ValentinaTodo o caminho desde o aeroporto até chegarmos ao meu apartamento, sendo feito em total silêncio. De propósito sentei no banco traseiro, dessa forma eu não teria que olhar para sua carranca mal-humorada de sempre. É estranho, mas, ao mesmo tempo, bom como na presença dele, esqueço os problemas e até do meu namoro com Mateus. Por pouco não comentei com a mamãe sobre os beijos trocados, mas calei-me porque sei que ela não seria a favor da filha envolvida com um funcionário vinte anos mais velho. Estava tão alheia que não reparei quando o carro parou na vaga do prédio e o ogro chamou minha atenção virando de costas para avisar que havia chegado.— Você pode subir agora — diz olhando para mim através da luz fraca que ilumina a garagem.— Subir sozinha? E quem levará a minha bagagem? Questionei para irritar o ogro, pois posso muito bem levar sozinha, mas queria ele entrando no apartamento comigo.— Você pode muito bem carregar sua mala sozinha — ele diz apontando para a porta do

ValentinaTerminava de arrumar a cama, quando ouço os passos dele vindo do banheiro. Após o sexo, Diego ficou calado abraçado a mim na cama e depois se levantou se trancando lá dentro, enquanto fiquei sozinha pensando em tudo que aconteceu entre a gente. Fugi para me lavar no banheiro do quarto ao lado, depois retornei vestindo somente um robe por cima do meu corpo nu. O que será que ele fará agora? Vai me ignorar? Fingir que não aconteceu nada entre a gente? Sinto minha intimidade dolorida, mas, ao mesmo tempo, meu corpo se sente bem. Ir para cama com ele, foi muito melhor do que pensava e agora que descobri o que se esconde debaixo dos ternos escuros, eu não quero deixar ir embora. O corpo musculoso, as tatuagens que ele tem nos braços e nas costas, o pacote completo de homem que eu nunca pensei que existia. Não pensei no meu namorado um segundo sequer e enquanto Diego me penetrava com tamanha intensidade eu desejava mais e mais. Gozamos tantas vezes que eu estava sem forças, mas nã

ValentinaQue dia exaustivo! Estiquei os braços, estralando o pescoço. As consultas de hoje estão encerradas e atendi novos anjinhos que vão passar a serem meus pacientes. Estou começando a ter um nome, no meio da pediatria e fico feliz por isso. Depois do almoço, tive uma reunião de urgência com o Marcos, sobre a decisão do novo programa para residentes e que em breve o lançamento iria acontecer. Teria que informar o vovô sobre isso e um jantar iria acontecer na mansão, segundo o chato do Marcos. Para a minha sorte, a tia Sara também participou e me deixou tranquila quanto ao que seria abordado e consegui me sair muito bem. Mateus tentou falar comigo, entretanto recusei as chamadas e suas mensagens. Os gêmeos no grupo dos irmãos, contaram que nossos avós perguntaram tudo da viagem e a vovó ficou questionando o que nossa mãe disse o tempo todo. A briga dessas duas um dia quem sabe terá um fim. Uma batida na porta, levantei da cadeira para abrir e encontro a tia Sara parada na porta.—

ValentinaTerminei de me vestir no banheiro do meu consultório. Trabalhei o dia todo ansiosa para a noite chegar e eu descobrir o lugar misterioso que o Diego me levaria. Não nos encontramos ainda e nem ele apareceu no hospital, segundo a minha secretária. Confesso que esse mistério todo me deixa excitada e, ao mesmo tempo, nervosa. Rindo sozinha olhando para a minha imagem no espelho, passo o batom em meus lábios, guardo na bolsa e olho para o meu vestido. Escolhi a peça após pensar bem. Gostava de como ele moldava as minhas curvas e também por imaginar o que Diego diria ao me ver vestida. Peguei a roupa que eu estava usando antes, guardei na sacola, saindo do banheiro para esperar ele me buscar. Enquanto aguardo, confiro as mensagens no meu celular. Papai perguntando sobre como estão as coisas no hospital, mamãe avisando da viagem e havia repassado as informações do programa adote um lar para sua assessora. Meus irmãos, curiosos porque eu não jantei na mansão. Desconversei, pois no

ValentinaOs últimos dias foram de correria no hospital e até mesmo na emergência. Acabei ajudando em alguns plantões, devido a um surto de dengue e virose, que anda acometendo adultos e crianças em uma proporção assustadora. Então tive que auxiliar na emergência da pediatria. Minha vida anda uma loucura e um dos motivos é ele: Diego, o homem que adentrou meu mundo como um furacão. Mateus, viajou para um curso em Santa Catarina de um mês e não consegui conversar com o meu namorado para esclarecer as coisas entre a gente, ao menos o Diego parou de exigir que eu termine tudo, quando contei que não estamos nos vendo desde a minha viagem a Brasília. Os encontros no flat, que depois descobri que era alugado, aconteciam praticamente todas as noites, menos quando eu precisava auxiliar no plantão. Nossa relação, baseada apenas no sexo, estava se tornando um vício do qual eu não tenho noção de como posso me livrar. Diego me ensina um mundo novo a cada encontro que temos e isso me faz querer es