Henrique
— POSSO entrar? — pergunta Marcone segurando a porta entreaberta da minha sala.
— Claro — confirmo fechando a janela do Excel e voltando minha atenção para ele.
— Nós mal conversamos desde que você voltou de viagem, cara — elucida indo até o mini-bar, servindo-se de uma dose de uísque.
— Por que você sempre vem pra cá quando quer beber? — indago erguendo minhas sobrancelhas para ele.
— Porque alguém precisa beber essa belezinha, meu amigo — explica ao levar o copo aos lábios, caminhando até a minha mesa e sentando-se de frente para mim. — Então, alguma novidade? — pergunta, curioso.
— Sim, pedi o divórcio e vou ser pai — comunico. Marcone tosse, quase esgasgando-se com a bebida, e olha para mim completamente perplexo.
— Que merda é essa, Henrique? Isso lá é brincadeira que se faça? — questiona, irritado, passando a manga do palitó sobre os lábios.
— Eu não estou brinc