POV Ethan Blake.Cheguei em casa mais tarde do que gostaria, o peso do dia ainda pesava em meus ombros, as reuniões, as preocupações com a viagem que se aproximava, tudo só deixava minha rotina ainda mais cansativa.Subi direto para o banho, deixando a água quente escorrer por minha pele, respirei fundo, precisava limpar mais que o corpo, precisava organizar meus sentimentos.Já não dava mais para adiar aquela conversa.Quando saí, vestindo apenas uma calça moletom clara e uma camisa preta simples, percebi que a mansão estava silenciosa demais. O relógio já marcava quase dez da noite, o quarto estava vazio, nenhum sinal dela. Franzi a testa, teria ido dormir cedo, depois de um dia cheio na faculdade e cuidando do meu pequeno Carlos?Percorri os corredores, em silêncio, atento a qualquer movimento. Passei pela sala, pela varanda… nada. Só quando atravessei o corredor mais afastado percebi uma luz suave por baixo da porta da biblioteca. Empurrei devagar, e lá estava ela, sentada, de pe

POV Ellen Vasconcelos.Quando atendi a ligação e ouvi a voz do meu pai, meu coração já estava acelerado. Era inevitável pensar: será que aconteceu alguma coisa? Será que ele estava bem?— Oi, filha… você está bem? — a voz de Gustavo soou preocupada, mas também suave, como sempre.Fechei os olhos por um instante, aliviada.— Estou, pai, pode ficar tranquilo, não precisa se preocupar comigo — respondi, tentando soar mais animada do que eu realmente estava. — E você? Como anda? Está se acostumando ao apartamento?Houve um pequeno silêncio do outro lado. Eu sabia o quanto aquela mudança havia sido difícil para ele, depois de tudo o que aconteceu, dos boatos maldosos que destruíram sua reputação e o afastaram do trabalho, meu pai parecia um homem que carregava o peso do mundo nos ombros.— Estou… me virando, filha — ele disse, em tom baixo. — Ainda estranho, sabe? Mas vou me acostumar.— Vai sim, pai — tentei encorajá-lo. — E você sabe que não está sozinho, Ethan está cuidando de tudo, não

POV Ellen Vasconcelos. Já havia me arrumado, rápido demais. Havia apenas almoçado com meus amigos, foi bem rápido. Disse a eles que depois iríamos sair para divertir, mas que hoje tinha que ver minha mãe no hospital. Eles me abraçaram forte, estavam rezando para que minha mãe melhorasse, mas eu não tive coragem de dizer que... Minha mãe teria alguns meses só de vida. Eu não tinha forças para falar isso com eles. Respirei fundo e me olhei no espelho. Passei um brilho nos lábios, ajeitei os cabelos e peguei a minha bolsa. Agora era a hora. Meu pai chegou em alguns minutos, o abracei e ele me olhou, com um pequeno sorriso no rosto. — Estou pronta, podemos ir. Ele assentiu e Ethan disse que iria dirigir. Ele avisou seus sócios que não iria comparecer a empresa nessa tarde, ele queria nos acompanhar. Carlos ficaria aos cuidados de alguns funcionários, eu sabia que ele iria ficar bem.Fomos até o estacionamento e Ethan começou a dirigir quando nos acomodamos no carro. Ele diri

Promessas no silêncio. POV Ethan Blake. Fiz o que faço de melhor: agir.Depois que Ellen chorou nos braços. Eu senti tanta dor... ela estava sofrendo, e eu não queria ficar parado... sem fazer nada. Depois que ela se acalmou, foi direto para o quarto, e eu... agi, é claro. Fui até meu escritório, me sentei e então comecei. Liguei para três dos melhores oncologistas do país, dois deles deviam favores a investidores que trabalham comigo, o outro, eu paguei o dobro da agenda habitual, e não me importei. Mandei preparar uma ala isolada para Helena, garanti que teria acesso ao melhor protocolo de tratamento, mesmo que isso envolvesse trazer especialistas do exterior.Não aceitei respostas lentas, não aceitei “vamos analisar”, exigi movimento e resultado.Tudo isso… por ela.Não porque eu achava que poderia salvar a mãe de Ellen, não sou Deus, mas porque ver Ellen sofrendo daquele jeito me despertava algo que há muito tempo eu não sentia, uma necessidade de protegê-la.Encerrei a noite

Noite de confissões. POV Ellen Vasconcelos. Dias depois... O almoço foi tranquilo, mas havia algo diferente no ar.Estávamos só nós três à mesa, eu, Ethan e o pequeno Carlos, que mastigava pedaços de banana e sorrindo ao mesmo tempo. Ele sempre achava graça de quase tudo. A luz do sol entrava pelas janelas da sala de jantar, aquecendo o ambiente, era tudo tão calmo… tão diferente da rotina dos últimos dias.Ethan me observava em silêncio, sentia o olhar dele, firme, mas gentil. Então comentei com um sorriso:— Não sei o que seria da minha família sem você.— Eu faria tudo de novo, Ellen. Pela sua mãe, por seu pai, por você.— Você tem feito mais do que muita gente faria… — minha voz saiu baixa. — E não só com recursos, Ethan, é com cuidado, com presença, com o coração.Ele segurou minha mão por cima da mesa.— Você não precisa me agradecer, mas eu preciso que você saiba… que enquanto eu respirar, vou proteger você. E a sua família.Eu me perdi por alguns segundos naquele olhar cin