៚• sangue matinal • ៚

Bethânia Acliard Arcanjo.

                       »»»Flashback on»»»

- Eu disse que te protegeria e que nada.... Nada e nem ninguém lhe faria o mal que fizeram comigo. 

Mas parece que tudo conspira pra que eu te perca Daphine!!!... Então fica perto de mim! 

                     »»»»flashback off»»»»

Retornando para a vila,ninguém dizia se quer uma palavra. Cherife Darryl, ficou cabisbaixo todo o percurso, e Bethânia nem olhava para o seu rosto. Eu não sabia oque dizer, e nem como seria dali pra frente,se por acaso eu tinha que voltar para cela ou para as montanhas de Cristal . Então, resolvi perguntar... 

-Oque vão fazer agora??? -Quebrei o silêncio. 

Os dois pararam atentos,olharam para mim, e depois um para o outro. Nesse instante percebi que nem se lembravam que eu ainda estava ali. 

-Oque foi?? Se a pergunta é..."Você não foi embora ainda sangue suga?" Não! Eu não fui!... 

-E oque você ainda está fazendo aqui?Um problema já não é suficiente!!! Perguntou o cherife, que por acaso não estava satisfeito com minha presença. 

-Eu? Problema? Por acaso foi eu que entreguei o petisco pras bruxas?- Provoquei, já irritado. 

Bethânia sorriu , ela continuou andando mas pude ver em seu perfil no canto de sua boca, enquanto isso o velho não disse um "Piu". Não queria ser cruel com ele, a situação já estava sendo demais além de que Bethe não dizia uma palavra ,talvez fosse uma forma de tortura-lo ou de se recompor em meio a situação .

-Bethe... Oque vamos fazer com esse atrevido?-Receoso ...perguntou baixinho. 

-Nada! Deixe ele ai ,ajudou mais que você!... (Frieza)Temos coisas piores pra nos preocupar. 

-Bethe...sabe que não fiz de propósito...voce sempre espanta os inimigos em minutos...pensei que já tivesse as expulsado e decidi ir até vocês...me desculpe- 

Ele pediu essa triste desculpas e se entregou ao silêncio que tomou conta mais uma vez do ambiente. Podia-se escutar apenas as corujas,grilos ,e o vento em meio as folhas,mas Bethe mesmo não disse nada, apenas continuou andando á frente, e do mesmo jeito a seguimos. 

Logo chegamos a vila , se vía o rastro de destruição que ficou daqueles poucos minutos de conflito. Os cidadãos tentavam concertar os estragos e alguns sem rumo, outros se queixavam do acontecido . Assim que nos viu sair da mata o menino ruivo veio em nossa direção .

-Esta na delegacia com Ophelia,ela ta fazendo ele falar!-

Foram as únicas palavra que entendi com clareza,ja que prestava atenção em tudo ao meu redor. Bethe fez que sim com a cabeça e o seguiu . E quando eu estava prestes a segui-la, o velho colocou o antebraço em meu peito com força ,empurrou-me para trás impedindo. 

-Você não! Volta pra sua "toca"....provocou-me - E marchou em direção a delegacia. 

Okay... Eu disse que seria um novo Fersen, por isso não vou degolar esse velho medíocre. Além de que isso me traria sérios problemas com o pessoal daqui , entretanto decidi que iria e espionaria pela mesma janelinha só que,agora,pelo lado se fora.

Quando cheguei mais perto, por pura coincidência encontrei a porta aberta, pensei muito bem antes de tomar qualquer atitude, demorei uns minutos pra me decidir,mas por fim...entrei. Havia um corredor escuro com uma luz no fundo e de lá ouvia-se gritos e vozes. 

Andei mansamente até o fim do corredor e me escondi na parte escura na beira da entrada,aonde não havia luz, e de lá podia escultar os gritos de agonía do troll e a voz da tal Ophelia . 

-Vou te dar mais uma chance !!!okay?(tom ameaçador) Aonde fica o covil? - Ela perguntava. 

-Eu não seii!! Elas sempre me...me(sentindo dor) vendavam antes de sair e de voltar... Urrrg eu jurooo! -

Ele respondia desesperado e ofegante , sua voz era rouca e áspera, eu podia sentir que talvez ele realmente tivesse dizendo a verdade . Quem perderia todos os dedos pra proteger as bruxas que aparentemente o tratavam com desdenho e indiferença depois de tê-lo largado no território inimigo?... 

-Arranca outro dedo!.... 

