DOUGLAS WARD Quando saí do escritório do meu pai, eu me sentia como um homem cujo coração havia sido arrancado. Me sentia sem vida, vazio. Não via necessidade de continuar. Eu só quero morrer. Achei que estava no controle da situação, achei que tinha o controle de tudo, mas… mas ele venceu essa. Eu estava em um abismo, sem ter para onde me mover, bloqueado. Ele me encurralava e não havia escapatória. Uma dor que eu nunca havia sentido antes me atingiu no peito. Não era dor física, eu nem me senti assim quando meu irmão morreu. Senti dor, raiva, culpa, mas nada comparado ao que eu sentia agora. Era como se a própria essência da minha vida tivesse sido tirada de mim. Minha visão ficou turva quando abri a porta do carro e entrei. Não consegui conter as lágrimas e as deixei cair enquanto apoiava a cabeça no volante.Como ele pôde fazer uma coisa dessas comigo? Ele era meu pai e deveria se importar com o que me faz feliz, mas obviamente não se importa. Ele só se importa com o que ele q

DOUGLAS WARD— Sai.— Mas…— Eu disse para sair! Sai daqui, porra! — gritei, olhando para Rebecca com ódio.— O que há de errado com você? Há alguns minutos você estava me beijando e agora está gritando comigo — disse ela, cruzando as mãos e me olhando. Juro que mal conseguia conter a raiva.— Não vou dizer isso de novo, saia da minha casa. — eu disse o mais calmamente que pude.— Eu não estou… — Eu apenas a arrastei pelo braço enquanto abria a porta e a joguei para fora, então fechei a porta na cara dela.Caminhei até o sofá onde estava a bolsa dela e a peguei com raiva enquanto abria a porta e a jogava fora com ela.Assim que fechei a porta, escorreguei para o chão e enterrei a cabeça nas mãos.Eu era um completo perdedor, conhecia demais a minha mulher, sabia que ela viria me procurar quando não me visse e armei tudo. Parti o coração dela, quebrei a confiança dela.Eu pude ver que ela não acreditou em mim quando comecei, mas quando Rebecca apareceu, pude ver sua confiança em mim ab

AURORA SUMMER — Tome isso — disse a enfermeira enquanto me entregava uma caixa de teste de gravidez, mas eu balancei a cabeça.— Não estou grávida, estou apenas deprimida e triste, é por isso que meu estômago está reagindo dessa maneira, além disso, sempre usamos proteção.— Senhorita Summer, você sabe que sempre há uma chance de alguém engravidar, mesmo usando proteção. Essas coisas nem sempre funcionam. — ela disse, me entregando a caixa, e eu apenas olhei para ela.E se eu estiver mesmo grávida? O que farei? Já conversamos sobre ter três filhos, sobre criar uma família, mas agora sei que tudo isso era mentira.— Só para ter certeza, Aurora, faça o teste. — disse Maju. Eu me virei para ela e ela assentiu em sinal de encorajamento.Levantei-me e caminhei lentamente até o banheiro. Fiz xixi em um pequeno recipiente antes de usar a vareta para colocar o xixi. Depois, esperei com a respiração suspensa enquanto minhas mãos ficavam úmidas e meus batimentos cardíacos aceleravam.Meus olho

AURORA SUMMERCINCO MESES DEPOIS.Tudo ainda parece um sonho. Eu estava esperando acordar do pesadelo, o pesadelo de ver o homem que amo se casar com outra mulher. Foi doloroso, mas pelo meu filho eu precisava melhorar.Uma criança que era dele.— Pelo amor de Deus, quando a maldita sopa vai ficar pronta? — perguntei a Maju da sala de estar. Pobre Maju, ela tinha sido a maior vítima de todos os meus hormônios da gravidez.— Só mais alguns minutos, desculpe, senhora Summer — respondeu debochada da cozinha enquanto eu relaxava e esfregava minha barriga.Maju, minha mãe e a enfermeira Rita foram um grande apoio para mim depois de tudo que aconteceu.Quando queríamos nos mudar para o Canadá, achávamos que a Rita não viria conosco, porque na época a Maju ainda estava fazendo terapia para se recuperar, mas ela insistiu em vir, o que nos deixou gratas, pois foi uma grande ajuda não só para a Maju, mas também para mim. Ela se tornou parte da nossa família.Inalei o maravilhoso cheiro da sopa

AURORA SUMMER — Não! Não pode ser! Não! É mentira! — gritei e ia pular da cama, mas Rita e Maju me impediram. — Não, você não pode, você acabou de dar à luz, você não pode sair correndo por aí — disse Maju, com a voz embargada. — Dei à luz? Então, onde está meu filho?! Ele estava aqui quando eu adormeci, onde está meu filho?! — gritei de dor enquanto tentava me soltar. Não é possível, eles não podem me dizer que não sabem onde meu filho está. Eu apenas o segurei em meus braços, não faz nem um dia, e eles estão me dizendo que ele não está neste maldito hospital. — O que está acontecendo aqui? — ouvi minha mãe perguntar antes de correr até mim. — Mãe, Andrew, eles estão se recusando a me dar o Andrew — digo enquanto lágrimas caíam incontrolavelmente dos meus olhos. — Por que vocês estão impedindo-a de ver Andrew? — minha mãe perguntou, confusa. — Ele não é… nós não… — Fale. — disse ela impaciente. — Não sabemos onde ele está. Entrei aqui e ele não estava onde o deixa