-Patrícia, lembra que suas fontes disseram que possivelmente haviam pessoas infiltradas na nossa agência?- Alana começou a falar assim que entramos na sala protegida.-Sim Alana, mas pensei que você não soubesse disso pois estava afastada. -Patrícia respondeu.-Sim, na verdade o afastamento foi orientação do chefe, aproveitando das minhas questões de saúde, foi fácil convencer a todos de que eu precisava me afastar por um tempo, mas na verdade continuei ativa.-Entendi, e então você descobriu os infiltrados.- Patrícia deduziu.-Na verdade não, fomos enganados, e ao que tudo indica um dos homens infiltrados estava muito próximo de você.- Alana disse visivelmente frustrada.-Certo, vocês podem me explicar por favor o que está acontecendo? - Patrícia se vira para o outro agente- Lucas? O que tinha pra falar?-Interroguei o homem que atacou vocês, ou melhor, que apanhou do Kevin, ele é um amador, falou muito rápido... e estava atrás de você a pedido do Hector.- o agente respondeu.-Como?

Joe já tinha garantido tudo que precisávamos para resgatar Hanna. Dois dias depois da mudança de Patrícia para a minha fortaleza, ele me avisou que o encontro seria em Roma. A única coisa que faltava era uma distração...e isso, claro, estava longe de ser um problema. Patrícia podia não admitir, mas criar confusão era uma arte que dominava. Mesmo sem querer, ela passara anos sendo o disfarce perfeito para os negócios de Dom Luiz.Ela contou sobre a ideia de um flash mob com uma companhia de dança. Achei insano no começo. A imprensa inteira saber que a Condessa estava em Roma, querendo "retomar seu lugar"? Arriscado. Mas também... genial. Chamativo o suficiente para colocar todo mundo no lugar certo, na hora certa.Na tarde anterior à viagem, voltei para casa para acertar os últimos detalhes com ela. Quando entrei, a música alta me surpreendeu. Era “Wake Me Up”, do Avicii. Patrícia dançava com fones nos ouvidos e gravava algo no celular. Sorri sozinho ao vê-la tão à vontade naquele estú

Ponto de vista de KevinTudo que eu queria era ver o rosto dela. Patrícia. Só isso. Eles queriam me sedar, me entupir de analgésicos, mas eu precisava manter a consciência tempo suficiente pra falar com ela. Eu sabia que estavam todos em perigo — e eu precisava avisá-la.— Eu já disse, quero falar com a Patrícia antes de vocês encherem meu sangue de calmantes — insisti à enfermeira, a irritação escapando pela minha voz.— Fique calmo, senhor. Já foram chamá-la. É melhor não se agitar muito, seu estado é delicado.Estado delicado. Uma maneira polida de dizer que eu estava entre a vida e a morte. Respirei fundo. Eu tinha enfrentado missões no deserto, emboscadas em selvas, tiroteios urbanos... mas nada se comparava à sensação de impotência de estar preso a uma cama e ainda assim tentando proteger alguém.O alívio só chegou quando vi Patrícia entrar no quarto. Ela correu para mim e me abraçou com força. Eu retribuí, sentindo meu coração desacelerar um pouco. O cheiro dela, o calor, a res

(Ponto de vista de Alicia)Acordei com o coração acelerado e o rosto molhado de suor. O quarto estava escuro, mas minha mente ainda presa àquela imagem: Kevin. Ele estava deitado em uma cama de hospital, inconsciente, com tubos e máquinas ao redor. No sonho, tentei chamá-lo, tocá-lo, mas havia algo me impedindo, como se um vidro nos separasse. A sensação era sufocante, angustiante. E então, ele sussurrou meu nome. Não sei se foi real ou só parte do sonho, mas foi o suficiente para me tirar o sono.Sentei-me na cama, puxando os joelhos contra o peito. Meu instinto me dizia que aquilo não era apenas um sonho. Era como se algo dentro de mim tivesse sido ativado, como uma espécie de radar emocional. Kevin estava em perigo. E de alguma forma, eu sentia isso.Saí do quarto e fui direto para o antigo escritório da minha mãe, que costumava acordar cedo para revisar relatórios ou organizar documentos da comunidade. Bati na porta com urgência.— Mãe... eu preciso falar com você.Ela me olhou com

(Ponto de vista de Kevin)Fiquei observando pela janela do carro enquanto Patrícia entrava em casa. Seu andar ainda era gracioso, mesmo apressado, e algo na forma como ela segurava os ombros me dizia que ela estava tentando ser mais forte do que realmente se sentia. Eu sabia ler qualquer código, qualquer expressão corporal — menos quando as emoções envolviam o meu próprio campo afetivo.E agora, elas estavam me engolindo.Eu não queria mais ficar longe dela. Essa era a verdade. Mas não podia ignorar o retorno de Emily. Precisava encontrá-la, precisava de um encerramento. Por mais que ela tivesse sumido sem explicações e retornado com uma história frágil, havia um elo entre nós. Um casamento. Um passado. E ninguém tinha culpa pelo desaparecimento dela... embora, se eu fosse honesto, Hector sim. Ele tinha culpa por muita coisa.Mas por que agora?Justo agora que eu finalmente tinha decidido seguir em frente... ela reaparecia. Aquilo não me parecia coincidência. E coincidências raramente