Alisson Parker
Acostumada com a sua cidade pacata, Alisson se depara com uma manhã bastante agitada. As ruas de Guimarães se encontravam cheias de turistas, afinal, estava na melhor época do ano: a primavera. Um ponto positivo para o seu trabalho na floricultura.
— Bom dia, Vera — sorrindo, ela cumprimenta uma senhora bastante simpática. Senhora Vera, com seus oitenta anos exala simpatia e gratidão pela vida. Todos os dias ela se senta em frente à floricultura a espera de uma flor, um ato que se repete dia após dia.
— Lindo dia, querida Ali — sua voz ainda que cansada pelo tempo não deixa de mostrar felicidade ao falar seu apelido mais que querido.
Sua loja de floricultura se encontrava no centro da cidade e o lugar com poucos habitantes fazia seu comércio um ponto muito conhecido. Com um sininho na entrada, ela sempre sorria todas as vezes que alguém abria e fechava a porta.Scott achava um pouco antiquado, mas nem isso a impedia de se sentir satisfeita, já que sempre quis ter um desses.
Havia, de uma parede à outra, diversos vasos decorativos, e no meio, um caminho de flores que ela tanto amava. O balcão onde ela atendia ficava no final, em frente à porta.
Respirando aquele ar puro e nostálgico, ela começa o seu dia atendendo aos clientes. Ora buscando flores para as namoradas dos homens apaixonados que entravam na loja, carregando belos brilhos nos olhares. E em outro momentos, ela se encontrava procurando arranjos para casas.
— Você é razoavelmente inteligente, Alisson Parker — sua voz sai em um tom baixo e flertivo.
— Você é razoavelmente bom com elogios, Scott Miller — responde à sua citação de A Culpa É Das Estrelas. Tem quem não goste, mas virou um dos filmes preferidos de Alisson.
Quem olhava para ele não imaginava quão romântico ele poderia ser. Com um metro e oitenta, um corpo definido pelos anos que frequentou a academia. Com seus olhos castanhos e um sorriso encantador, Scott arrancava a maioria dos seus suspiros. O namoro já durava há quatro anos.
— Vim buscá-la para um pôr do sol, pode me conceder essa honra, minha flor? — o convite dele, sem dúvidas, é irrecusável.
— Claro, vamos — Ela tranca a loja, e ao sair, nota que essa hora a dona Vera já foi para sua casa, e de mãos dadas os dois caminham pelas ruas.
Eles são agraciados por uma prainha que tem vários pontos de luz na água. Sentados na areia, Alisson apoia as costas contra o peito de Scott, e juntos observam o pôr do sol. Uma brisa fresca bate suavemente pelos corpos e o silêncio confortável que se instala é bem vindo ao ambiente.
— Tudo certo na floricultura? — A pergunta de Scott sai baixa nos ouvidos da garota.
— Sim... tem aparecido bastante turistas. Dona Vera também alegra as manhãs.
— Aquela velhinha fofoqueira?
Nem tudo é perfeito, certo?
O comentário não agradara a Alisson, mas não é a primeira vez que ele fala dela.— Ela não é fofoqueira, não fale desse jeito.
— Calma minha flor, sabe que estou brincando — com um beijo na bochecha ele suaviza a sua voz.
— E seu trabalho?
Scott trabalha na empresa dos seus pais. Sendo o chefe, ele tinha o respeito de várias pessoas.
— Ah, tive que contratar outra secretária. Meu Pai simplesmente colocou uma senhora do meu lado, sem cabimento.
— E quem você contratou?
— Flor... não vamos falar disso agora. Que tal aproveitarmos esse tempo e depois podemos ir para a minha casa?
Seus braços rodeiam o corpo e com um puxar dos seus dentes no lábio inferior dela, ele já sabe a resposta.