Ela deu a ordem . E eles torturaram o " pobre" por minutos e mesmo assim não alcançaram resultado algum. Era a hora de interferir, aquilo não iria funcionar, a manhã já estava se estendendo, na noite do dia seguinte era eclipse, então... Só teríam um dia para achar a garota antes do ritual das bruxas . 

-Bisbilhotando eim...se quiser participar da tortura é só pedir!!Se é que sobrou algum dedo lá para você.. Hahaha. - Bethânia apareceu repentinamente no meio das sombras. Não parecia tensa como antes e ainda brincou... 

-você não está brava?- Perguntei curioso. 

-Não tenho tempo para ficar brava... Tenho que achar Daphyne antes do nascer do sol! Mas a técnica de Ophelia não parece estar funcionando- Respondeu seria. 

Eu queria a ajudar , e podia !! Aliás sabia aonde ficava o covil das bruxas, sou um leitor renomado de livros de bruxaria e rituais , e em um deles á uns 50 anos atrás descobri o mapa com a direção e o caminho . Mas diferente das próprias bruxas, lia apenas por hobbie e curiosidade, portanto, poderia se quisesse levá-la até la. Mas porque eu faria isso? pelo oque me lembro sou para eles apenas um problema, pensei, mas logo... melhor , e me inclinei para perto de seu rosto . 

-Sei onde fica...- (Sussurrei) Baixinho em seu ouvido. E me afastei em seguida para olhar mais uma vez em seus lindos olhos. E eles brilharam, pareciam ter encontrado a luz do dia, e infelizmente encontraram. Pela janela entravam os raios de sol que chamou a atenção de todos na delegacia. Que começaram a murmurar... 

-O sol nasceu... Só temos um dia... Oque vamos fazer? 

Perguntou desesperado o garotinho ruivo olhando para as faixas luminosas de sol que brilhavam na palma de sua mão. 

-E você só diz agora... Depois do coitado sangrar até morrer? Meu deus vocês vampiros me assustam...- (Tom ironico)

- pensei que não iria querer a ajuda de um "sangue suga " - Frisei. 

Neste momento queria que Bethânia soubesse que era a hora de parar de me tratar como um inimigo. Já que claramente eu era o único que poderia ajudá-la e apesar de tudo, eu ia. 

-Você vai me ajudar "Romeu "? - 

-Meu nome é Fersen...(suspirei)...E oque eu ganharia com isso?-

-Oque você quer ganhar espertinho? -Perguntou e cruzou os braços desconfiada. 

-Tenho muitas perguntas...quero que me responda todas ! Sem excessões...-

Poderia pedir mil coisas mas, oque eu mais queria era sanar minas dúvidas. 

-okay...mas não agora,estamos mais que atrasados !!-

Ela disse olhando para a sala de tortura e entrou nela em seguida, e todos atestaram para a mesma . 

-O sanguiss...(Pigarreou) Fersen sabe aonde fica !!- 

Disse apontando para a porta aonde eu estava escondido. (...) sai devagar da sombra,tampado pela vergonha. 

-É... Eu ainda tô aqui! - Afirmei enquanto saia do escuro... 

-E por quê? -Perguntou o cherife cruzando os braços,mas ignorei friamente. 

-Então vamos! O sol acaba de nascer !!! Respendeu a mulher de cabelos escuros , Ophelia . Já apressada.

-Não Ophelia ! Você e seu pai ficam na vila, há muitas pessoas precisando de vocês...Aliás essas casas não vão se reconstruir sozinhas ...muitos estam desamparados ! Vão até as montanhas peçam a ajuda de Savana, os Metamorfis vão ajudar a organizar tudo e Henola tem encantamentos para os feridos. Izaque vem comigo!-  Ela deu as ordens e todos acenaram que sim com a cabeça. Bethânia saiu desfilando pela sala, determinada fazendo a missão parecer fácil demais. A ideia de invadir um "formigueiro " como se já tivesse feito isso milhares de vezes era sem dúvidas uma das piores. Me toquei ! Izaque era o garoto ruivo,e Ophelia a mulher de cabelos escuros e filha do "Carrancudo " - (o cherife)...mas quem seria Henola e Savana? Ansiava por conhecê-las , tantas figuras peculiares neste lugar e percebi que todas são originais, perfeitas para retratar em minha autobiografia,então guardei todos os nomes que ouvi para prescrever em seguida. 

Os segui para fora da delegacia , e marchamos direção a floresta . 

-Qual é o plano? -Perguntei. Acompanhando-os com passos apressados. 

-Você precisa de um?-perguntou ela de peito estufado . 

