Dois meses depois...Eleonor e eu estamos em meio a caixas empilhadas, organizando nossas vidas para a próxima grande aventura: Seattle. A faculdade finalmente chegou ao fim, restando apenas a formatura na sexta-feira. A partir de então, a mudança para a costa oeste se torna realidade.Na semana passada, tive a oportunidade de participar de uma entrevista na editora saraiva. A resposta está para chegar a qualquer momento, e a ansiedade toma conta de mim. Se tudo correr bem, a partir da próxima semana, iniciarei meu novo capítulo profissional nesse ambiente que tanto me fascina.Enquanto isso, Eleonor recebeu a notícia que tanto esperava: ela foi aprovada na entrevista para o jornal de Seattle! Começa na segunda-feira, e a empolgação com a nova carreira é palpável.É impossível negar que estamos mais que animadas com o rumo que nossas vidas estão tomando. A mudança para Seattle representa a realização de sonhos e a chance de construirmos um futuro juntas, lado a lado.Novas oportunidad

Decepção -Pov CarlosUm turbilhão de emoções tomava conta de mim. Fúria, tristeza, decepção. Meus olhos ardiam em chamas, enquanto lágrimas quentes teimavam em rolar pelo meu rosto.Só queria sair daquele lugar, o mais rápido possível. A cada segundo que passava, a dor se intensificava, a angústia me consumia.Esquecendo do elevador, desci as escadas correndo, meus passos ecoando no silêncio do prédio. A portaria passou em um borrão, o carro estacionado na rua era apenas um detalhe irrelevante.Meu único desejo era sumir, desaparecer daquela cidade que agora me parecia tão cruel. Corri até sentir meus pulmões queimarem, o ar faltando.Parei, curvando-me sobre os joelhos, as mãos apoiadas nas coxas. Lágrimas brotavam em meus olhos, enquanto eu questionava o universo."Por que ela fez isso comigo?", perguntei ao céu, em um grito silencioso de dor."Por que?", repeti, sem esperar resposta. A frustração era um nó na garganta, a tristeza um peso no peito.Não sei quanto tempo permaneci al

sexta -Levantei ainda sem forças, liguei para Taylor e pedi para ele instruir Bryan a fechar a conta no hotel e buscar o carro que deixei estacionado perto do apartamento de Marie. Além disso, solicito que a sra. Jones retorne. Tomei um banho, me arrumei, mas ainda estou com muita dor de cabeça da ressaca dos dois dias consecutivos de bebedeira. Vou para o escritório e, ao chegar, Andréa logo me segue. Peço a ela para sair, explicando que a chamo mais tarde, pois a única coisa que desejo no momento é ficar sozinho. Ela assente e se retira.Minutos depois, uma batida na porta anuncia a entrada de Taylor. Ele pergunta se preciso de algo e respondo negativamente. Taylor assente e, antes de sair, peço que chame Andréa.Em seguida, Andréa entra na sala. Solicito um café sem açúcar, dois comprimidos de Advil e um copo com suco. Rapidamente, a assistente de Andréa, que é um pouco estabanada e não me agrada muito, entra com o que pedi. Apesar de sua falta de jeito, ela é uma boa funcionária,

sofrendo -Pov Carlos:O trabalho se tornou o meu refúgio, um escudo contra a dor que me consome. Academia e casa, essa é a minha rotina, um ciclo repetitivo que me anestesia da realidade.Três meses se passaram desde o dia que abalou o meu mundo. Marie, um nome que guardo em segredo, um fantasma que assombra os meus pensamentos. Prefiro assim, o esquecimento como bálsamo para a ferida que ainda pulsa.Suzana, minha amiga, insiste em me contatar, mas suas ligações são como o toque de um alarme que desperta a dor que tento adormecer. Prefiro o meu isolamento, um casulo de silêncio onde me escondo do mundo.Minha mãe, com seu amor incondicional, também tenta me alcançar, mas me afasto, incapaz de lidar com a compaixão nos seus olhos. O único que consigo suportar é meu irmão.Três vezes por semana, ele invade o meu mundo com as suas piadas sem graça e a sua alegria contagiante. Na academia, entre suor e ferro, dividimos o peso da dor e da saudade. Ele não precisa perguntar, basta a sua p

A partida -"O dia do recomeço chegou. As lágrimas teimam em cair, borrando a minha visão. Não estou feliz com essa escolha, mas sei que é a melhor opção para o meu futuro.Eleonor me abraça forte, os seus olhos transmitindo compreensão e apoio. Eleonor me beija na testa, me desejando boa sorte.Com o coração apertado, me dirijo ao portão de embarque. A cada passo, a sensação de perda se intensifica. Deixo para trás tudo que me é familiar, tudo que me define.Entro no avião e me sento à janela. Ajeito-me na poltrona, buscando a melhor posição para a longa viagem que me espera. Uma última olhada pela janela e me despeço mentalmente de Seattle. A cidade que foi meu lar por tanto tempo se despede, diminuindo cada vez mais à medida que o avião ruge pela pista, os meus pensamentos se voltam para o futuro. Um futuro incerto, cheio de desafios e promessas."É hora de recomeçar", sussurro para mim mesma. "É hora de construir uma nova vida."Com o coração apertado, fecho os olhos e tento relax