Parcerias de vida Lívia As manhãs agora tinham um ritmo diferente. A barriga já estava evidente, os gêmeos chutando com entusiasmo a qualquer hora do dia. Era engraçado ver o movimento constante, como se eles já quisessem participar de tudo. Com isso, precisei mudar a rotina. Reduzi minhas idas ao banco a apenas duas vezes por semana. Nos outros dias, montamos um escritório em casa: uma sala clara, repleta de luz natural, equipada com tudo o que eu precisava para trabalhar com eficiência e conforto. Cecília, claro, estava sempre ao meu lado. Ela dividia os dias entre o banco e nosso home office, conectada por vídeo às equipes e administrando as tarefas de forma brilhante. Trabalhar ao lado da minha melhor amiga tornava tudo mais leve. Era como unir o útil ao agradável. Cecília Numa dessas manhãs no escritório improvisado da casa da Lívia, trocando ideias e rascunhando novos fluxos para o projeto dos adolescentes, uma ideia surgiu como um raio: — E se... — comecei, olhand

O grande dia Lívia Assim que o coquetel de lançamento terminou e senti que os gêmeos estavam agitados demais, Heitor não hesitou. — Vamos para o hospital — disse ele, firme, com a calma que só ele sabia demonstrar. Felipe e Cecília já estavam conosco no evento e, sem pestanejar, nos acompanharam até o estacionamento. O médico já havia sido avisado e nos aguardava. No caminho, Cecília trocava mensagens frenéticas no celular, avisando a família. — Já mandei avisar todo mundo — garantiu ela, sorrindo nervosamente. — Os avós estão indo até sua casa para pegar as malas — acrescentou Felipe, ajeitando o GPS para o hospital. Heitor segurava minha mão o tempo todo, como se pudesse transferir sua força para mim. Eu respirava fundo, tentando manter a calma. No fundo, sentia: Era chegada a hora. Heitor A chegada ao hospital foi tranquila, apesar da ansiedade. A equipe nos recebeu com carinho, e Lívia foi imediatamente avaliada. O médico sorriu depois do exame. — Está tudo ótimo.

Bençãos, descobertas e travessuras Lívia Seis meses se passaram como um suspiro. Lara e Caio cresceram fortes, risonhos e cheios de energia, cada dia revelando uma nova expressão, um novo som, uma nova habilidade. O dia do batizado chegou sob um céu claro e radiante, o tipo de manhã que parece ser desenhada para celebrar a vida. Escolhi um vestido branco de renda, simples, mas delicado, que deslizava sobre minha pele com leveza. Queria marcar essa nova fase da minha vida com algo puro e significativo. Lara estava linda em seu vestido branco bordado à mão, parecendo um anjinho. Caio, em seu mini terno branco com gravatinha azul, parecia prestes a aprontar alguma, mesmo antes da cerimônia começar. Ele tinha essa energia vibrante nos olhos, como se estivesse descobrindo o mundo em cada piscada. Heitor A cerimônia seria realizada na pequena capela do condomínio, como sonhamos. Intimista, rodeada apenas das pessoas que mais amávamos. Cecília e Felipe seriam padrinhos de Caio.

Convites cheios de amor  Cecília  A semana passou como num piscar de olhos. Em meio aos preparativos para o nosso casamento, que seria no próximo sábado, meu coração borbulhava de alegria e gratidão. Não queríamos nada grandioso, apenas algo verdadeiro e íntimo. E, entre tantos detalhes para organizar, havia dois convites especiais que eu e Felipe queríamos fazer pessoalmente. Convidar Lívia e Heitor para serem padrinhos do nosso bebê e também padrinhos do nosso casamento. Nada faria mais sentido. Eles eram parte da nossa história. Parte da nossa vida.  Felipe  Na quinta-feira à noite, combinamos um jantar simples na casa de Heitor e Lívia. Era para ser apenas um encont

Rastros de um dia inesquecível Cecília A luz suave da manhã entrava pelas frestas das cortinas do quarto, dançando em tons dourados sobre o lençol branco e os véus de tule que ainda envolviam parte da decoração improvisada do casamento. A casa dos pais de Felipe estava em silêncio, mas o meu coração pulsava alto, como se a emoção da noite passada ainda estivesse reverberando dentro de mim. Acordei antes dele. Fiquei ali, deitada, observando o homem que agora era oficialmente meu marido dormir com uma paz que me desarmava. A barba por fazer, os cabelos bagunçados, e aquele leve sorriso no canto dos lábios. Ele parecia estar sonhando com algo bom. Desviei o olhar para minha barriga, acariciando-a com carinho. — Você teve um dia e tanto ontem, né, meu amorzinho? — sussurrei. O toque do meu dedo no centro do ventre foi como selar mais uma promessa silenciosa. Me levantei devagar, enrolei-me na camisola de seda e fui até a varanda. A decoração ainda estava lá: as flores branc