Capítulo 322 Neide O avião pousou suavemente na pista, e eu senti o frio da Rússia antes mesmo de sair da aeronave. Era engraçado como, depois desse curto período de tempo longe, um lugar tão sombrio podia parecer acolhedor. Talvez fosse a expectativa do casamento. Ou talvez fosse apenas a sensação de finalmente estar em casa. Nazar desceu à minha frente, os olhos atentos como sempre, analisando cada detalhe ao redor. Mas, assim que nos afastamos do aeroporto e entramos no carro que nos levaria até a mansão, percebi que até ele parecia mais leve. — Sabe que agora não tem mais volta, né? — provoquei, cruzando as pernas e o encarando de lado. Ele soltou uma risada curta. — Se quisesse fugir, teria feito isso antes de entrarmos no avião. Sorri. Nazar nunca foi um homem de fugir. Nem eu. Quando chegamos à mansão, a recepção foi calorosa. A casa estava cheia de movimento, com empregados organizando detalhes e rostos conhecidos espalhados pelo salão. O casamento se

Capítulo 324 Nazar Depois de tanta comemoração, seguimos para nosso espaço, nossa noite de núpcias. O quarto que escolhi era amplo, com uma lareira acesa, iluminando o ambiente com um brilho dourado e aconchegante. Ouvíamos apenas o estalar das chamas. Neide estava de costas para mim, os dedos delicados desfazendo os botões do vestido. Eu poderia ter ficado ali apenas observando, mas... — Deixa que eu faço isso. Neide parou e sorriu de leve, inclinando a cabeça para o lado em um convite silencioso. Lentamente, deslizei o vestido por seu corpo, revelando a lingerie dourada clara abraçando sua pele. Prendi a respiração. — Você... — Passei a mão por sua cintura, sentindo sua pele quente sob meus dedos. — Está sexy demais. Ela sorriu, virando-se para mim, seus olhos brilhando de desejo e diversão. — Você também está bonito, mas essa roupa tem que sair. Seus dedos ágeis começaram a desfazer o nó da gravata, e eu deixei que ela me ajudasse. Logo estava no chão. Ela desli

Capítulo 326 Don Alexei Kim Saí do escritório determinado a parar Malu, que estava furiosa, e com razão. Mas eu precisava que ela entendesse. Precisava que confiasse em mim. Subi as escadas rapidamente. Quando cheguei à varanda do andar de cima, encontrei-a de costas para mim, olhando para a paisagem escura da propriedade. Seus braços estavam cruzados, o corpo rígido, a respiração pesada. — Maria Luíza — chamei, mantendo minha voz firme, mas sem agressividade. Ela virou-se devagar, os olhos brilhando de raiva e mágoa. — Quando você pretendia me contar, Alexei? — Falou baixo, visivelmente tentando se controlar. Passei a mão pelo rosto, respirando fundo antes de responder. — Justamente para não te ver assim... Cheguei a pensar em nem falar. Malu soltou uma risada sem humor. Pensei que puxaria uma arma pra mim. — Ah, que ótimo. Você ia decidir o futuro da nossa filha sem nem me dizer nada? Sem me perguntar? Sem ao menos, me dizer a merda que faria, senhor Don?

Capítulo 328 Don Alexei Kim — Venha para o jardim, senhor Jones — disse, levantando-me da cadeira. — Não estamos com pressa, não é? Ele me observou por um momento antes de se levantar também. Pegou a arma da mesa, guardando-a no paletó, e me seguiu para o lado de fora. Assim que pisamos no jardim, me deparei com uma cena que me fez parar. Malu estava agachada ao lado das crianças, com as mãos sujas de terra, ajudando Sofia e Richard a cavar. Seu vestido claro já estava manchado, mas ela não parecia se importar. — Isso é o que chamam de tática de aproximação? — murmurei, cruzando os braços. Jones soltou um riso baixo. — Parece que meu filho já se apegou à sua filha. Ficamos observando em silêncio enquanto os pequenos brincavam. Richard parecia à vontade, mas, de repente, sua expressão mudou. — Minha mãe gostaria disso… — murmurou ele, baixando a cabeça. — Mas ela nunca vai ver. Sofia parou e franziu a testa. — Onde ela está, Richard? — Sofia pergunto

Capítulo 330 Aziza Sou levada para dentro da casa, arrastada pelos braços como se fosse uma boneca quebrada. Meus joelhos tremem, minha respiração está irregular. Os servos me conduzem até um quarto pequeno, com paredes nuas e um tapete desgastado no chão. — Descanse, senhora. — Um deles diz, sem me olhar nos olhos. A porta fecha atrás de mim. Trancada. Arrasto meu corpo para dentro do banheiro de azulejos frios e retiro meu véu empapado de ovo e sujeira. Minha pele está coberta de marcas avermelhadas, as áreas onde a vassoura me atingiu começam a inchar. Pego um balde de água e jogo sobre mim. A água fria me faz estremecer, mas pelo menos me limpa. Cada fio de cabelo parece grudado na minha cabeça, e a raiva ainda ferve em meu peito. Eu sou Aziza, irmã de Hassan. Como pude ser reduzida a isso? Percebo a verdade avalassadora: estou sozinha. Se eu sair, as crianças vão me atacar de novo. As esposas vão me bater. Se eu ficar aqui, morrerei de tédio e solidão. Estou pre