A adaptação à vida sem ela tem sido um desafio. Eu me afundei no trabalho, mais ainda do que antes de conhecê-la. Eu assumi um projeto atrás do outro, viajei pelo mundo todo para me manter distraído, para que eu não pensasse nela. Coloquei toda a minha energia no meu relacionamento com a Sophie, e estava indo bem. Os dias se arrastam, e as noites são ainda mais longas quando eu deito na cama com a Sophie e o rosto de Shayla assombra minha mente, ou quando sonho com ela. Eu fico imaginando o que ela está fazendo, pelo menos umas dez vezes por dia. Sinto muita falta dela, do seu riso, da sua voz, do seu cheiro, da maneira como ela me olhava quando eu a irritava, e me pergunto se ela também sente minha falta ou mesmo se ela pensa em mim. Pelo menos umas dez vezes por dia eu fico tentado a ligar para ela.Um mês se passa, depois dois, depois três, mas o buraco que Shayla deixou na minha vida não parece estar desaparecendo."Querido?" Eu olho para Sophie, que sorri para mim com carinho. "Em

Eu gemo quando ouço o zumbido irritante e incessante do meu alarme. Nem me dou ao trabalho de levantar a cabeça que está enterrada debaixo do meu travesseiro. Levanto meu braço e o desligo na mesa de cabeceira. Aperto o botão de soneca e suspiro quando o silêncio recai sobre o quarto novamente. Levanto a cabeça, rolo na cama e fico de costas olhando para o teto branco. Honestamente, eu não tenho forças para mover um músculo. Não tenho dormido muito bem nos últimos dois meses; este novo trabalho está me desgastando até os ossos. Isso, e eu ainda estou tentando juntar os pedaços do meu coração partido. Já se passaram meses, três para ser exata, quando é que vai parar de doer? Pensei que já o tinha superado, mas não, eu ainda sinto a falta dele e estou farta disso. Estou cansada de pensar nele quando acordo, estou cansada ainda mais de pensar nele quando vou para a cama, quando tomo banho, quando tento comer. Tenho surtos emocionais no trabalho, num segundo, fico bem, e no segundo seguint

"Sophie é madura o suficiente para entender que são apenas negócios. Precisamos de seu talento na Cult, e eu posso providenciar para que sua anuidade na universidade seja coberta pela empresa". Ele me diz e provavelmente previu que eu recuaria quando abrisse a boca, então, ele levanta a mão. "Que você pode pagar de volta quando conseguir seu diploma", acrescenta ele, com um pequeno sorriso."Cole, eu não sei", eu sussurro, abaixando meu olhar, e ele passa seus dedos pelo meu queixo e levanta meu rosto para ele. "Vou pensar sobre isso"."Tenho um voo para Dubai amanhã à tarde para apresentar seu projeto. Se você decidir aceitar minha oferta, me encontre na pista de embarque às duas horas". Eu aceno.Cole mantém seus olhos nos meus: "por que você não me mostrou esse projeto?" Ele pergunta, apontando para a tela. Eu deixo cair meu olhar e encolho os ombros."Porque eu não achei que fosse bom o suficiente. Eu estava apenas brincando, tentando me familiarizar com o programa do computador, C

Ela veio.Quando olhei pela janela e vi aquele táxi e Shayla descer, meu coração bateu de emoção. Eu não posso mentir; eu estava preocupado que ela não aparecesse. Eram dez para as duas, e ela não tinha chegado. Eu tinha perdido toda a esperança até ver aquele táxi. Agora ela está aqui sentada à minha frente, aninhada no assento de couro, lendo um livro. Decolamos há quatro horas, e Dubai está a oito horas de Londres. Continuo espreitando-a sorrateiramente sobre meu ‘laptop’ em cima da mesa. Ou ela está muito absorvida no que está lendo ou é boa em fingir que está concentrada. Eu me inclino para trás no meu assento, mordo meu lábio e olho pela janela, observando o céu azul claro e as nuvens lá embaixo.Eu deixei minha mente divagar até a última vez que eu e ela estivemos neste jato voando para Nice. Eu daria tudo para voltar naquele dia e reviver toda aquela fuga com ela. Fiz algo um pouco insensato e não sei se conto ou como eu conto a ela sobre isso, sem estragar toda nossa viagem. O

"Regras?" Ela pergunta, e eu aceno, me encostando novamente, e ela faz o mesmo, ouvindo atentamente."Sim, as demonstrações públicas de afeto são proibidas quando você está em locais públicos. Se você é casada, você pode sair de mãos dadas, mas é só isso. Duas pessoas que não são casadas não podem se tocar em público ou compartilhar um quarto de hotel. Se você for pega quebrando as regras, você é presa, e pode pegar até um ano de prisão". Explico, e os olhos de Shayla se arregalaram."Um ano? Isso é um pouco extremo", ela murmura, abanando a cabeça. "É péssimo para aqueles que vivem como um casal, mas não são casados, imagine terem que ficar em quartos separados durante as férias", ela sorri.Sorrio acenando: "Dubai não é tão ruim quanto Abu Dhabi; é mais descontraído; eles não se importam desde que você não esteja fazendo sexo em público. Você pode fazer o que quiser na privacidade do seu quarto de hotel", eu explico, e Shayla acena com a cabeça, mordendo seu lábio inferior, com um so