Capítulo 71Alexander voltou, equilibrando com cuidado uma bandeja de prata. O aroma de café fresco e croissants ainda quentes se espalhou pelo ambiente, mas nada era mais doce que a visão de Isadora envolta nos lençóis desfeitos, o cabelo desalinhado e os olhos sonolentos brilhando ao vê-lo. — Pensei que tivesse fugido depois da noite que lhe dei — ela zombou, a voz ainda rouca de sono, puxando o edredom até o queixo.Alexander deixou a bandeja sobre a cômoda e aproximou-se, deslizando as mãos sob os lençóis para puxá-la contra seu corpo. — Fugir? — sussurrou contra seus lábios, rouco, enquanto um dedo traçava a marca de amor que deixara na base de seu pescoço. — Prefiro mil noites como essa a qualquer outro paraíso.O beijo que se seguiu foi doce como o mel dos croissants esquecidos. Quando finalmente se separaram, Isadora pegou uma fruta da bandeja e a levou à boca dele, os olhos escurecendo quando seus lábios fecharam-se em torno de seus dedos. — Tem certeza de que quer café

Capítulo 73No hospital pediátrico particular da cidade...A equipe médica recebeu Scarlett rapidamente assim que Gerald estacionou na entrada de emergência. Isadora desceu do carro com a filha nos braços, o rosto tenso, mas conseguiu manter a voz firme ao explicar o que havia acontecido. A bebê foi levada para observação imediata, enquanto Isadora respondia às perguntas da médica com todos os detalhes que conseguia lembrar devido a tensão do momento.— Está sendo medicada com anti-histamínico. Vamos observar se ela responde bem. — disse a médica com gentileza. — Reações alérgicas em bebês podem ser causadas por vários fatores. Alguém da casa está usando perfume novo? Um sabonete diferente?Isadora franziu o cenho, tentando puxar da memória qualquer mudança recente.***Enquanto isso, na empresa...Alexander estava no meio de uma explicação estratégica sobre expansão internacional quando o celular vibrou sobre a mesa. Ele normalmente ignoraria, mas viu o nome do pai na tela. Isso nunc

Capítulo 75— Seus olhos — Isadora começou a falar enquanto pensava — são de um tom azul muito difícil de encontrar em outra pessoa. Só conheço você e o seu pai com esse tom intenso de azul royal.Alexander assentiu devagar, sentindo o coração apertar no peito.— Pois é… e aquele bebê… tinha exatamente esse tom. Isa, ele me olhou. Por um instante, fiquei paralisado. Os supostos pais eram completamente diferentes, posso até estar errado...— Você conseguiu ver quem eram?— Não reparei neles direito.— E você tem certeza que era um menino?— Absoluta.Isadora sentiu um arrepio na espinha. Aquilo tudo era estranho demais. Parecia cena de um filme.— Você acha que... que pode ser nosso filho?Alexander encarou a esposa por alguns segundos antes de responder.— É isso o que o detetive irá descobrir.Isadora passou a mão no rosto, tentando organizar os próprios pensamentos.— Talvez o detetive tenha descoberto algo — ela falou, mais para si mesma do que para ele.Alexander se levantou, ando

Capítulo 77- Droga, você tá surtando à toa... - Ele bufou, mas olhou pela janela, inquieto.Ela apertou o braço dele, os olhos marejados.- Confia em mim só dessa vez. Se ficarmos nesse ônibus, aquele homem vai aparecer.O motorista anunciou a próxima parada no alto-falante, e ela se levantou decidida.- Ou você vem comigo... ou eu vou sozinha com o garoto.O homem ficou paralisado por um instante. Então se levantou devagar, pegou a mochila e resmungou:- Tá bom, tá bom... Mas você vai me dever essa.Ela não respondeu. Só apertou o garoto nos braços com mais força.Assim que desceram, colocaram bonés, até no menino, e saíram apressados, tentando parecer o mais discretos possível. A mulher segurava a criança com firmeza, o olhar atento aos arredores. O homem ergueu a gola do casaco e caminhou a passos largos.Viraram a esquina e quase atropelaram um senhor ao atravessar correndo a rua. O táxi amarelo estava parado com o motor ligado, prestes a sair.- Ei, espera! - gritou o homem, abr

Capítulo 79Naquele mesmo dia, Alexander voltou mais cedo para casa. Isadora estranhou ao vê-lo subir direto para o quarto, sem sequer procurá-la para o habitual beijo. Aquilo não era comum, ele sempre fazia questão desse gesto, por mais cansado que estivesse.Mas ela compreendeu. Também estava devastada. Ambos estavam tentando lidar com a dor à sua maneira… e, naquele momento, o silêncio parecia ser o único refúgio possível.Alexander permaneceu calado durante quase todo o jantar. Mexia no prato, mas mal comia. Após a refeição, retirou-se para a sala e se serviu de um copo de whisky. Sentou-se diante da lareira, observando as chamas dançarem, como se esperasse que o fogo queimasse parte da dor que sentia por dentro.O silêncio era pesado, quebrado apenas pelo estalar da lenha. Depois de um tempo, seus olhos se voltaram para os filhos. A visão daqueles pequenos sorrisos o puxou de volta à realidade. Deixou o copo sobre a mesinha, respirou fundo e se aproximou devagar.Sentou-se no chã