Do outro lado da cidade, em um restaurante cuja especialidade era a cozinha italiana, em uma cabine de canto, isolada, reservada para pessoas muito importantes como seus pais, Liam estava tão infeliz quanto a mulher que ele beijara por impulso na sala de impressão no início da semana.Ainda bem que a semana havia acabado. Agora ele poderia beber até o estupor e esquecer toda a merda com Eden.Com tristeza, pegou sua entrada — uma sopa generosa — e repassou em sua mente o último confronto no escritório, irritado.Ele havia chamado Eden para conversar porque queria ser aberto e honesto com ela sobre seu relacionamento, mas no minuto em que ela ergueu as muralhas ao seu redor — as mesmas que ele levou mais de um mês para derrubar —, o longo pedido de desculpas que ele havia preparado voou pela janela."Querido, está tudo bem?", a voz de sua mãe interrompeu seus pensamentos, e Liam ergueu os olhos da sopa, assustado com a pergunta.Nada estava bem.Ele estava confuso demais com a mud

Eden nunca tinha ficado tão feliz em ver uma jarra de água gelada em sua vida.Ela a atacou no minuto em que todos se sentaram em sua sala VIP, seu corpo tremendo de alívio ao perceber que tinha conseguido evitar um desastre.Eden sabia que não podia continuar tendo esses encontros quase acidentais, pois sua sorte estaria fadada a acabar a qualquer momento. Era apenas uma questão de tempo até que Liam descobrisse sobre Aiden."Você estava com tanta pressa de se afastar dos Andersons. Há algum motivo para não querer jantar com seu chefe e a família dele?", Steve perguntou, interrompendo seus pensamentos em pânico, um olhar preocupado em seus olhos.Ela sequer tinha percebido a reação da filha. Estava ainda flutuando no ar, exultante com as toneladas de elogios que os Andersons fizeram sobre eles."Querida?", Steve tocou seu braço suavemente, tentando chamar sua atenção. "O que é? O Anderson Junior te tratou mal? Você não gosta dele?"Eden ficou boquiaberta com sua pergunta.Sim,

Perplexo com os últimos três minutos, Liam observou Eden sair correndo.Num segundo, ela estava chorando litros em seu peito, e, no segundo seguinte, balbuciava todo tipo de coisas estranhas sobre Laura.Ele olhou para a saída de emergência pela qual ela havia acabado de passar, debatendo se deveria segui-la ou não.Ela estava claramente perturbada, mas como sua pessoa menos favorita no mundo no momento, ele deveria apenas deixá-la em paz.Encolhendo os ombros largos, Liam se virou para o bar, onde uma garrafa de alguma coisa — conhaque, talvez uísque — com seu nome o esperava.Mas fez uma pausa quando o pânico se agitou na boca do estômago, ameaçando sufocá-lo."Puta que pariu", ele gemeu.Ela não faria aquilo.Mas vindo de Eden, tudo era possível, em especial no estado emocional em que ela se encontrava.Sem pensar duas vezes, Liam correu atrás dela, disparando pela saída de emergência e subindo as escadas.Quando chegou ao telhado, estava sem fôlego, e sua mente tinha acab

No minuto em que ficou sozinha de novo no telhado, Eden voltou a chorar. E chorou ainda mais forte do que antes, o vento uivante e o fluxo constante de carros dez andares abaixo abafando seus soluços.Ela tinha dito a Liam que queria ficar sozinha, mas a verdade é que ficaria feliz com a companhia dele, a qualquer momento do dia ou da noite, por causa desse sentimento de solidão que a corroía."Controle-se", Eden disse a si mesma. Mas não conseguiu. Ela não sabia como.Eden tinha vinte e seis anos e um filho. O divórcio dos pais não deveria afetá-la tanto. Mas afetava, e de uma maneira que ela nunca teria imaginado, ou jamais teria desejado a ninguém.Talvez tenha sido a rapidez de tudo ou a total aleatoriedade, mas o anúncio de seus pais devastou seu mundo além da medida e destruiu todas as ilusões que ela tinha sobre amor, relacionamentos e família.Sim, sua família era disfuncional, para dizer o mínimo. Mas havia uma sensação de segurança, de lar, de confiança nessa disfunção.

Liam estava em sua sala de estar, destruindo seus primos em uma rodada acalorada de F1 2020 quando seu chefe de segurança ligou.Ele pausou o jogo e pegou o telefone na mesa de centro."Cara, isso é um movimento idiota!", Matthew resmungou atrás dele."Seria se eu estivesse perdendo", Liam sorriu por cima do ombro. "Eu tenho que atender isso aqui.""Anderson", ele sussurrou ao telefone, dirigindo-se para o pátio."Senhor, o paraíso está em casa", disse James."Desculpa, paraíso o quê?", Liam perguntou, intrigado com o anúncio do outro homem."Paraíso", James murmurou. "Esse é o codinome da patroa. Já que o nome dela é Eden, que significa paraíso, os caras acham que é um ótimo codinome para ela. O que você acha?"Depois da longa noite que teve, Liam não estava com humor para a encenação do outro homem. Ele agarrou o telefone com força e respirou lentamente, contando até dez.Confiante de que podia falar sem estourar, dirigiu-se ao chefe da segurança outra vez. "James, já conver