormir mais. 

No outro dia, a vila estava cheia de soldados reais.

Fui com meu pai para sua pequena oficina e me sentei em um banquinho observando suas mãos trabalharem.

Seu trabalho é bastante requisitado pelo rei. 

Meu pai é ótimo no que faz, mas apesar de tudo seu trabalho é muito cansativo.

Ficava horas apenas observando seu trabalho com as espadas, elas me cativam de uma forma imprecionante.

De vez em quando ele me olhava e piscava um de seus olhos azuis. Os quais eu tive o prazer de puxar. 

Sou morena dos olhos azuis, igual a meu pai.

Já minha mãe é loira dos olhos castanhos.

Os dois ainda estão muito bem conservados para a idade que tinham. 

Sai dos meus pensamentos com minha mãe entrando no pequeno local e me chamando para ir com ela na feira.

Me despedi de meu pai e a segui.

As pessoas na vila só sabiam falar sobre o ocorrido dessa madrugada. 

Eu não estava muito diferente, morria de medo de algo acontecer.

A cada dois passos dados, trombava com um guarda.

Muito dos guardas eram bastante novos.

Várias garotas se encantaram com eles e provavelmente seriam pedidas em casamento.

Senti felicidade por elas, apesar de me tratarem mal. 

Ser guarda real é um dos empregos mais requisitados nos reinos. 

Todos da guarda são honrados e prefeitos para se tornarem maridos.

Mãe: Hope - me chamou. 

Olhei para ela e a vi apontando para um canto. Olhei e vi 3 soldados me encarando e sorrindo. 

Apesar de serem bastante bonitos, não quero ser pedida em casamento. 

Eu: Mãe a senhora mais que ninguém sabe que não quero me casar - falei suspirando. 

Mãe: Eu sei, mas é desejo de toda mãe ver sua filha casada e construindo sua própria família - falou com ar sonhador.

Odiava a desapontar desse geito. 

Eu: Tudo bem, vamos fazer essas compras logo - falei a puxando para irmos mais rápido.

Compramos tudo que era necessário e voltamos para casa. 

Até agora não ouvimos novamente  aquele barulho, então significa que quem estivesse querendo derrubar o muro, tinha desistido. 

Mamãe preparou um rápido jantar e logo estávamos dormindo.

Acordei novamente de madrugada com gritos de alguns soldados e o barulho de alguém batendo na muralha.

Parecia algo grande, muito grande.

Me levantei e fui até o quarto dos meus pais.

Me coloquei no meio dos dois e respirei fundo.

Posso parecer criança, mais só me senti segura no meio deles. 

Fechei meus olhos e senti a mão de minha mãe acariciar meus cabelos. 

Logo adormeci em meio aos barulhos.

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