Capítulo 21 - "Entre Fadas e Sombras"(Narrado por Thalrik) A decisão de partir ao reino das fadas não foi fácil. Cada passo dado em direção àquela terra antiga parecia um peso a mais sobre minhas costas, como se o destino quisesse me advertir contra o que eu estava prestes a descobrir. Mas eu sabia que não tinha escolha. As visões de Elira, as lutas internas de Draegon e a crescente escuridão que se aproximava exigiam respostas, e as fadas eram os únicos seres que poderiam fornecê-las. Minha chegada ao território das fadas foi precedida por uma transição quase imperceptível, mas profunda. A floresta ao meu redor começou a mudar gradualmente, as árvores, antes robustas e densas, tornaram-se altas e delicadas, com folhas douradas que brilhavam como estrelas sob a luz do sol. O ar estava impregnado de um aroma doce, quase inebriante, e os sons da floresta, o canto dos pássaros, o farfalhar das folhas, pareciam mais melódicos, como se seguissem um ritmo invisível. Mas havia algo de

Capítulo 23 - "O Beijo Proibido"(Narrador: Thalrik) A lua cheia pairava alta no céu, uma esfera pálida e vigilante que parecia observar meus pensamentos mais profundos. De minha torre, o mundo parecia pequeno, insignificante, mas minha mente estava tão abarrotada que nem a vastidão do horizonte conseguia silenciar a tempestade dentro de mim. O reino das fadas havia me dado respostas, mas também lançado dúvidas ainda maiores. A profecia do vínculo era mais perigosa do que eu imaginava, uma armadilha velada sob promessas de poder e união. Aceitar nossas naturezas mais sombrias? Que tipo de loucura era essa? E o que isso significava para Elira? Eu não podia compartilhar isso com ela. Nem com Draegon. Não enquanto não entendesse completamente o que estava em jogo. Enquanto refletia, uma brisa fria entrou pela janela aberta, mas o arrepio que percorreu minha espinha não foi causado pelo vento. — Então, é aqui que você se esconde? — A voz de Elira cortou o silêncio como uma lâmina

Capítulo 25 - "Um Laço Rachado"(Narrado por Elira) O ar estava carregado. Podia sentir a tensão como se fosse uma corda esticada prestes a partir. Draegon e Thalrik tinham se evitado durante todo o dia, mas mesmo quando estavam distantes, o peso do conflito entre eles era impossível de ignorar. Era como se suas emoções se infiltrassem através do vínculo, invadindo minha mente e meu corpo, deixando-me exausta. Sentada na beira do riacho que cortava o território da matilha, eu fechei os olhos, tentando encontrar um momento de paz. A água corria suave, cantando uma melodia tranquila que geralmente me trazia consolo. Mas hoje não. Minhas mãos tremiam levemente enquanto tocava o amuleto que pendia em meu pescoço, uma tentativa desesperada de encontrar força. Desde que o vínculo triplo se formara, meu corpo e minha mente nunca mais foram os mesmos. Agora, até respirar parecia um esforço hercúleo. Draegon e Thalrik estavam me matando. Não com palavras ou golpes, mas com sua incapacid

Capítulo 27 - "A Escuridão na Alma"(Narrado por Draegon) O ar dentro da caverna ainda carregava o peso da magia antiga que havia nos envolvido. Mesmo depois de sair, eu sentia os ecos do vínculo reverberando em meu corpo, como um tambor distante e constante. Cada passo que dava sobre as pedras ásperas parecia ecoar minhas dúvidas e medos. Elira estava viva, estável, pelo menos por enquanto. Isso deveria me trazer alívio, mas tudo o que conseguia sentir era a turbulência interna causada pela visão que compartilhamos no altar. Aquela imagem dela, brilhando como o sol, entrelaçada a mim e Thalrik... Era algo que eu nunca quis enfrentar. A vulnerabilidade era uma fraqueza, sempre acreditei nisso. Aceitar aquele vínculo significava abrir uma parte de mim que mantive fechada por tanto tempo que quase esqueci como era. Porém, agora, ignorá-lo parecia impossível. Enquanto caminhava para longe da caverna, a paisagem ao meu redor parecia refletir meu estado de espírito. Árvores desfolha

Capítulo 29 - "Sussurros na Floresta"(Narrado por Elira) A brisa da floresta acariciava minha pele como um sussurro gentil, mas havia uma inquietação em mim que nenhuma paisagem serena poderia aplacar. As árvores se erguiam como sentinelas antigas, seus galhos entrelaçados formando um dossel que filtrava a luz do sol em feixes dourados. O chão estava macio sob meus pés descalços, coberto por um tapete de musgo e folhas secas que exalavam um perfume terroso. Apesar da paz que emanava do ambiente, eu sentia como se carregasse o peso de uma tempestade dentro de mim. Meu corpo ainda estava frágil após os eventos na caverna, e minha mente parecia um campo de batalha. O vínculo entre mim, Thalrik e Draegon estava me puxando em direções opostas, e a tensão entre eles era como uma corda prestes a se romper. Precisava de ar, precisava de espaço, e por isso havia deixado a caverna sem avisar. Enquanto caminhava, deixava meus dedos roçarem nos troncos ásperos das árvores. A sensação era r