Dante finalmente conseguiu ficar sozinho em casa. Após expulsar Ellie, pediu para Maura ir embora também, ela ficou preocupada, mas aceitou.- Senhor, estou indo, mas a comida já está pronta, só colocar o prato no microondas. Por favor, não pule refeições senão ficará doente novamente.Dante sorriu de canto, abraçando a governanta que sempre se preocupou com ele e com Ivy.Maura não era velha, uma coroa enxuta em torno dos 55 anos. Sempre muito bem arrumada em seu uniforme, com seus cabelos impecavelmente penteados. Apesar de sempre muito afetuosa, nunca perdeu a postura e sempre soube se portar.- Obrigado Maura, não irei pular as refeições, vou tomar o café agora e vou sair um pouco. Te vejo amanhã. Bom descanso.Maura saiu após o abraço, preocupada com Dante que estava com a fisionomia ainda abatida, tinha medo de algo ruim acontecer.Após tomar café, Dante se arrumou e foi até a empresa, não iria trabalhar ainda, mas queria v

Tempos depois, ainda em frente ao espelho, Dante via suas lágrimas escorrerem por suas bochechas. A imagem que via no espelho parecia de outra pessoa, não conseguia reconhecer a própria imagem refletida.Um buraco se estabeleceu em seu peito, a lembrança de Pedro o amaldiçoando girava em sua mente.As memórias iam e vinham, seu pai, sua mãe, a indiferença de seu irmão, Ivy dizendo que ele deveria viver com o peso de suas escolhas, tudo começou a girar em sua cabeça a ponto de ficar tonto e desmaiar.Ele ficou ali no chão, desmaiado até o dia seguinte, quando Maura chegou.Ela vendo a casa bagunçada com os móveis todos quebrados ficou assustada e apreensiva, correu rapidamente para o andar de cima entrando no quarto de Dante o encontrando jogado no chão.Maura o acordou devagar, balançando-o de leve e aguardando ele responder. Aos poucos ele foi abrindo os olhos e recobrando a consciência.Ela o ajudou a levantar e se vestir, fez

Seis anos depois…Aos 30 anos, Dante estava de volta ao normal, depois da internação e do tratamento, agora era um homem seguro, quieto e de poucos sorrisos, não trabalhava mais na LaBelle, mas não se importava mais com isso.As coisas do passado ele deixou para trás, a casa que vivia com Ivy estava vazia, limpa e fechada. Não voltou lá desde que saiu do hospital.Morava agora em um apartamento, simples e não muito grande, como sempre Maura e Carlos se mantiveram ao seu lado.O apartamento de Ellie foi vendido, não queria mais nada que lembrasse da amante que um dia ele amou e que foi a sua ruína.Suas coleções foram vendidas, relógios, quadros e também os carros.Se desfez da vida luxuosa e de ostentação que vivia, não tinha mais nada que era supérfluo, queria agora uma vida simples e tranquila. Fez outra faculdade, desistiu da administração, agora era arquiteto e seu capital foi aplicado em sua nova empresa.Sua carrei

E durante tudo isso, o jantar e as conversas, Dante sentia em seu peito uma sensação estranha, um conforto e ao mesmo tempo uma esperança. Não conseguia entender o porquê do sentimento, talvez por Giovanni já ser um conhecido ou por estar em uma terra que ele já esteve. Mas era algo que lhe reconfortava. Ao fim da noite se despediram e cada um seguiu para o seu lado, iriam se encontrar no dia seguinte em frente ao hotel para seguir ao novo empreendimento. Dante entrou em seu quarto, tomou mais um banho, colocou apenas uma calça de moletom e se deitou, no criado mudo ao seu lado, ele colocou um porta retrato com a foto de Ivy que ele carregava sempre que viajava. E como todas as noites conversou com Ivy antes de dormir. Lhe contou como foi o dia e a surpresa de encontrar Giovanni depois de seis anos. O cansaço se abateu, e ele dormiu, mais uma vez sonhou com Ivy, feliz, sorrindo para ele. Antes do dia amanhecer, Dante já estava de pé, pronto para seu treino diário, o hotel