Ponto de Vista de Scarlett— Ele não vai... — Ava aperta os pedaços rasgados nas mãos, murmurando para mim. Não sei quanto aos outros, mas certamente vejo malícia nos olhos dela.— O que é isso? — Elevo a voz enquanto tiro meu celular, gravando um vídeo para a drama queen. — Por favor, você não está dizendo que está a fim do marido da sua irmã, está?— Para com isso! — Ao me ver gravando, Ava cobre o rosto como se fosse uma vampira exposta ao sol. A câmera desperta o espírito de atriz nela, e ela rapidamente sai da sua farsa.Jack Fuller se aproxima e a puxa do chão, de forma um pouco mais brusca do que o necessário.— Está brava com ela agora? — Aponto minha câmera para Jack Fuller. — Você não estava exatamente chateado quando ela veio até mim com a cruel verdade sobre minha família. Agora só vê o quanto ela envergonha o nome da sua família?Jack Fuller me lança um olhar fulminante e tenta pegar meu celular. Eu me afasto rapidamente, e Adrian aparece na minha frente, se posicion

Ponto de Vista de Scarlett Bem, eu não tenho um. Falei muito, mas, na verdade, não tinha um "plano de vingança" na cabeça. Fazer mal a alguém é um grande projeto, e só de pensar nisso já me sinto exausta. — O que quer que você decida fazer, estamos aqui para você. — Aurora diz isso, mas lança um olhar estranho para Adrian. Ela só pode falar por si mesma e por Lilith nesse caso, mas também é meio estranho excluí-lo de forma tão direta. — Isso mesmo! — Adrian finge não perceber o olhar desconfortável de Aurora, acenando com firmeza e com uma voz genuína. — Nós TODOS estamos aqui para você. Aurora desvia os olhos, pressionando os lábios para baixo enquanto tenta curvá-los para cima, como se eles tivessem vida própria. — Você vai ficar comigo, né? — Aurora desvia do assunto que ela mesma começou, novamente. — Estou tentando convencer a Lilith a vir morar aqui também. O escritório de advocacia dela fica a vinte minutos a pé de casa, e nós podemos fazer batalhas de trave

Ponto de vista de Scarlett Peguei minha mala quando cheguei à Villa dos Fuller desta vez. Após fazer minha estreia diante da rainha da atuação, eu precisava da armadura certa. Fiquei na casa da Aurora por alguns dias para me recuperar. Bem... para me divertir, tá?! Estou de volta ao filme agora que estou morando na cidade. As filmagens começam em duas semanas, então aproveitei minha liberdade limitada sozinha no apartamento para fazer os ajustes finais do roteiro e relaxando. Conseguimos convencer a Lilith. Agora, ela divide o apartamento com a Aurora, e as duas são workaholics. Elas merecem uma à outra. No segundo dia de trabalho da Lilith, o dia em que ambas começaram a se levantar bem cedo e voltar super tarde, eu arrastei minha pequena mala para o meu próprio campo de batalha. Dessa vez, eu vim para a guerra. Henry, o porteiro, me deixou entrar com um sorriso, sem desconfiar de nada. Essa é a vantagem de ter inimigos hipócritas... eles mantêm as brigas dentro de c

Ponto de Vista de Scarlett Se há uma coisa sobre a qual Ava não mentiu, foi seu desejo por Sebastian. E é nisso que estou apostando. Ava faz um biquinho, com grandes gotas de lágrimas escorrendo pelo rosto. Ela olha para os pais, implorando, mas não diz nada. Ela não pode negar minha mentira, porque posso torná-la verdadeira. — Scar... — Anna Fuller muda para um tom mais suave, falando com hesitação. — Você sabe que Ava tem vivido nesse quarto por anos, eu não sei se... — Quer dizer... — Pego minha mala da mão de Ava, baixando os olhos para não explodir em risos com meu tom de "tristeza". — Eu posso ir embora, se for isso que você quer. — Para onde?! — Ava grita, com um tom agudo. — Ava Fuller! — Jack Fuller a repreende, e tanto Anna quanto Ava fazem um biquinho. — Se Ava se importa tanto com você, então não tenho problema com isso. Após dizer isso, Jack Fuller se vira e sai da encenação. Anna Fuller lança um olhar triste, porém misericordioso, para mim. O olhar qu

Ponto de Vista de Sebastian O choque em seus olhos só me diz o quanto a ignorei, o quanto a tomei como garantida e o quanto ela tem sofrido por tanto tempo que uma ideia tão simples a surpreende. Ela me encara, mas seus olhos turvos fazem com que o olhar, que deveria ser feroz, pareça mais piedoso, como o de um gatinho injustiçado. Seu olhar frágil me provoca, junto com suas bochechas vermelhas e quentes. Eu não quero ver dor em seus olhos, nunca mais. Só quero apagá-la de sua visão, de todas as formas que eu puder. Inclino a cabeça, me aproximando para um beijo. — Se você ousar… — Scar sibila com raiva, sua garra indo em direção ao meu rosto. Eu pego seu pulso delicado facilmente, sussurrando em seu ouvido: — Ela está olhando, não está? Scar hesita, seus olhos de cervo, cheios de água, vão até a porta, e eu aproveito a chance, pousando meus lábios suavemente em seu pescoço esguio, finalmente. Um beijo furtivo, mas o mais doce de todos. Eu me demoro no gosto del