Ponto de Vista de OliviaEu estava parada no saguão do hotel enquanto Derek se aproximava apressadamente, a desesperança estampada em seu rosto. Seus olhos estavam arregalados de esperança, como se eu fosse sua salvação naquele momento de crise. — Olivia, por favor. — Disse ele, baixando a voz ao chegar até mim. — Sei que você ainda está brava, e tem todo o direito de estar. Cruzei os braços sobre o peito, meu rosto era uma máscara de indiferença. — Eu não deveria ter deixado a Rachel ficar na casa sem antes consultar você. — Derek continuou. — Isso foi errado da minha parte. Derek se inclinou mais perto, sua voz baixando ainda mais, quase um sussurro. — Olha, eu posso deixar a Rachel ficar aqui no hotel. Eu e Oliver vamos para casa com você. A gente resolve o resto amanhã. Vendo minha falta de reação, ele mudou de tática. — Ou, se você pudesse ajudar a pagar o quarto da Rachel esta noite? Só uma noite enquanto a gente resolve as coisas? Oliver mancou até nós,

Ponto de Vista de OliviaSarah tinha compromissos a cumprir, então a acompanhei até a saída do meu escritório, e no momento em que fechei a porta atrás de mim, vi os olhares das pessoas no corredor e senti que minha reputação estava desmoronando. E tudo o que eu pude fazer foi sentar na minha cadeira, sem saber o que fazer, com o peso daquelas mentiras me esmagando. O celular tocou novamente, mais comentários me condenando sem saber a verdade. Naquele dia, meus pacientes estavam cancelando consultas. Colegas sussurravam pelos corredores. O vídeo se espalhou como um incêndio, me retratando como um monstro que abusava dos próprios filhos. Uma batida forte interrompeu meus pensamentos. Antes que eu pudesse responder, a porta se abriu. Dr. Miller, o Diretor Médico da matilha, estava ali com uma expressão séria. — Olivia, precisamos falar sobre essas acusações. — Disse ele firmemente1. Atrás dele, dois oficiais uniformizados do Conselho da Matilha estavam presentes, com exp

Ponto de Vista de Olivia— Eu vou me livrar da Rachel. — Ele repetiu, dando um passo à frente. — Ela nunca mais fará parte das nossas vidas. Ainda podemos ser uma família, você, eu e o Oliver. Olhei para ele com desdém, uma risada amarga escapando dos meus lábios. — Impossível. — Disse, cruzando os braços sobre o peito. — Na época em que você fez meu filho querer reconhecer a Rachel como mãe, você era meu inimigo. Os olhos de Derek se alargaram. — Não, Olivia, eu nunca fiz isso. Você precisa acreditar em mim. Ele passou os dedos pelos cabelos molhados, deixando-os de pé, bagunçados. — Estávamos os dois ocupados com o trabalho. — Continuou, freneticamente. — Você com suas obrigações de cura, eu tentando construir minha empresa. A Rachel muitas vezes cuidava do Oliver. Deve ter sido ela quem encheu a cabeça dele com essas besteiras. Levantei uma sobrancelha, sem me impressionar com suas desculpas. — Eu juro. — Derek insistiu. — No futuro, vou cuidar do Oliver pe

Ponto de Vista de OliviaO olhar de Derek escureceu, sua expressão cheia de dor enquanto eu afastava a mão dele. — Não me toque. — Disse friamente. — Se você quer que eu salve o Oliver, fique fora do meu caminho. Eu já não me importava com os sentimentos de Derek. Virei-me e entrei na sala de tratamento, deixando para trás sua expressão sofrida. Minha única preocupação agora era com meu paciente; não com meu filho, mas com meu paciente. O Dr. Miller levantou os olhos quando entrei, o alívio estampado em seu rosto. — A condição dele é crítica. Os protocolos padrão não estão funcionando. Assenti e me aproximei da cama de Oliver. Seu corpinho pequeno parecia tão frágil, conectado a máquinas que apitavam urgentemente ao seu redor. — Todos, se afastem. — Instrui. — Preciso de espaço para trabalhar. Como Curandeira Chefe, eu possuía habilidades curativas poderosas que raramente usava em sua totalidade. Mas, para o Oliver, eu usaria tudo o que tinha. Coloquei as mãos

Ponto de Vista de OliviaFiquei parada, imóvel, enquanto Oliver se agarrava às minhas pernas, seu corpinho pequeno se sacudindo com soluços que pareciam vir do mais profundo da alma dele. Suas lágrimas encharcavam meu jaleco, seus dedos cravavam-se no tecido como se eu fosse desaparecer caso ele soltasse seu aperto, mesmo que por um segundo.— Por favor, mamãe. — Implorou ele, entre suspiros desesperados por ar. — Não me deixe!O rosto dele havia adquirido uma tonalidade alarmante de vermelho, e a respiração tornava-se cada vez mais difícil. Cada soluço parecia drenar o pouco de força que ainda restava no seu corpo enfraquecido.— Ela me disse o que dizer. — Soluçou ele, lutando para conseguir pronunciar as palavras. — Rachel disse que, se eu não dissesse essas coisas, você me tiraria do papai para sempre.Senti algo se quebrar dentro de mim. O muro que eu havia construído ao redor do meu coração começou a desmoronar pelas bordas. Esse era meu filho, meu bebê, independente da dor