(Ponto de Vista de Sarah)A camisa branca de Alessandro se ajustava perfeitamente ao corpo dele, com as mangas arregaçadas revelando antebraços fortes, e, à medida que o sol incidia sobre seu rosto, pequenos reflexos dourados surgiam em seus olhos escuros, fazendo-os brilhar ainda mais enquanto me fitava com intensidade.— Ei! O que faz aqui embaixo? — Cumprimentei, sorrindo e acelerando o passo.— Oi. — Ele respondeu, com a voz suave e acolhedora, abrindo os braços para me receber, e, sem hesitar, me deixei envolver naquele abraço familiar, inalando o aroma dele: uma mistura de cítrico fresco com notas amadeiradas… Que imediatamente fez meu coração disparar.— Eu estava prestes a subir. — Murmurou ele, baixinho, quase ao meu ouvido.— Vamos logo, estou morrendo de fome. — Brinquei, segurando o pulso dele e tentando puxá-lo para a entrada, mas Alessandro, em vez de seguir, fincou os pés no chão e me puxou de volta, fazendo com que eu tropeçasse e colidisse contra seu peito.A proximida

(Ponto de Vista de Sarah)Agarrei o laudo médico com as mãos trêmulas, encarando a palavra "Grávida" estampada bem à minha frente, recusando-se a ser ignorada, enquanto o coração martelava dolorosamente no peito e meus olhos percorriam as linhas repetidas vezes, como se a insistência pudesse, de alguma forma, mudar aquela realidade impossível de negar."Como aquilo podia estar acontecendo?" Minha mente girava em círculos, revivendo as noites com Adrian: o toque dele, as promessas sussurradas no calor do desejo… E a lembrança, agora tão nítida, cortava minha perplexidade como uma lâmina. Ele não usara proteção na última vez e, por mais que eu tentasse manter as pílulas em dia, devia ter esquecido de algumas doses.A constatação caiu sobre mim como um golpe. "Fui descuidada… Muito descuidada!" E agora o peso desse erro se abatia sobre meus ombros, esmagando meu ar com culpa e incredulidade.Assim que levei a mão ao ventre, um arrepio me percorreu, junto com um calor suave, mas denso, bro

Minhas mãos estavam suadas e meu coração disparava ao mesmo tempo que tentava controlar a respiração, pois a ansiedade corroía as bordas da minha determinação, ainda que eu soubesse que não conseguiria mais adiar o inevitável. A verdade precisava vir à tona, já que, apesar de tudo o que havia acontecido entre mim e Adrian, ele tinha o direito de saber.A porta rangeu ao se abrir, fazendo com que eu me virasse de imediato para vê-lo entrando no cômodo onde sua silhueta alta se destacava com rigidez, e aquele semblante frio e amargo, que havia se tornado uma constante entre nós, continuava estampado em seu rosto. Entretanto, assim que nossos olhares se encontraram, percebi uma mudança sutil: seus ombros relaxaram e seus lábios se curvaram num sorriso que, no entanto, não alcançou os olhos.— Oi, meu bem! — Ele cumprimentou de forma animada, embora a alegria forçada em sua voz deixasse um tom estranho pairando no ar. — Sinto muito por não ter conseguido te encontrar pela manhã antes de sa

(Ponto de Vista de Sarah)— Adrian, por mais que você queira, nós nunca construiremos algo como um casal. Não neste momento, não depois, nem em nenhuma outra circunstância. — Declarei com firmeza, sustentando a voz firme, apesar do tremor crescente que se acumulava em meu interior. — Não mudei de ideia sobre o divórcio. Vamos nos divorciar em alguns meses.O rosto dele se retorceu entre a descrença e a frustração, de modo que pude ver as palavras se formando em seus lábios, mas não lhe dei a chance de falar, já que estava determinada a deixar minha posição absolutamente clara.— O único motivo pelo qual contei sobre esta gravidez foi porque você tinha o direito de saber. Achei que talvez... Só talvez, você pudesse assumir a responsabilidade de ser pai e apoiar o bebê. — Segui com firmeza, afastando suas mãos dos meus ombros de forma deliberadamente definitiva, deixando evidente que aquele toque já não tinha mais nenhum efeito sobre mim.Em resposta, a mandíbula de Adrian se contraiu, e

(Ponto de Vista de Sarah)-(Flashback)Naquele dia, assim como em todos os outros, caminhei para casa depois da escola de cabeça baixa, esforçando-me para abafar tanto as risadinhas quanto os sussurros que ecoavam atrás de mim, pois Chloe e Jessica vinham logo atrás, e as gargalhadas agudas que soltavam cortavam o ar como lâminas, de modo que eu nem precisava me virar para saber que, mais uma vez, elas estavam zombando de mim.Apesar disso, apenas cerrei os punhos e segui andando, tentando fingir que não ouvia, porque enfrentar as duas jamais adiantava e só tornava tudo ainda pior, intensificando o tormento.Assim que cheguei em casa, tratei de passar apressada pela sala, ignorando completamente o som da televisão e a voz de Lisa ao fundo, então subi as escadas de dois em dois degraus e entrei no quarto, fechando a porta atrás de mim.Ao largar minha mochila ao lado da escrivaninha, flagrei meu reflexo no espelho e, quando meu olhar desceu até a calça branca, meu coração afundou ao pe