~ Cleo ~— Que rosas lindas! — Exclama Luna Medea; suas unhas bem feitas esticando-se para tocar o buquê de rosas recém-cortadas no vaso, peça central da mesa da cozinha onde nós quatro tomávamos café da manhã juntos.Cada refeição era sempre só nós quatro… o Alfa Than, Luna Medea, eu… e a parente idosa.Já fazia uma semana que eu estava aqui, mas ainda não tinha descoberto nada a mais sobre essa parente do que sabia no primeiro dia. Ela descia lentamente as escadas em cada refeição, irritava Luna Medea e depois subia devagar de volta… como se estivesse em prisão domiciliar.Eu poderia dizer que era uma tia-avó doente do Than, que ele deixou ficar aqui por bondade, mas algo não batia.Os olhos dela estavam sempre vidrados, como se estivesse em uma conexão mental permanente… o que eu sei com certeza que não é verdade.Ela também tinha manchas de idade na pele e um tom arroxeado nos lábios.Eu odeio usar o termo “birutinha”, mas com certeza ela se encaixava nessa categoria.Eu até gostav

~ Cleo ~Eu não a conheço muito bem, mas não consegui evitar a sensação de que o comportamento estranho da Freya era algo que eu não deveria ignorar.Durante toda a semana, ela se recusou a sair do meu lado, a menos que eu estivesse na casa alfa, então por que ela me deixou sozinha para visitar o hospital? Não é que eu não consiga fazer isso sozinha, mas a forma repentina com que ela retirou a oferta de me acompanhar não me caiu bem.Aproveito para andar pelo hospital, conhecendo alguns dos médicos, que todos me cumprimentam usando o título de “Luna”. Acho que preciso me acostumar com isso.Não tenho certeza de como vai funcionar a longo prazo não ter acesso ao vínculo mental. Suponho que a única maneira de contornar isso seria me tornar uma membra da matilha... algo que já discuti brevemente com o Than.Eu não vou marcá-lo, isso é certo. Seria simplesmente estranho demais.No entanto, a ideia de perder o vínculo com minha matilha de origem, especialmente com meu pai... pesa no meu cor

~ Cleo ~Não consigo me livrar da sensação sombria de que cometi um erro, de que confiei em alguém cedo demais.Ele não sabe que meu filho é do Jace, certo? Tudo o que eu disse foi que meu filho não é humano, que é filho de um alfa.Não, eu estou muito atenta ao que digo, para não revelar informações que possam ser usadas contra mim.— Você está muito quieta esta noite, Cleo, está tudo bem? — Luna Medea comenta sobre minha falta de comunicação enquanto enrola o espaguete com o garfo antes de levá-lo à boca com a ajuda de uma colher.Meus olhos se voltam para a fêmea à minha direita, aquela que, de alguma forma, está ligada ao bebê que cresce na minha barriga.Como isso é possível... e por que ela estava aqui exatamente ao mesmo tempo que eu?— Sim... — Limpo a garganta, já que minha voz saiu um pouco mais aguda do que eu esperava.— Eu só estava pensando na beta fêmea.— Freya? Por quê? — Os olhos de Luna Medea se estreitam para mim. Começava a perceber que ela era menos loba e mais um

~ Cleo ~— Freya? — Abaixo-me, tentando encontrar o olhar dela, mas ela estava com tanta dor… seus olhos mal conseguiam focar.Para minha surpresa, Zane pega outra corda embebida em acônito, preparando-se para colocá-la nela. Ele usava luvas grossas de couro, talvez não o ferisse, mas ela estava em uma dor excruciante.Por que ele estava agindo como se nada estivesse errado?— Pare… pare com isso. — Empurro agressivamente a mão de Zane para longe dela, bloqueando seu corpo com o meu.— O que você está fazendo? — Rosno, minha voz exigente.— Ela quer isso, ela precisa disso.— Precisa disso?Seus olhos saltam entre mim e Freya, antes de se moverem para as cordas em suas mãos.— Eu não… você acha que sou eu quem está fazendo isso com ela?Sou a única que realmente enxerga a depravação diante de mim? Será que, sem perceber, bebi um gole do cantil? Por que todos agem como se isso não fosse extremamente errado?— Você estava colocando as cordas nela.— Sim, mas sem mim…— Sem você o quê? —

~ Cleo ~— No portão... vamos colocar minha teoria à prova, certo? — Uma expressão determinada se forma em seu rosto enquanto ele caminha em direção à porta do escritório, suas mãos agarrando meu cotovelo ao passar.Eu não tinha escolha a não ser segui-lo, a menos que estivesse preparada para lutar contra ele.Mas eu estava curiosa sobre o que ele queria dizer, e por isso o seguiria de qualquer forma... quem estava nos portões da matilha?— Por quê, quem está nos portões da matilha?— Seu pai e Hector... meus guerreiros já estão a caminho.O pânico me invade com uma força incontrolável.— O quê? Não, isso não pode ser.— Você não os chamou, não contou onde estava? — Ele para bem na porta da frente, e um som de “oomph” escapa de mim quando esbarro nele por falta de atenção.Minha mente estava totalmente focada no que aconteceria lá fora, não neste corredor. Além disso, ele me arrastara junto, sua mão ainda segurando meu cotovelo até agora. O resmungo que ele solta é puramente por conta