No dia seguinte, fiz toda a minha rotina e levei Romeu para a creche. Depois, fui direto para a empresa e, ao chegar lá, encontrei meus amigos no estacionamento, o que era algo rotineiro. Cumprimentei a todos e logo percebi que Isis não estava presente, então perguntei por ela, mas ninguém a tinha visto ainda. Joana e eu ficamos preocupadas, mas Yan nos animou dizendo que ela deve estar chegando.“Os seis meses já devem estar pesando para ela, eu com quase quatro já me sinto cansada”, disse Joana, colocando a mão na barriga. Coloquei a mão em sua barriga e disse que estava ansiosa para saber se teria uma nova sobrinha ou sobrinho. Jô me disse que preferia um menino, pois assim Vagner ficaria mais tranquilo.Enquanto conversávamos, o carro de Sebastian chegou e, logo em seguida, Isis desceu exibindo sua barriga. Ela pegou a mão do marido e se aproximou de nós sorrindo. Percebi que seus passos estavam mais arrastados, mas isso é um dos fardos da maternidade: ficamos inchadas e lentas. A

Como prometido, cheguei à casa dos meus pais e a governanta, a senhora Ramirez, atendeu à porta. "Meu querido Mateozinho, quanto tempo!" Ela disse, me abraçando. "Oi, tia. Como a senhora está?" Eu me curvei para retribuir o abraço. A senhora Ramirez cuidava de nós toda vez que meus pais precisavam viajar. Ela fica me admirando por um tempo e me abraça mais uma vez. Tenho um carinho imensurável por essa mulher, que de certa forma se tornou uma segunda mãe. Ela me avisa que meus pais estão na sala de visitas e vou ao encontro deles. Chegando lá, encontro minha mãe sentada lendo um livro e meu pai lendo algo sobre a bolsa de valores. "Oi, meu filho, que bom que veio! Estava com muitas saudades de você." Minha mãe se levanta para me abraçar. "Mandei preparar o seu prato favorito, espero que goste." Ela pega minha mão para que eu me sente. "Oi, Matteo." Meu pai diz sem tirar os olhos do jornal. "É bom ter você em casa." Ele sempre foi seco; meu pai nunca soube dar carinho aos filhos.

No dia seguinte preparo o meu espírito, pois não sei como estará o humor de Matteo. Deixo Romeu na creche e vou para a empresa chegando lá me encontro com meus amigos e depois vou para meu posto, bom de não trabalhar mais na recepção é que meu horário é mais flexível. Matteo chegou e como ontem me cumprimentou cordialmente, e ao invés de bater a porta como sempre, ele fechou com cuidado. Definitivamente as coisas estão melhorando entre nós.Um tempo depois ele me chamou em sua sala e para a minha surpresa não era para buscar café e sim para pedir sugestões, pergunto se realmente quer a minha ajuda e ele assente. “Se eu não quisesse, não teria te chamado.” Rude como sempre.“O que desejas de mim?” Pergunto ignorando a grosseria que ele me fez ainda pouco.Ele pede para que eu me sente e começamos a trabalhar, ele gostou do que fiz e ainda me agradeceu. Realmente milagres acontecem. Estava saindo da sala quando a tal Isabelli se levantou com um sorriso debochado.“Queridinha, nem ten

Lidiane Feitosa.A creche ligou avisando que precisam liberar as crianças mais cedo. Então, Isis me enviou uma mensagem dizendo que Sebastian estava na rua e iria trazer as crianças para a empresa. Confesso que fiquei um pouco receosa quando ela disse isso. Espero muito que Matteo não encontre Romeu, pois ele é a sua cópia e é fácil ficar com a pulga atrás da orelha. Estava preocupada, mas decidi focar no trabalho e deixar isso de lado. Um tempo depois, Isis me avisou que as crianças estavam na sala de Sebastian brincando e eu agradeci a minha amiga. Continuei trabalhando até que meu celular apitou."Lidinha, que tal você dar uma saidinha comigo e com Afonso? Acabou de pintar uma festa de arromba e parece que é de um cantor. O que me diz?" - Yan, como sempre, esquecendo da minha maternidade."Você se esqueceu que tenho um filho", respondi instantaneamente."Deixa ele com a Isis, você sabe que ela adora os sobrinhos", sugeriu ele. Embora isso seja verdade, Isis está cansada e também a

Lucca BaumannNem acredito que estou no avião voltando ao Brasil para ficar, após tantos anos longe. É aqui que tenho as minhas lembranças mais felizes e, ao mesmo tempo, mais tristes. É aqui que encontrei e destruí a relação com a pessoa mais importante da minha vida, meu irmão.Matteo e eu temos uma diferença de oito meses. Meus pais literalmente não brincavam em serviço, pois, por termos uma idade tão próxima, ele e eu às vezes éramos confundidos como irmãos gêmeos. Acabamos crescendo com esses sentimentos e éramos tão unidos que as pessoas não sabiam onde terminava um e começava o outro.Sempre fomos unidos e sempre estávamos juntos do nosso amigo em comum, Sebastian. Nós nos chamávamos de "Gangue Boy", eu sei que o nome é ridículo, mas dá um desconto, pois éramos pequenos quando escolhemos esse nome. Nós três fazíamos tantas travessuras juntos que nossos pais resolveram nos matricular em um colégio interno, mas só durou dois anos e meio, pois fomos expulsos por colocarmos fogo no