P.O.V NicholasNunca imaginei que Bella fosse tão marrenta. E essa baixinha tem uma força danada, tanto que a joelhada que me deu ainda está doendo. E a marca dos dedos dela estão na minha bochecha até agora. E o pior de tudo é que ela estava certa, eu agi como um canalha e mereci apanhar. Se eu não tivesse bebido, nada daquilo teria acontecido, mas a culpa é totalmente minha, não posso ser hipócrita a ponto de colocar a culpa apenas na bebida. Só posso estar ficando louco. Dando em cima da preceptora da minha filha? Que horror, a que ponto eu fui chegar? Mais tarde, meu pai me levou ao quarto e eu estava tão exausto que caí na cama em um sono longo e pesado. Algumas horas depois, acordei com uma dor de cabeça daquelas. Me levantei e fui ao banheiro, onde tomei um banho de água fria para ver se melhoro logo dessa ressaca. Saí do banho e coloquei meu roupão. Senti sede, então saí do quarto para ir até a cozinha quando ouvi algumas vozes ao passar pelo corredor. São da minha filha e d

P.O.V BellaNão me arrependo de ter dito todas aquelas coisas para o Nicholas. Aquilo estava entalado na minha garganta desde que comecei a trabalhar nessa casa e vi o modo que ele tratava a própria família. O que achei mais estranho foi o fato dele não ter reagido. Sim, ele foi grosseiro comigo, mas não pegou tão pesado como pensei que fosse pegar. Só espero que ele não faça a cabeça da Ellie ou do Christopher para que demitam, pois não quero deixar de cuidar da Melissa. A verdade mesmo é que estou me apegando a essa criança. Ela é pura, especial. Há algo nela que me encanta. Algo totalmente enigmático, sem uma explicação lógica. Depois da discussão com o senhor Preston, voltei para o quarto. Melissa estava brincando com suas bonecas ainda. Entrei e sorri para ela. Sentei na beira da cama e ela foi até mim e sentou-se ao meu lado. — Papai gosta de você. — falou olhando para mim com aquele olhar perdido, como se não estivesse naquele lugar. — De onde tirou isso, Mel? — sorri sem

P.O.V DennisMinha vida nunca foi fácil.Talvez para uns isso soe hipócrita, como uma forma de justificar meus erros, mas não é nada disso. Eu só acho que minha vida foi muito dura e isso influênciou muito nas escolhas que tive que tomar na vida. Meus pais morreram em um acidente de carro quando eu tinha apenas três anos. A partir daí, fui criado pela minho avó, Zoe. Ela me ensinou tudo que meus pais provavelmente me ensinariam. Me ensinou o que era respeito, amor e honestidade. Amava muito minha vó e por ela, faria qualquer coisa. Tive uma infância comum, mas aos quinze anos, tudo mudou quando Zoe ficou doente. Muito doente mesmo. Passava mais tempo internada no hospital do que em casa. O tratamento dela não era nada barato. Pelo contrário, era o olho da cara. Tentei arrumar serviço, mas como era menor de idade, era difícil encontrar e tempo era a última coisa que eu tinha naquele momento. Morava em um bairro de classe baixa e por influência de amigos e também, pela necessidade de

P.O.V NicholasEstou realmente disposto a mudar. Não quero mais ser esse Nicholas que fere e machuca as pessoas que ama. Acordei me sentindo diferente, com uma outra energia. Quando a gente se dispõe a mudar, se sente assim mesmo. Mas o fato de estar disposto a mudar, não significa que abandonarei o luto pela Sophie, pois nunca deixarei de ama-la. E também não significa que tenha parado de sentir vontade de me beber ou de fumar, mas estou me controlando o máximo que posso. Me levantei da cama, fui ao banheiro, onde tomei banho e fiz minhas higienes. Em seguida, me arrumei para o trabalho. Vesti camisa social, terno, calça, sapatos pretos e gravata azul. Passei um gel em meus cabelos e fiz a barba. Em seguida, peguei minha maleta e saí do quarto. Como sempre, tudo ainda está silencioso pois está bem cedo, até que alguém bateu na porta. Só pode ser a Isabella e eu preciso muito falar com ela. Então, fui rapidamente até a porta abrir. — Bom dia, Bella! — falei, abrindo passagem para qu

P.O.V BellaFiquei muito surpresa quando Nicholas veio me agradecer pela lição de moral que lhe dei. Enquanto falava comigo, percebi o quanto parecia mudado. E não era só porque havia se arrumado e feito a barba não que aliás, deixou ele com um ar mais jovem. O jeito dele é que estava diferente. Sua voz estava mais suave, sem aquela ar irônico que sempre lhe acompanhava. Seus olhos verdes continuavam com aquela sombra de tristeza, mas também brilhavam e seu nariz empinado, típico de pessoas que se acham os donos do mundo, já não estava mais tão empinado assim. Conversou comigo de igual para igual e me tratou com o respeito que todo ser humano deveria ser tratado. Aproveitei que ele estava simpático e dei algumas sugestões relacionadas a Melissa, já que meu trabalho aqui é justamente cuidar dela e fazê-la se desenvolver da melhor forma possível. Ele acatou minhas sugestões e foi até o quarto da filha contar todas as novidades à ela. Pela primeira vez, vi Nicholas tratando a filha com