— Não chore, Lizzie, — pediu, virando a cabeça e olhando para ela, pois odiava ver uma mulher chorar. — Pense que, será tudo diferente, eu juro que não tocarei em você , até que você permita. — ele se aproximou, segurando seu rosto e secando algumas lágrimas. — Venha comigo, vou te mostrar o seu quarto.
Lizzie fungou, segurando as emoções, que estavam a ponto de transbordar.
Não queria que Luan, a visse como frágil. Apertou os olhos e afastou as mãos dele.
Os dois seguiram pela sala e entraram em um corredor da grande mansão passando por três portas fechadas.
— O seu quarto será o último. — apontou para a porta. — Esse primeiro é o meu, contém uma pequena biblioteca, o segundo é o de hóspedes.
Lizzie prestou atenção em cada detalhe, mantendo se em silêncio ainda aérea com tudo que tinha lhe acontecido. Ela não podia culpa - lo por tentar ajuda - la, ele não havia feito nada para que pudesse ser tratado mal.
—Vou ficar aqui sozinha? — questionou, limpando o rosto.
— Sim, mas se precisar, estou aqui. — murmurou — Fale comigo, posso ouvir você.
Ela observou os olhos dele atentamente, percebendo a sinceridade naquele olhar, ele não havia mentido. Desde o primeiro instante procurou conhecê - la.
Passava - lhe uma segurança, pois demonstrava muita preocupação.
Lizzie sentiu emoção ao ouvir aquelas palavras, pois lembrou - se do momento mais feliz da sua vida, ao lado de sua mãe, uma lembrança esmagada por outras tão dolorosas.
Se aproximou dele e o abraçou forte.
Luan, não hesitou. Aquele abraço fez toda a amargura e a tensão presente se esvair, naquele momento, ele sentiu seu instinto protetor ser ativado, e a enlaçou mais forte ainda em seus braços, sentindo seu cheiro impregnar em sua roupa.
Uma das esposas dele, a terceira que havia chegado, pouco menos de dois anos ali, avistou os dois, abraçados e correu para avisar as outras.
— Preciso que esteja pronta à meia noite, para o jantar. Seguimos a regra ao pé da letra, e a ceia de natal é muito importante — exigiu desfazendo o abraço, e afastando dela que entrou no quarto.
Lizzie analisou o cômodo, o qual passaria o resto de sua vida ali. Tentou não chorar mais, e apenas pensar nas coisas boas que poderiam acontecer caso fosse bem recebida ali, mas, ânimo ela não tinha. Estava despedaçada por dentro, alimentando tristeza e raiva.
Retirou a roupa e entrou para o banheiro, fechando o box e ligando o chuveiro. Sentindo a água morna limpar não só o seu corpo, mas também a mente, de todos os pensamentos negativos. Prendeu a respiração por alguns segundos, tentando não lidar naquele momento com a traição de sua amiga e tia, ela não tinha em quem confiar e não se deixaria ser tão inocente assim, não mais. Precisava ser forte e saber lidar com sua nova situação.
Após o banho, voltou para o quarto enrolada no roupão branco. Pós se na frente do espelho analisando seu corpo e a marca das mãos do segurança, ninguém havia notado até então é já estava sumindo. Quando estava prestes a ficar nua, ouviu três batidas na porta. Sorriu de imediato, pois pelo menos ali, privacidade ela tinha. O que nunca teve em todos esses cinco anos.
— Entre! — falou enquanto secava os seus cabelos loiros.
Lizzie, analisou a mulher de cabelos escuros, com um pouco mais de 30 anos de idade. Se questionou por quantos anos, ela estaria vivendo aquela vida. O rosto apagado e ela parecia não ter uma alegria que a mantesse viva.
A mulher se aproximou dela, a olhando com desdém, e ela presumiu, que não era tão bem vinda assim na mansão. Pois alguém estava marcando território.
— Você é mesmo muito bonita, até mais do que eu imaginei, mas não terá vez aqui. Saiba, se por no seu lugar garota. Você não vai nos roubar o Luan. — alterou o tom de voz e deixou um vestido sobre a cama.
— Não estou aqui para roubar nada de ninguém, — afirmou Liz, a encarando.
— Essa é a roupa para hoje a noite
— resmungou a mulher deixando o quarto sem sequer continuar a discussão.
A jovem vestiu o vestido vermelho de estampa lisa, dois dedos acima do joelho, o que valorizou o seu corpo.
Calçou o scarpin preto e passou um gloss de cor nude.
Na mesa, Luan a apresentou como sua nova esposa, e disse que iriam comemorar o aniversário de Lizzie, as outras ficaram enciumadas, mas, não se opuseram a vontade dele, afinal eram apenas submissas sem opinião ali. Não poderiam questionar, sem que tivesse permissão.
— Lizzie, pedi que preparassem um bolo para você, — ele fala após terminarem a refeição.
Lizzie cortou o bolo, e serviu o primeiro pedaço para Luan, agradecendo por tudo que ele tinha feito por ela. Ela se levantou da mesa e aproximou se dele, dando lhe um abraço desajeitado. Luan, permaneceu sério, mas seus olhos ganharam um brilho especial.
As três que estavam sentada se surpreenderam com a interação dos dois, nenhuma delas podia ter contato físico com ele fora da cama, ou muito menos falar sem que ele pedisse.
— Não me agradeça, Lizzie. A partir de hoje sua vida terá muitas mudanças positivas. — afirmou.
Após a ceia e a comemoração todas foram para seus dormitórios, as três submissas se reuniram, no andar de cima onde ficava seus quartos para conversar sobre Lizzie.
— Que intimidade é aquela da vagabunda com Luan? — perguntou uma delas completamente irritada.
— Desnecessária! — afirmou outra.
— Como pode, ela acabou de chegar e já está ocupando um lugar melhor que o nosso!
— Ela vai cair rapidinho! Isso, é só coisa de momento. Luan nunca se apaixona querida.
— Mas você percebeu, né? Eles se abraçaram! Ele nunca nos abraçou daquele jeito amiga.
— Vamos nos unir nesse momento, para que ela saia daqui o mais rápido possível, temos que infernizar a vida dela. Ela me parece ser frágil, não resiste muita coisa.
— Acabo de ter uma ótima idéia! — contou a morena que visitou o quarto de Lizzie mais cedo.
As três começaram a rir sem parar e ninguém poderia imaginar a maldade que estava por vir.