Quando Viviane ouviu essa notícia, até a pálpebra dela tremeu. Sentiu imediatamente que havia algo acontecendo sem que ela soubesse.Lançou um olhar para a secretária:— Por que o Hélio e os outros de repente decidem doar para a construção de um pavilhão na faculdade de design? Isso não deve custar uma fortuna?— Ouvi dizer que o orçamento previsto é de cem milhões.— Cem milhões? Tudo isso? — Viviane apertou com força o chapéu que tinha nas mãos. — Descobriu o motivo?— Ainda não, mas suspeito que esteja relacionado ao Concurso de Design da Nova Geração. Afinal, a construtora do Sr. Hélio sempre valoriza bastante o design. A filial deles acabou de abrir aqui na Cidade A, então é natural que façam esse tipo de movimentação para se estabelecer no setor, especialmente para atrair talentos da área.Viviane refletiu por um momento e achou que fazia algum sentido. Afinal, a filial de Hélio havia sido estabelecida há pouco tempo e, quando ainda estavam na Cidade B, eles também tinham investi

Quando Vitória ouviu aquelas palavras, se virou em direção à porta e, de fato, viu a sombra de Dario.Ela ficou atônita por um momento, não esperava que ele também estivesse ali.Percebeu que os olhos do homem estavam tão escuros quanto tinta nanquim, impossíveis de decifrar naquele momento.Dario entrou lentamente no quarto do hospital, com o paletó pendurado de forma casual no braço. Usava uma camisa branca e calças sociais pretas, como se tivesse acabado de sair do Grupo Lopes.Solange lançou um olhar ao neto:— Estou falando com você. Por que não responde?Vitória abaixou os olhos, naquele instante, não teve coragem de encarar a expressão dele. Sentia que o ar ao seu redor estava, inexplicavelmente, carregado de uma certa pressão. Solange ficou um tanto confusa: "Não foi isso que os dois combinaram?"— Vitória, vem comigo um instante.Antes que ela reagisse, foi puxada pelo pulso para fora do quarto.Ele caminhava a passos largos, e Vitória mal conseguia acompanhá-lo, sendo forçada

Assim que ouviu as palavras de Solange, Vitória respondeu imediatamente:— Vovó, eu não quero nenhum bem.— Vitória, sua boba, qualquer pessoa no divórcio quer pegar o máximo de dinheiro possível, e você não quer nada? O que os outros vão pensar da família Lopes?— Vovó, afinal de contas, quando eu me casei com o Dario, não foi por causa de dinheiro. Além disso, agora a situação financeira da minha família é boa, eu também não estou precisando de dinheiro. A senhora não precisa se preocupar que eu vá passar necessidade.Logo após Vitória terminar de falar, se ouviu ao lado a voz grave de um homem:— Vovó, eu ofereci bens pra ela. Foi ela quem não quis.Ao ouvir isso, Vitória assentiu com franqueza:— É verdade, ele está dizendo a verdade.Solange fez um gesto largo com a mão:— Essa questão é comigo. A partilha dos bens eu mesma vou resolver. Daqui a pouco eu ligo pro advogado e peço que ele redija um documento e mande para cá.Vitória sabia que, quando Solange dizia algo, ela cumpria.

Vitória o observou por um momento, até que finalmente não conseguiu se conter e abriu a boca:— Você agora há pouco...Mas, antes que terminasse de falar, o homem se virou e entrou no cartório:— Não temos mais tempo.Ela olhou para as costas de Dario, alto e esguio. Abaixou as pálpebras, tentando esconder a centelha de ironia que lhe passou pelos olhos: "O que eu estou esperando, afinal? Esperando que Dario tente me reconquistar? Ou talvez que agora ele esteja arrependido e não queira mais o divórcio? Caia na real. Solange sabe da nossa separação e também já deu o seu consentimento. Dario não tem mais motivo algum para insistir nisso."Vitória se entregou ao seu sarcasmo por um instante, depois recompôs a expressão no rosto e seguiu em direção ao hall de atendimento.Dessa vez, tudo levou pouco mais de dez minutos, e os dois saíram com a certidão de divórcio em mãos.Vitória segurava dois documentos. Um era a certidão de casamento, o outro, recém-emitido, era a certidão de divórcio.U

Vitória imediatamente soltou uma risada sarcástica, sem dar a menor importância às palavras de Viviane.Ela entrou diretamente na sala de descanso para inspecionar, observando onde a decoração poderia não estar à altura.Viviane, sendo ignorada, ficou visivelmente incomodada e acabou se voltando para Sarah, que estava ao seu lado:— Sarah, você não acha que eu tenho razão?A expressão de Sarah, no entanto, estava um tanto estranha. Ela tossiu discretamente e disse:— Viviane, sobre a Vitória, eu tenho um segredo para te contar.— Que segredo?Sarah hesitou por um momento:— Aquele cartão de crédito que você cancelou... Ultimamente, eu estou com o orçamento apertado. Será que tem como reativar o cartão?Viviane já começava a demonstrar certo desagrado:— Sarah, você realmente anda gastando demais. Acho que está na hora de você aprender a economizar um pouco, ou quem sabe ganhar seu próprio dinheiro. Você já é adulta, não dá para continuar pedindo dinheiro para família o tempo todo, né?