IVY CARTER — Ei, maninha, o que você vai fazer esta tarde? — perguntou meu irmão ao telefone logo pela manhã, eu vim ontem a noite para Nova York já que planejava sair com meus amigos.— Nada, Dante. As CEOs também precisam descansar... e hoje é um sábado preguiçoso pra mim. — respondi, espreguiçando-me no sofá.Ele riu do outro lado da linha.— Preguiçosa você? — zombou.— Sim, irmão, isso mesmo. Preguiçosa eu. — disse com sarcasmo.— Deixa disso... Vista algo casual e me encontre na cafeteria que vou te enviar por mensagem. Agora que você está de volta a Nova York, quero que você a visite.— Tudo bem, estarei aí em trinta minutos.Desliguei o telefone. Corri para o quarto para tomar um longo banho, meu momento de paraíso. Escolhi um vestido branco florido, na altura dos joelhos, com detalhes de renda. Calcei minhas botas de cano alto e vesti um cardigã. Ia aproveitar o som da neve estalando sob meus pés.Peguei um café no caminho e entrei no ônibus, sempre recebo alguns olhares cur

AIDEN WOLFE Ela me disse não.Não só com palavras, mas também com os olhos. Com o jeito como evitou meu toque, como se minha pele lhe queimasse. Ela disse não, e ainda assim tudo dentro de mim dizia que ela voltaria. Porque ela precisava. Porque eu sou o único que pode protegê-los, ela e o irmão dela.Mas isso não tornava a recusa menos dolorosa.Voltei para casa naquela noite com a alma em carne viva. Senti o gosto metálico do arrependimento na língua e um nó na garganta que eu não consegui engolir nem com uísque. E Deus sabe que tentei.Abri a primeira garrafa e tomei um gole antes mesmo de tirar o paletó. O segundo gole veio quando ainda estava de pé na sala. No terceiro, sentei no chão, encarando o vazio, ouvindo o silêncio bater nas paredes como se zombasse da minha solidão.— Ela não quis — murmurei. — Ela olhou pra mim como se eu fosse o inimigo. Ela vai voltar... vai voltar, sim — murmuro, enquanto tomo o gole. — Não tem escolha. Mas isso não quer dizer que ela me perdoou, né

IVY CARTER22 de Dezembro.O baile de Natal. Um dia que todos esperávamos há tanto tempo. Hoje, serei o par de Alexandre Sterling. Meu irmão comprou para mim um lindo vestido vermelho e branco.Não é exatamente um vestido de gala, mas é ainda mais bonito, e, surpreendentemente, ele tem bom gosto.Ainda assim, minha mente permanecia em Aiden... e na sua proposta. O que ele estava pensando quando declarou que eu seria sua esposa? Por que ele queria se casar comigo?Ele é rico. Eu não. Quer dizer, agora eu sou uma herdeira por acaso. Ele é manipulador. Tenho que admitir isso. Mas uma vez casada com ele, não haveria escapatória. Ele jamais me deixaria partir.Mas... Vê-lo naquela cama, quase morto, cercado por garrafas de bebida, não é a imagem do bilionário frio e calculista que eu conheço.Olhei meu reflexo pela última vez e me lembrei das suas palavras duras: “Você tem até o Natal.”De fato, tenho dois dias para decidir se quero ou não me casar com ele. Mas, por outro lado, posso aca

IVY CARTER Hoje é Natal, e todos estão comemorando enquanto eu estou tomando uma decisão que certamente mudará minha vida para sempre.Os danos à empresa são cada vez mais significativos e, de repente, nossas ações começaram a despencar no mercado. Meu irmão ficou preso no Japão por mais alguns dias, tentando controlar os estragos.Isso significa que ele não estará aqui para o Natal, como prometido. Acendi as velas na minha mesa de cabeceira e em outros cantos da casa.O tempo está ruim. Uma tempestade se forma lá fora, ameaçando desabar a qualquer momento, mas não é tão ruim quanto a tempestade dentro de mim. Tenho até esta noite para decidir se fico com ele ou não. Como se eu realmente tivesse muita escolha.Ele queria uma noiva de Natal. Pois bem... Vou dar a ele uma noiva no Natal.Desci pela casa decidida a fazer algo que talvez me arrependa mais tarde. Minha vida já está arruinada, mas isso não significa que deixarei alguém destruir a vida da minha família, especialmente a do m

IVY CARTER De repente, o medo me atingiu em cheio. O que vou fazer da minha vida? Ser esposa de Aiden Wolfe não era exatamente o que eu tinha pedido de presente de Natal. Não, eu queria me casar com alguém que eu ame. Certo. Eu amo o Aiden. Mas ele não está realmente apaixonado por mim. Não era nem de longe o que imaginei sentir no dia do meu casamento.Eu estava em pânico. E o pior: estava prestes a me casar tão jovem com um homem que, no fundo, parecia não ter coração. Um homem que provavelmente só estava me usando, de novo, para algum benefício egoísta.Algumas maquiadoras e cabeleireiras se revezavam ao meu redor. O vestido era lindo, de tirar o fôlego. Mas me apertava como uma armadilha.Caminhei até a porta onde o “amor da minha vida” me esperava. Meu estômago revirava. Era cedo demais. Rápido demais.A marcha nupcial começou, e eu só queria sumir dali. Eu deveria estar abrindo presentes com meus amigos, rindo com minha família... mas não. Eu estava prestes a me casar.E, sério