— Agnes. — chamo — Agnes.Um instante depois ela está no quarto. Ela olha ao redor e nota a bagunça de lençóis e travesseiros espalhados pelo chão, mas não fala nada.— Você tem falado com o Nick? — pergunto antes que ela possa falar alguma coisa.— Não desde que ele saiu de viagem. — viro o rosto para o outro lado, soltando o ar com força — Algum problema, Ellen?— Não. Nenhum. — respondo azeda mesmo sem querer. Não é culpa da Agnes se o Nick está sendo um idiota do tamanho de um elefante. — Me desculpe Agnes, é que eu estou estressada.— Tudo bem. — ela me dá um sorriso conciliador, então olha novamente a bagunça — Eu vou dar um jeitinho aqui se não se importa.— Oh sim, claro. — apresso-me em sentar na minha cadeira — Eu vou dar uma saída.— Precisa que eu vá?— Não, eu chamo um táxi.Agnes me ajuda a vestir uma roupa rapidamente e eu saio assim que o táxi chega. Peço ao motorista que passeie pela orla da praia, sem rumo. Gostaria de ter um carro agora mesmo, para que eu pudesse es

De manhã, quando ligo o celular, há uma mensagem de um número desconhecido. Precisei vir à Nova Jersey pra cuidar de uns assuntos da empresa. Vou tentar voltar logo. Não há dúvidas de que é o Nick. Mas por que ele mandou uma mensagem de outro número? Talvez ele tenha deixado o antigo para negócios e esse para coisas pessoais ou algo assim. E por que só agora ele resolveu falar sobre Nova Jersey? Ele está lá desde sexta à noite. E que problema é esse da empresa que ele tem que resolver com a Ada? A falta de menção ao nome dela me faz ficar ainda mais de orelha em pé e com todos os pelos ouriçados.Depois de tomar banho e vestir uma roupinha bem leve, desço e encontro o Asher largado no sofá com uma tigela de cereal com leite. Agnes não fez panquecas hoje, mas repetimos a mesma coisa que ontem, só que sem a visita do Robert no meio do café da manhã. Quando ele vai embora, na promessa de me ligar assim que chegar em casa, eu ligo para o Nick para tirar satisfação sobre sua viagem e princ

Os olhos frios do Nick me penetram com raiva, atravessando o quarto de um lado para o outro. O clima está tenso, principalmente porque o Asher está ao meu lado sem camisa e sem a menor intenção de sair. Eu quase posso sentir sua raiva saindo do seu corpo e reverberando através de mim. E de certa forma consigo entender o motivo. Asher está quase nu, com os cabelos molhados e perto demais de mim. E eu não estou exatamente decente para estar na presença de um amigo apenas.Seu semblante duro compenetrado revela a mim os pensamentos que rondam sua mente, mesmo que ele tente esconder. A barba mais grossa do que eu estou acostumada a ver deixa seu rosto ainda mais sério e a ameaça em sua expressão muito mais eficiente. Nick não precisa me dizer, eu sei o que está passando pela sua cabeça. É como se eu pudesse ver de camarote uma versão recente de uma expressão parecida com a de uma experiência antiga. E quando ele abre a boca e decide falar alguma coisa, o Asher põe a mão no meu ombro. Ai,

Não tenho certeza se ele queria que eu escutasse o que ele disse por último. Ele fica todo tenso e pega a garrafa pra continuar bebendo.— Como assim replay? — pergunto ansiosa, querendo não ter entendido o que ele está insinuando.Ele dá um longo gole na boca da garrafa e eu realmente entendo o que ele quer dizer com replay. Lembro que ele me disse que quando estava noivo da Ada, ela não contou a ele que a mãe estava com câncer porque não queria que ele a visse como uma garotinha fraca, e isso a levou a se envolver com o Mike porque ele estava longe quando ela precisou dele. E agora ele acha que eu estou fazendo a mesma coisa. Ainda mais depois de ter chegado aqui ontem e ter encontrado o Asher.— Eu não sou ela, Nick. — digo me aproximando do tatame.— Não. Mas esse momento... o que você quer que eu pense?É claro que eu entendo o sentimento que deve estar dentro dele agora, principalmente estando aflorado pela bebida, mas não me agrada nadinha estar sendo mais uma vez comparada a e

— Acho que o seu namorado está certo. Você deveria pensar nisso. É uma ótima oportunidade, Ellen. Tanto de seguir seu sonho com o hipismo quanto de se formar em algo que te dê uma vida melhor no futuro. Não há nada que você queira fazer?— Quando eu era pequena pensava em ser veterinária.Camille dá uma freada brusca porque o cara à nossa frente não dá sinal de entrada. Ela põe a cabeça pra fora e o xinga.— Comprou a carteira de motorista, seu babaca imbecil? — ela mostra o dedo do meio pra ele quando o ultrapassa e depois volta sua atenção pra mim como se não tivesse ocorrido nada — Que ótimo, Ellen. É um curso incrível e não poderia ser melhor. Você pode fazer aquilo que gosta e ainda ter aulas particulares com um certo melhor amigo quando tiver dúvidas em alguma matéria. — ela mexe sugestivamente as suas sobrancelhas de um lado para o outro.— Não sei se isso seria tão ótimo assim. — digo com os lábios franzidos em desaprovação — Talvez o Nick esqueça essa ideia com a mesma veloci