-E você não?...Vamos assim? Sem armas e estatísticas ...?-

-você sempre responde uma pergunta com outra pergunta? - 

Comentou Izaque, tirando o foco do que estava sendo dito, e assim ninguém respondeu a respeito da minha dúvida iminente, me deixando de mãos atadas sem esperança de voltar vivo dessa jornada .. Entramos na floresta que pode ser linda a luz entre as árvores,mas é obscura nos estreitos. As criaturas que vivem aqui são horrendas e nada piedosas com quem tem sangue nas veias. A caminhada seria longa e o silêncio tomava conta do clima matutino. Bethe mesmo sem saber o caminho andava na frente cortando os galhos e plantas que atrapalhava a passagem, eu e Izaque seguiamos atrás tentando não encomoda-la meio aos seus pensamentos. No meu caso pensava na madrugada anterior,no quão repentino foi e esta sendo esses acontecimentos. 

-porque está nos ajudando??- Perguntou Izaque interrompendo meus delírios. Talvez só quisesse quebrar o silêncio. 

-Posso dizer que ando entediado... Porquê a pergunta?- brinquei

-Bom nós te prendemos em uma cela e te chamam de sangue suga sempre que podem, Além de que o cherife não gosta nada Vampiros! E Bethe te ignora .... -Tagalerou o menino. 

- E você?gosta de vampiros?-Perguntei. 

-Nada contra...minha espécie é mais odiada que a sua,por isso não tenho tempo pra odiar ninguém!-Ele respondeu falando cada vez mais baixo. 

-Sua espécie ... E Qual seria ela?-Fiquei Curioso. 

-Sou um metamorf...Escolhi a forma dos yokos (Das Raposas ) mas posso ser um leônos também e as vezes um Cânis,mas as raposas são melhores e sem contar que fico bonitão nesta forma -

-Pensei que os metamorfs viviam na floresta-(Curiei) 

-viviam!...mas Savana criou um orfanato para os filhotes não passarem fome na floresta ,des de então ficam por lá. Tem casa, comida e recebem treinamento para proteger a cidade...meio que uma troca sabe?-

-Entendi...E você fugiu de lá é?(brinquei novamente)- 

-Não !!!Eu nunca vivi lá...Sempre morei com Bethe e a Daphyne- (seus olhos brilharam), era pra eu ser o guarda costas dela...mas acho que falhei novamente...-

Suspirou , e seu semblante se entristeceu , o garoto que tanto falava ficou em silêncio. Pobre menino !! Eu senti sua culpa ,pelo que eu entendi...ele era como um protetor para a garota, mas a perdeu para as bruxas, e assim não conseguiria se perdoar se algo pior acontecesse com a pequena. Mas como Bethe pode dar tal responsabilidade para um pequeno garoto? Mesmo que sua força seja de uma raposa grande. Por baixo há apenas um menino com medo. 

-Ei! Me conte essa história direito...como conheceu a tal Savana?...quando chegou em Gállegas?-

Pensei que se falasse mais dele para mim esqueceria a culpa que sentia , então fiz mais perguntas sobre seu passado. Também era uma forma de tirar minhas dúvidas, talvez seja crueldade minha me aproveitar da situação mas... 

Deduzi que não funcionaria a técnica até ele respirar fundo e se preparar, como se fosse contar uma longa história. Então meu coração encheu-se de alergia, "finalmente!!!" pensei comigo . 

-Calem-se!!!- 

A voz de Bethânia ecoou na mata, e tudo se fez silêncioso em seguida. Parada,virada a oitenta graus, olhava para o menino com olhar de ódio,suas mãos fechadas de forma que não passaria se quer uma agulha se tentassem, tremiam discretamente e eu tentava entender qual era o problema desta vez... 

-Po...porque Bethe?...Não devo contar a ele?- perguntou o menino receoso e assustado. 

-Não seu tolo!!Não sabe aonde estamos? - 

Dito isso me veio a grande ideia de olhar para cima, já arrependido arregalei os olhos após uma Arácgun (aranhas gigantes ) me olhar fixamente com seus malditos, oito olhos . Infernoooo!! Eu odeio Arácguns e todos os tipos existentes de Arác , odeio seus olhos gigantes e todo aquele pelame horrendo, odeio principalmente o modo como elas devoram suas vítimas, as enrolando num casulo amassante de teia grudenta sufocando-as . Mas se achar pouco, não te matam sufocado!! Elas sugam o seu sangue enquanto você agoniza sem ar ,até as entendo...uma "vítima assustada, um sangue mais doce e quente " . Param apenas quando sobra um resquício vermelho nas veias do coitado. Pensando nisso tremi, não movi um músculo se quer, não respirei nem falei, só conseguia devolver o olhar fixado na pestilenta. 

