Capítulo 71Quando o coração fala mais alto do que as palavrasCassian entrou em casa, fechando a porta com um movimento suave, quase sem fazer barulho. A mansão Délano parecia maior e mais vazia do que nunca. O eco de seus passos no chão de mármore soava como um lembrete cruel de que a presença de Naia havia preenchido cada espaço, cada canto com seu riso e calor.Ele pegou o celular no bolso e o ligou, a tela piscando com uma avalanche de notificações. Mensagens da empresa, do Dr. Marcel Lefèvre e, principalmente, de Diego. Havia tantas chamadas perdidas de Diego que Cassian chegou a franzir a testa.— Onde você estava, Cassian? — A voz de Diego do outro lado da linha soou aliviada e ao mesmo tempo carregada de preocupação.— Em casa.— Não saia daí. Estou indo pra sua casa agora.Cassian riu, o som saindo baixo e sem real alegria.— Tá bom, Diego. Estarei te esperando.Ele subiu as escadas, o corpo pesado e a mente ainda vagando nos momentos que tinha acabado de viver. Ao abrir a p

Capítulo 73Quando as portas se fecham, não há para onde fugir— Quem teria acesso a todas essas informações? — Cassian começou a andar de um lado para o outro, o olhar fixo no chão. — Quem saberia sobre o meu procedimento, teria acesso aos registros do hospital e ainda conheceria a Naia o suficiente para planejar tudo isso?Diego fechou os olhos, como se a resposta estivesse bem ali, esperando para ser dita.— Cara, só me vêm duas pessoas à mente... — Sua voz saiu baixa, quase temerosa.Cassian parou e olhou diretamente nos olhos do amigo.— Rafael ou...Os dois disseram juntos:— Celeste.O silêncio que se seguiu foi quase ensurdecedor. As peças do quebra-cabeça começaram a se encaixar de uma forma cruel e perversa.— Celeste sempre teve acesso à minha vida pessoal. — Cassian murmurou, mais para si mesmo do que para Diego. — Ela sabia sobre o tratamento, sabia sobre a Naia... e ela odiava as duas coisas.Diego franziu o cenho.— Mas e o Rafael? Ele sempre foi obcecado pela Naia. Des

Capítulo 75Quando os segredos vêm à tona, nem sempre o coração está preparado para ouvi-los.Dr. Marcel Lefèvre chegou à mansão de Cassian pouco depois do anoitecer. A expressão em seu rosto misturava preocupação e expectativa. Cassian o recebeu na porta, e logo os dois seguiram para a sala onde Diego já os aguardava.— Dr. Marcel, obrigado por vir tão rápido. — Cassian indicou uma poltrona próxima. — Precisamos esclarecer algumas informações.— Claro, senhor Délano. Farei o possível para ajudar. — Dr. Marcel ajeitou os óculos e abriu uma pasta com alguns documentos.Cassian respirou fundo antes de começar:— Descobrimos que, na mesma época em que eu fiz o procedimento de inseminação in vitro, Naia também esteve no hospital. Ela fez uma doação de óvulos, certo?O médico concordou lentamente.— Sim, a senhorita Naia esteve conosco. Fizemos a coleta de óvulos e todos os procedimentos necessários. Lembro-me bem porque ela fez a coleta numa semana, eu avaliei e vi que o óvulo seria perfe

Capítulo 77Um Reencontro RomânticoA noite estava escura e silenciosa, com apenas o som do vento suave que soprava pelas ruas desertas da Nova Zelândia. Por volta das 3h da manhã, um carro preto parou em frente à casa de Rafael e Naia. A porta se abriu, e Naia saiu, cansada e exausta após a longa viagem.Ela pegou o carro que esperava por ela e dirigiu até a casa, onde Rafael a esperava com um sorriso no rosto. Naia não conseguiu retribuir o sorriso de imediato, mas logo disfarçou e o abraçou, colocando a cabeça no peito dele.— Quer um pouquinho de cansaço? — perguntou ela, com uma voz suave.— Minha princesa, entre que vou cuidar de você — respondeu Rafael, com um sorriso carinhoso.Ele tirou a bolsa das mãos dela e a jogou no sofá, depois sentou-a e tirou os sapatos. Foi até o bar e preparou um vinho, que entregou a ela com um sorriso. Em seguida, foi para o lado de fora e preparou a ofuror, uma banheira de água morna com velas e flores.Quando voltou, sentou-se no chão com um cre

Capítulo 79Uma surpresa que esconde mais do que revelaNaia acordou lentamente, sentindo-se desorientada. A claridade suave que entrava pela janela aberta banhava o quarto em uma luz dourada. O ambiente ao seu redor era luxuoso: lençóis de seda macios, móveis de madeira escura e tapeçarias coloridas decoravam o espaço. O leve som das ondas ao longe criava uma sensação de tranquilidade, mas, ao mesmo tempo, uma estranha inquietação crescia dentro dela.Ela se sentou rapidamente, tentando lembrar como havia chegado ali. O último que recordava era estar em casa, com Rafael, mas como poderia ter sido trazida até ali sem perceber? Naia se levantou, os pés descalços tocando o piso frio, e saiu apressada do quarto, chamando por Rafael.— Rafael! — Sua voz ecoou pela casa ampla e desconhecida.Logo, ela o encontrou na sala, sentado em um sofá de couro, segurando uma xícara de café. O cheiro amargo preenchia o ambiente, misturando-se com o ar fresco da ilha. Rafael sorriu ao vê-la, mas o sorr