— Meu filho, você nunca nos contou que quase foi pai de um filho da Emma, teria nos dado muito prazer, sabia? Hoje meu netinho estaria correndo por esta casa. Vocês eram muito jovens, não? Matteo se ajeitou na sua cadeira e me olhou preocupado, antes de responder ao pai. — Pai, para mim essa revelação foi uma surpresa, pois Emma nunca me contou. Eu não sabia se surtava e subia as escadas correndo, ou se baixava a personagem debochada. Eu tinha tantas facetas depois de abandonar a minha própria identidade que já não sabia quem eu era de fato. Escolhi agir como se aquilo não me abalasse mais. — Estranho ela sair com essa história agora, não é mesmo? Me parece que ela tem certa dificuldade em aceitar a derrota. O Matteo não vai mais estar livre para ela. Coitada, sinto muito por ela, parece uma boa moça! Meu sogro franziu a testa demonstrando surpresa, incredulidade. Num dia eu surto com ciúmes, e no outro, consigo ter até piedade da minha rival. — Posso compreendê-la, chegue

Mentir, enganar, fingir estava virando banalidade desde que desisti da minha verdadeira identidade. — Amor! — Matteo entrou no banheiro preocupado. Eu engasguei com a minha própria saliva, quando tentei forçar o vômito. Meus olhos vermelhos lacrimejaram. — Calma, amor, calma! Você deve ter comido alguma coisa que te fez mal. Acho que eu estava passando mal de verdade. Nem imaginava que levava tanto jeito para ser atriz! Eu lavei o rosto e sequei com uma toalha. Matteo, todo preocupado, me conduziu para fora do banheiro e me levou para a sacada, onde era mais ventilado. Foi horrível, não sei se fingir não era pior do que realmente sentir ânsia. Essa foi a primeira vez em que eu levantei suspeita no meu marido, mas ele não falou do assunto, apenas demonstrou preocupação. Outro dia eu estava na mesa almoçando com os meus sogros quando senti um desejo de deixá-los com uma pulga atrás da orelha. Eu desejei tanto sentir vontade de vomitar,

Quando entramos no quarto, soltei a mão do meu marido e fui para o banheiro, apressada. Ele achou estranho e veio atrás, depois ficou me olhando se despir com dificuldade. — O que está fazendo, amor?— ele ficou curioso. Não respondi, entrei no chuveiro e fiquei assustada olhando o sangue escorrer livremente. Ele ficou olhando triste, decepcionado. — Termine esse banho, vou te levar ao médico. — Não precisa, está tudo bem— eu disse, dando-lhe as costas. Matteo saiu do banheiro em silêncio e quando eu saí, ele estava me esperando, sentado à beira da cama, cabisbaixo. Passei por ele, um tanto desconfiada, e fui me trocar no closet. Sentia muita cólicas, por isso, peguei um analgésico e depois de vestida, fui pegar água. Matteo ficou me olhando, entristecido. Até me senti culpada por tê-lo feito acreditar que eu estava grávida. Tomei o comprimido e mal fechei a geladeira, ele se levantou da cama, já falando agitado. — Vamos, vou te le

Eu não sabia ao certo, mas foi exatamente isso o que aconteceu. Eles foram lá e souberam que minha irmã esteve lá e levou o carro. — Ela mandou uma amiga, uma cúmplice, Diogo, ela não quer mais você!— Cath falava sentada no sofá da minha casa. Diogo estava ao seu lado, eles pareciam casados, passavam muito tempo juntos, acreditavam que eu não voltaria mais para casa. — Por que ela não volta, então? Até quando vai fazer esse joguinho? Ela quer me torturar com a dúvida! Cath parecia repórter investigando. — E se ela tivesse morrido afogada mesmo? E se essa moça que se passou por sua irmã, não a conhece? Foi lá porque ficou sabendo do caso no bar, eles devem ter falado bastante a esse respeito! Diogo achava impossível eu ter me afogado. — Eu sei que não a procurei, não prestei queixa do seu sumiço, mas eu sinto que ela está viva! Cath acabou concordando com a versão do Diogo. — Se tivesse aparecido um corpo boiando, saberíamos, alguém daquele

Como eu fiquei feliz! Eu queria saber como tudo aconteceu, porque o meu marido saiu dizendo que iria levá-la de volta. Gina estava tão emocionada, ao contar a história, que parava de vez em quando para se recompor. Mas foi assim que aconteceu, eu vou resumir. Quando o meu marido desceu, ela já estava pronta para ir. Ela o serviu no seu desjejum, depois foi buscar suas coisas. Durante o trajeto, Matteo estava calado, tristonho, e num determinado momento, ele mandou que o segurança fizesse a volta com o carro. Ele teria desistido de levar a Gina de volta para a mãe dele. Gina ficou incrédula, mas sorriu satisfeita e quase abraçou o patrão. Quando o carro parou de volta em casa, ela agradeceu milhões de vezes. — Obrigada patrãozinho! Deus lhe pague! Tudo o que eu queria era poder cuidar da menina Silla! Matteo sorriu agradecido. — Eu não poderia tirá-la da minha mulher. Ela nunca me perdoaria! Imagino que iria me julgar o resto da vida! Gina saiu correndo do carro, e foi