-Oque foi? Não se familiariza com elas? - Disse Bethe. Com mais uma de suas tentativas de me tirar a paciência. E enfim tirou. Me comparar com uma maldita Arácgun é a pior coisa a se fazer . Mas diferente da maioria eu não gritei e nem demonstrei minha irritação apenas respondi claro e de bom tom... 

-Não ! Assim como você não se familiariza com os outros demônios. Se não , assim estaria no inferno...- 

Izaque fechou os olhos e colocou a mão na testa, como se estivesse arrependido por mim, mas não me sentia assim, pude erguer meus olhos e ver o pouco dos dela, antes da sua rápida aparição quase emcima de mim , parecia furiosa mas não podia deixar me levar por isso . 

-E oque você sabe sobre mim e o inferno? - Olhava no fundo do meu corpo oco e sem alma. 

(Só para deixar claro que enquanto isso, não sei por qual motivo , a nojenta da aracgun que se estendia encima de nós não fazia nada enquanto discutiamos. Parecia até entender oque era falado. E assim continuamos) 

-Sobre você nada,mas sei da sua raça o mesmo tanto que sabe sobre a minha !!! o suficiente para julgar de acordo com os padrões. E o suficiente para alinhar que, se um "lobo" esta excluído de sua "alcatéia" , não é semblante aos demais. Mas diferente de você ,eu sei fizer isso !!!-

Pude ouvir Izaque engasgar e periféricamente vi seus olhos arregalarem , a mão de Bethe tremia, fechada e cheia de veias cujo sangue corria a milhão. Com os olhos ainda vidrados nos meus ela perguntou em baixo tom... 

-Sera que até quanto tempo você consegue fazer isso?...Fingir ser um sangue suga diferente dos outros? Então você diria que não bebe sangue? Que quando bebe não machuca ou mata alguém?ou você mata ou você morre de fome !! Sendo assim oque Há de diferente em você Fersen? - Achando que não haveria uma resposta paa sua ridícula penca de perguntas , Bethânia esperou uns segundos e logo se virou de costas para mim e iria seguir em direção a Arácgun. 

-Mas eu....estou morrendo!!...-Era doloroso dizer. Mas prefiria a morte que matar para sobreviver,sempre senti que isso fosse errado de alguma forma,mas nunca disse a ninguém ,minha fuga nao teve apenas o motivo mais simples como o livro ,mas sim vários ,complicados , e todos emergem coisas que não gosto de relembrar. Por isso logo depois de falar me arrependi, mas nada podia fazer... Bethe já tinha entendido mesmo antes de eu explicar. 

-oque você quer dizer ...com ..."estou morrendo"?...nao me diga que é oque estou pensando...-Ela arregelou seus olhos e moveu as sombrancelhas para cima, como quem já analisou os fatos. 

-Sim...é isso mesmo!Não como a meses, portanto morrerei ! Esta satisfeita com a descoberta?-Me senti gratificante, pude provar minha análise de que éramos diferentes, e durou tão pouco quanto a minha alegria... Ela começou a rir e cada vez mais auto, fazendo as Aracguns ouvirem e virem em nossa direção, pararam meio as árvores . No escuro do matagal seus malditos olhos brilhavam em vermelho. 

-Esta ouvindo isso Izaque?hahahhah Patético!!-Os dois caíram na gargalhada, e eu não entender nada. Prestava mais atenção mas pestilentas se aproximando. 

-Dá para vocês dois pararem?!!! Vamos ser devorados seus idiotas!!!!-Nervoso, e já aumentando a voz para chamará a atenção dos dois que não paravam de rir, me entreguei ao desespero, elas estavam se aproximando cada vez mais, muitas delas, e aqueles olhos.... 

-Mas do que você esta rindo??você preferia que eu matase?que eu bebesse o sangue de quem tivesse vontade? Eu não serei assim!!! E você que se dane!- Gritei já me transformando para a luta contra as Aracguns e ao mesmo tempo, elas avançaram para o ataque. Meus olhos escureceram, e pudia ver tudo saturado em minha volta, tudo que estava vivo e quente era colorido em degrade verde, amarelo, laranja e vermelho.Meus músculos endureceram e meu soma de energia vital fez ventar na floresta.

