Annabelle JonesDepois que voltei do litoral com meus filhos, me senti muito relaxada — e os garotos também. Mas, para minha irritação, o alfa da alcateia do Alasca, pai de Branca, ainda estava na cidade. Parece que sua mulher queria ficar mais um tempo com a filha. Eles estavam tentando convencer Branca a voltar para a alcateia, já que agora não era mais crime se acasalar com humanos. Branca tinha sofrido muito com a morte do companheiro e, pelo jeito, ainda não havia perdoado o pai. A mãe, acho que ela já perdoou, mas ao pai ela mantém distância. Seus filhotes e o novo companheiro ficam de lado.Para minha tristeza, Flávio não parava de me mandar mensagens, insistindo naquele tal jantar. Resolvi marcar para a sexta, já que não tinha outra escolha.Acordei, como sempre, bem cedo para levar os meninos à escola e depois ir para a empresa. Hoje haveria um investidor vindo de Nova Iorque, e parecia estar bem interessado nos nossos produtos. Os meninos estavam agitados, brigando um com o o

Andreas LykaiosSaí da empresa furioso. Como ela pôde me expulsar assim? Eu sou o rei dos alfas e aquela humana ousa me tratar com tanto desrespeito, pensei, tomado pela raiva.— Majestade, ela é a sua companheira? — Eros me perguntou enquanto entrávamos no carro, já que havia ficado me esperando o tempo todo. — Sim, finalmente me lembrei — falei, passando a mão nos cabelos em frustração. — Estou me recordando dela... quando levou minha filha e também da guerra. Mas por que a deusa da lua fez a gente esquecer? — ele perguntou, e de repente parei sem saber a resposta. — Não faço a menor ideia — falei sem entender o motivo da deusa. — Talvez a deusa da lua quisesse lhe dar uma lição por não aceitar a união de lobisomens com humanos — sugeriu, enquanto eu mandava uma mensagem para um dos meus lobos vigiar Annabelle. — Não acho que seja isso. A deusa já o puniu aparelhando você com uma humana de quem não consegue resistir — Eros analisou. — Pode ser... mas a deusa da lua é cheia de t

Andreas LykaiosNicole dirige até o restaurante onde Annabelle está jantando com outro homem. Estou furioso, tentando controlar o Luke, que deseja sair o tempo todo. Não consigo aceitar que minha companheira esteja com outro. Se aquele humano ousar tocá-la… só de imaginar isso, um rosnado escapa de mim dentro do carro. Percebo que Nicole está nervosa com meu estado; ela dirige olhando a todo momento pelo retrovisor, observando-me no banco de trás. Não me importo com o que os outros pensam, só quero a minha companheira ao meu lado.Assim que o carro para em frente ao restaurante, desço apressado em busca de Annabelle. Para minha surpresa, o desgraçado está com o braço em volta de seu ombro. Um rosnado alto sai dos meus lábios, fazendo todos no lugar estremecerem. Percebo que até Annabelle se assusta, o que me desagrada profundamente, pois jamais a machucaria. O homem tenta falar comigo, mas Annabelle o interrompe e me arrasta para fora às pressas, evitando curiosos. Ela me puxa para uma

Andreas Lykaios Quando chego à cabine, Annabelle desperta. Ao perceber que está em um lugar diferente, tenta se levantar, mas ainda está zonza e quase cai. Eu a seguro em meus braços e a deito novamente na cama. O cheiro dela me atinge, quase me fazendo perder o controle. Ela grita, acusando-me de tê-la sequestrado contra sua vontade. Quando digo que é minha companheira e que vai morar comigo, ela sorri com ironia e rebate: — Eu sou a humana fraca, lembra? Não sirvo para ser sua companheira. — A voz dela ecoa forte, antes de me acusar de querer torná-la minha escrava.As palavras dela me ferem fundo no peito. O tom de deboche me atinge em cheio, e, tomado pela raiva, saio da cabine batendo a porta. Vou até a poltrona e me sento, irritado. Pego uma bebida, mesmo sabendo que não vai me acalmar. Nicole e os outros lobos me observam com receio, mas não dizem nada, pois sabem que, nesse estado, posso perder o controle a qualquer momento.Luke fala em minha mente: — Tenha calma, Andreas.

Andreas LykaiosChegamos em casa e Annabelle ainda estava desmaiada. Pedi para o médico da alcateia examiná-la, porque estava preocupado.— Meu alfa, a sua companheira está apenas dormindo. Os batimentos estão normais, mas o corpo dela está mudando, como se estivesse se transformando — disse o médico, aflito.— Você sabe que minha companheira é humana — falei com cara de poucos amigos.— Não é mais. Agora ela é lupina, embora eu ache que não terá um lobo. Ela vai ter todo o resto igual a nós. Precisamos fazer mais exames, nunca vi uma humana se transformar em lobisomem antes — o médico falou empolgado, mas eu tratei de cortar o entusiasmo dele.— Ninguém vai usar minha companheira como cobaia. E você vai manter a boca fechada. Não quero curiosos rondando a minha alcateia. Agora me diga: quando ela vai acordar? — perguntei usando meu tom de alfa, fazendo o médico se encolher.— Não sei exatamente... talvez uns três dias, eu acho — respondeu com medo.— Todo esse tempo ela vai dormir? Te