Ela refletiu sobre sua vida. Sem dúvida, houve momentos de glória. Mas, para cada passo que dava rumo ao topo, alguém precisava servir de degrau. Sempre havia alguém que pagava o preço por sua vaidade.
Camila foi a primeira pessoa que ela matou.
Quem diria que essa mulher, morta há vinte anos, acabaria sendo sua ruína?
Na verdade, ela já havia se arrependido. Camila não precisava ter morrido. E se ela tivesse continuado viva? O que isso mudaria? Nada.
Mas, naquela época, era como se estivesse enfeitiçada. O ódio por Camila a consumia, e, embriagada pelo amor de Felipe, acreditava ser intocável. Sentia-se acima de tudo e de todos, como se o mundo estivesse ao alcance de suas mãos, protegida por ele.
No fim, o amor de Felipe por ela não passava de uma miragem ridícula.
Tânia agarrou os cabelos com força, arrancando mechas inteiras de fios grisalhos. A dor a trouxe de volta à realidade. Enfim, ela enxergava com clareza o quão egoísta e frio ele era. Felipe nunca a amou.
Mas