Capítulo 202 – "Fortaleza de Umbryn"(Narrado por Thalrik) Atravessar as últimas milhas até a Fortaleza de Umbryn foi como escalar a beira do abismo. O vento soprava com uma força quase sobrenatural, trazendo consigo um uivo que parecia carregar a própria essência do desespero. As árvores ao redor, antes retorcidas e mórbidas, agora davam lugar a cristais negros que se erguiam do solo como lanças de obsidiana, refletindo fragmentos de luz em suas superfícies afiadas. À frente, erguia-se a Fortaleza. Por um momento, pensei que fosse uma ilusão. A estrutura parecia flutuar entre o real e o imaginário, composta por torres que se entrelaçavam como raízes de árvores colossais, irradiando uma luz fantasmagórica que dançava em tons de roxo e prata. Cada pedra da fortaleza parecia pulsar, como se estivesse viva, e eu não conseguia afastar a sensação de que o lugar nos observava. Elira caminhava à frente, sua silhueta delineada pela luz das torres. Draegon estava logo atrás dela, o olh

Capítulo 204 – "O Cerco à Fortaleza"(Narrado por Draegon) O primeiro impacto sacudiu toda a estrutura da fortaleza, fazendo os cristais nas paredes brilharem com uma luz inquieta. As vibrações ecoaram sob meus pés, enquanto as vozes dos guardiões se elevavam em gritos de alerta e ordens apressadas. Os rugidos dos Primordiais vinham de fora, ressoando como trovões através do vale que cercava Umbryn. Eu me aproximei da janela mais próxima, observando a escuridão que parecia engolir o horizonte. Entre as sombras ondulantes, formas massivas começaram a se materializar. Flagelados. Criaturas retorcidas, os Flagelados eram a personificação da corrupção dos Primordiais, exércitos criados a partir de almas perdidas. Seus corpos eram uma mescla de carne, cristal negro e energia pulsante, cada movimento uma lembrança de sua origem distorcida. — Eles não vão esperar muito — murmurei, mais para mim mesmo do que para os outros. O som de passos me fez virar. Elira e Thalrik entraram na

Capítulo 206 - "A União Final"(Narrado por Thalrik) O calor do artefato ainda queimava no ar, espalhando uma tensão que fazia minha pele arrepiar. Cada fibra do meu corpo estava alerta, mas minha mente era um turbilhão de pensamentos. O vínculo entre nós estava à beira de se romper, e a figura sombria que se erguia acima de Draegon não era apenas uma ameaça física. Era algo mais profundo, mais primordial do que qualquer coisa que eu já havia enfrentado. Respirei fundo, fechando os olhos por um breve momento para organizar os pensamentos. Cada decisão agora era crucial. Não havia espaço para dúvidas ou erros. — Elira, precisamos ir até o núcleo — disse, minha voz firme apesar do peso que sentia. — É a única chance de estabilizar o ritual e impedir que isso saia de controle. Ela olhou para mim, seus olhos cheios de confusão e medo, mas também uma determinação crescente. — E Draegon? — Sua voz quebrou ao pronunciar o nome dele. Olhei para o campo de batalha. Draegon estava d

Capítulo 208 - "O Sacrifício das Almas" (Narrado por Draegon) O peso do que acabáramos de enfrentar ainda estava sobre mim. Cada músculo do meu corpo parecia uma corda tensionada ao limite, e minha mente zumbia com os ecos das palavras dos Primordiais. "O equilíbrio ainda precisa de um sacrifício." O núcleo da fortaleza estava mais silencioso do que antes, mas a tensão era quase palpável no ar. Ao meu lado, Elira e Thalrik permaneciam de pé, exaustos, mas firmes. Eu podia sentir o vínculo pulsando entre nós como uma corrente invisível, renovada e mais forte, mas havia algo mais. Algo sombrio e inquietante. Eu sentia o peso do momento como uma lâmina pressionada contra a garganta. A vitória que havíamos conquistado parecia insípida diante da ameaça ainda maior que pairava sobre nós. O vínculo pulsava dentro de mim, forte e estável, mas sua própria existência era uma afronta aos Primordiais. Estávamos no centro do núcleo da fortaleza, onde as paredes brilhavam com uma luz etér

Capítulo 210 - "Caçada aos Primordiais" (Narrado por Elira) A explosão do portal deixou o ar carregado de energia residual, uma estática que dançava na superfície da pele como um toque fantasmagórico. O silêncio que se seguiu parecia mais um presságio do que alívio. Meu corpo tremia, mas não de cansaço. Era a presença no vínculo, aquela sombra crescente que agora parecia pulsar com intenções sombrias. Olhei para Draegon e Thalrik, que estavam ao meu lado, igualmente inquietos. O vínculo vibrava entre nós, compartilhando pensamentos e emoções sem esforço, mas também amplificando nossas ansiedades. — Eles não foram destruídos completamente — murmurei, sentindo o peso da verdade nas palavras. Thalrik passou a mão pelos cabelos, seu olhar fixo nas ruínas do portal. — Não. Mas temos que descobrir para onde foram — disse ele, com uma determinação que parecia inabalável, mesmo quando seus olhos traíam um toque de medo. Draegon deu um passo à frente, sua postura ereta como um gue