Capítulo 252Meia hora depois, Oliver deixou o prédio da empresa. Ainda sentia o leve perfume adocicado de Aurélie que parecia tê-lo seguido até o carro. Soltou um suspiro pesado antes de ligar o motor e sair.No primeiro farol fechado, lembrou do olhar dela: direto, firme, quase desafiador. Não era o tipo de olhar que se recebia todos os dias no escritório.No segundo, a lembrança da voz dela soou em sua mente, suave e provocante. Aquilo o fez apertar o volante com mais força.— Ela tá caidinha por mim... — murmurou, rindo sozinho, mas logo franziu o cenho. — Ou será que é só impressão?No terceiro farol, ficou em silêncio, observando o semáforo mudar de cor. O pensamento insistente voltava: e se for verdade?Não sabia se gostava da ideia ou se deveria se preocupar. Trabalhar com alguém que parecia interessada nele podia ser um problema… mas também podia ser uma distração perigosa e tentadora.Assim que o sinal ficou verde, acelerou, tentando deixar os pensamentos para trás. Mas o so

Capítulo 254A mansão estava silenciosa, todos, menos Oliver, haviam se recolhido. Exausto, caminhava pelo hall, sentindo o peso do dia. Ainda não havia se acostumado com a rotina intensa da empresa e com as demandas que o pai impunha, mesmo que sem perceber, de forma sutil.Quando estava prestes a subir as escadas, algo chamou sua atenção. A porta da frente abriu e se fechou suavemente. Ele franziu o cenho, curioso, e viu uma figura feminina atravessar o hall. Era a sobrinha da cozinheira.Oliver parou, observando. Ela estava diferente do uniforme habitual, agora vestia um vestido elegante que destacava sua juventude e beleza. O olhar dele a percorreu de baixo para cima, percebendo detalhes que antes não havia notado. A menina da cozinha agora parecia ter saído de um sonho, sofisticada, graciosa, quase etérea.— Boa noite, senhor. Perdão, não consegui entrar pela cozinha, a fechadura estava emperrada — disse ela, tentando disfarçar a ansiedade na voz. Havia um brilho nos olhos que de

Capítulo 256Oliver destravou o carro e entrou, jogando a pasta no banco do passageiro. Girou a chave na ignição, mas antes de sair, recostou a cabeça no encosto e soltou um longo suspiro. O dia havia sido exaustivo. O corpo doía, a mente girava e o perfume de Aurélie parecia grudado em sua pele.Passou as mãos no rosto, tentando dissipar aquela sensação inquietante. Ligou o carro, ajustou o retrovisor e foi então que a viu.Aurélie.Ela estava a poucos metros, de costas, olhando para o pneu murcho do próprio carro com uma expressão frustrada. Ele a observou abrir o porta-malas, pegar o estepe, o macaco e a chave de rodas. Tudo com delicadeza, mas visivelmente sem muita prática.Por um instante, hesitou.Podia simplesmente ir embora.Mas a imagem dela, inclinada sobre o carro, o cabelo balançando sob a luz amarelada do estacionamento, era mais do que ele podia suportar.Desligou o motor e saiu do carro.Aurélie estava ajoelhada, tentando encaixar o macaco no ponto certo quando ouviu o

Capítulo 258Ele havia trabalhado até tarde; no fim, o prédio ficou vazio. Sem perceber, Oliver havia adormecido recostado na cadeira, com a gravata frouxa no pescoço.Uma mão tocou o terno e puxou a gravata. Ele abriu os olhos devagar, meio atordoado. Aurélie estava ali, pertinho, com o cabelo solto e um sorriso que parecia tanto convite quanto promessa.- Você deveria ir pra casa dormir - murmurou ela, o rosto tão perto do dele que ele sentiu o calor do seu fôlego. - Não devia ficar aqui sozinho.Ele tentou falar, mas não conseguiu. Antes que conseguisse formular uma frase coerente, ela inclinou-se e depositou um beijo leve no pescoço dele, logo abaixo da mandíbula, que o fez estremecer.- Aurélie... - começou, a mão indo instintivamente ao colarinho, mas ela colocou a palma sobre a dele e sorriu maliciosa.- Shh - disse ela, num sussurro.Ele fechou os olhos por um segundo, lutando contra a corrente de desejo e a voz da razão que insistia em lembrar da responsabilidade, da família,

Capítulo 260Lívia bocejou, espreguiçando-se antes de se levantar e subir para o quarto.— Boa noite, mano — murmurou, meio sonolenta.— Boa noite — respondeu Oliver, sem se mexer.Com a casa silenciosa, ele permaneceu no sofá, apenas a luz do abajur atrás dele. Encostou a cabeça no encosto e fechou os olhos, não queria se deitar ainda. O jantar tinha sido farto, e o estômago pesado pedia um tempo antes de qualquer descanso mais profundo.Respirou fundo. Cada músculo do corpo reclamava, mas sua mente, inquieta, não queria se desligar completamente. Estava inerte em pensamentos sobre o dia, sobre Aurélie...— Melhor eu esperar um pouco antes de dormir — murmurou para si mesmo, quase num sussurro.De repente o sono o envolveu, pesado e confortável, ali mesmo no sofá. Mas, em meio aos sonhos, alguém o despertou com um beijo inesperado. O ambiente estava escuro, as sombras dançando com a luz do abajur ao fundo, tornando impossível identificar a pessoa. Ainda assim, Oliver não se importou;