A primeira pulou para me abocanhar , me esquivei rapidamente e parti-a ao meio apenas com as mãos. A segunda parecia maior e mais rápida, tentava me acertar com sua teia grudenta,mas desviei com pouca dificuldade mas ela era existente, já na terceira e quarta eu fraquejei. As duas vieram ao mesmo tempo e uma delas me agarrou com duas de suas oito patas , tentei me soltar mas a outra começou enrolar-me com o fio de teia que é forte como fios de cobre.

Um momento de pura tensão e adrenalina,me vi quase totalmente coberto de teia quando uma adaga cortou partindo onde minha mão direta estava presa ,me dando brecha para arrancar o resto de teia do meu corpo e descobrir meus olhos. Assim pude dar uma bela surra nas duas pestes. Conjurei meus machados e as parti em pedaços. No chão espalhado todo aquele fluido roxo . Bethe não fez esforço algum, com alguns movimentos quase invisíveis, fazia picadinho de Aracgun, e Izaque se sentou uma pedra e ficou por lá. E não demorou muito para que todas estivessem mortas e totalmente estraçalhadas. Já todo "lambuzado" e ofegante , me deitei em cima de todos aqueles pedaços, e Bethe se enfiou no mato , estava cansado demais para ir atrás,e já que Izaque nem se importou,resolvi permanecer deitado. Suado , me sentia acabado ,ainda bem que todas as pestes naquele local se converteram a sua forma líquida (Eca) coisa nojenta. Ofegava olhando para o céu, quando Bethânia saiu detras dos arbustos e veio...parando em pé, e olhando para meu rosto. A visão de seu corpo de baixo para cima seria melhor em outras circunstâncias. E era só nisso que eu pensava quando fui interrompido... 

-Fersen...escute...voce é um tolo! Não matar não faz de voce melhor ou mais especial que ninguém,faz de você um vampiro faminto e fraco. Voce ainda é um sangue suga de merda,só que diferente dos demais da "alcateia" você é um "lobo" morto! Eu entendo suas intenções,mas aqui neste mundo para sobreviver você tem que comer! Agora...se o problema é matar...eu fiz isso por você...Beba!!!-

Ela esticou sua mão ensanguentada, e nela segurava um Coelho fresco ,o sangue pingou em mim, e eu podia sentir o cheiro.

  -vôc...oqu...nã...?- A cada palavra incompleta uma gota caia diretamente em minha boca. Foi dolorosa a tentativa falha de não tomar aquele sangue,eu senti culpa por querer tanto... Logo percebi que não era pela morte do pequeno, ja que não o matei certamente,"entao porque seria?" "Será que devo?" os mil pensamentos não paravam quietos naqueles poucos segundos . Mas o cheiro,a cor, a grande sede ,fome e a minha natureza...minha maldita natureza falou muito mais alto que qualquer senso crítico. Mesmo com a maior das raivas que sentia da Bethe naquela hora ,je entreguei... Abri devagar a boca e deixei que a vida do Coelho descesse quente pela minha garganta, doce, amargo, azedo e salgado. 

O sangue do pobre escorreu e com ele lagrimas. Não sabia distinguir as emoções, (não me pergunte) . Só sei que odiava o fato de ter sido submisso as ações malignas de Bethânia,e feliz por finalmente ter cessado a cede de dias e até mess . Mas culpado, mais uma alma perdida porquê nasci na pior das raças existentes. Fechei os olhos e senti meu corpo voltar a ter cor,meus sentidos se fortalecerem. Não percebia que antes estava fraco até tal manhã . Suspirei aliviado. Quando a última gota caiu, passei a língua em meus lábios . Olhei para Bethe que devolvia o olhar satisfeita de uma forma sombria, como se aquela cena lhe desse gozo. 

Ela jogou a carne para o garoto, que ainda descançava na pedra que assim que recebeu devorou sem dó o corpo do animal. 

A cruel ainda de pé diante de mim, me olhou e deu um sorriso satânico,mordeu o lábio inferior ,e saiu satisfeita. Me sentei naquele chão, imundo e fedido, coberto de Aracguns, ou pelo menos oque sobrou delas, e essa foi a única vez naquela manhã, que os meus pensamentos não me perturbaram mesmo que fosse uma ótima hora para isso. 

Olhei para frente e lá estavam os dois... Andando sem se preocuparem da minha existência , assim pensei mas logo, Bethe parou e olhou para trás e assim ficou até que eu levantasse em meio aqueles cadáveres , e assim laventei. Quando cheguei para junto deles, voltaram a caminhar em silêncio e está foi apenas a primeira parte desta jornada. 

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