Arquivo X encontra The Walking Dead nesta obra alucinante de suspense, terror e ficção científica. Seis jovens estão acampando numa floresta próxima à sua pequena cidade, quando presenciam a queda de uma nave alienígena. Movidos pela curiosidade, eles encontram o OVINI e exploram o seu interior, sem saber que ao retornar para a cidade, um deles estará carregando um perigoso parasita programado para se reproduzir a todo custo. Dimitri Bazanov faz parte de uma organização secreta que tem como um de seus intuitos desacreditar e acobertar qualquer evento ufológico, e cabe a ele cuidar da situação no município de Riacho da Serra, entretanto, o parasita se espalha com uma velocidade absurda, graças à violência perpetrada pelos infectados, que se movem exclusivamente com a vontade ferrenha de contaminar a todos em seu caminho. Riacho da Serra está com os dias contatos, e o mundo também.
Leer másA criatura olhava para o painel da nave verificando se todos os sistemas estavam operacionais. Tudo o que desejava era não ficar presa naquele sistema solar deprimente, de apenas um planeta habitado, e ainda mais por seres tão odiosos e pouco evoluídos. Para ele, qualquer civilização que não se credenciasse a fazer parte da Federação Universal, era digna de pena e indigna de receber a sua atenção.
“Seres asquerosos estes humanos. Com suas guerras que servem apenas para destruir a si mesmos e o planeta que deveriam cuidar e proteger. É repugnante.”
Seus olhos eram nada mais do que puro negrume, dois poços de escuridão que através das amplas janelas da nave miravam o belo planeta azul. Não tão belo quanto as luas verdes de Oxion, ou o grandioso Olho Dourado na Galáxia dos Esquecidos, mas era um belo planeta, uma joia valiosa entregue em mãos não merecedoras.
A criatura se levantou da cadeira frente ao painel de controles e caminhou para diante da janela panorâmica, contemplando a beleza da Terra. Seus quase três metros de altura, semi-refletidos no vidro, revelavam braços e pernas angulosos, de pele acinzentada e lisa. O rosto tinha formas ovais, com os olhos ocupando grande espaço, restando pouco para nariz e boca, uma pequena fenda quase indistinguível, que, ao longo de seu processo evolutivo, foi ficando cada vez menor na medida em que a telepatia se tornava mais comum para o seu povo.
Seu trabalho, cruzando o cosmo, era transportar um único item. Uma caixa cujo conteúdo ele não sabia dizer qual era, tampouco lhe importava saber. Só se preocupava em findar rapidamente aquela viagem através do universo e retornar para casa.
Distraído com a bela paisagem oferecida pelo planeta de bárbaros, não notou quando aquela coisa se instalou em sua mente, não até que o chiado ficasse alto o suficiente para chamar a sua atenção. Alarmado, ele olhou ao redor, tentando entender de onde vinha aquela frequência de comunicação que ferroava sua mente. Tentou fechá-la, tentou trancá-la usando o máximo de sua capacidade telepática, mas não pôde e o chiado só fazia crescer, lhe impedindo de raciocinar, mas quando se virou para o objeto que deveria transportar e proteger, a caixa selada sobre a mesa no centro da nave, o barulho parou por completo.
Tentativas de olhar para qualquer lugar que não fosse a caixa, resultavam em uma dor aguda e penetrante, que prometia exaurir a sua mente. Ele caminhou em direção ao objeto. Suas ordens eram claras, não poderia abrir a caixa sob nenhuma circunstância, e apenas por lembrar-se daquilo, outra onda de dor o assolou, fazendo-o afastar aquele pensamento e substituindo-o por uma necessidade enorme de tocar a caixa e abri-la.
A criatura estendeu seus três dedos longos e finos para o objeto. O toque de sua palma destravou todos os mecanismos de segurança e após um vapor esbranquiçado ser soprado para fora, a caixa se abriu por completo, revelando o conteúdo que se refletiu naqueles grandes olhos negros, que mal tiveram tempo para expressar qualquer pavor.
5 ANOS DEPOIS Carol estava sentada na cama, as pernas dobradas e a cabeça apoiada nos joelhos. Tinha acabado de acordar e ligado a TV. Estava atrasada para o trabalho, mas ficara hipnotizada com a matéria veiculada. “Hoje completam cinco anos desde a tragédia de Riacho da Serra.” – começou o âncora, antes do jogo de câmeras indicar que sua parceira teria a palavra. “O que mudou na legislação meia década após o evento fatídico que tirou a vida de cerca de vinte mil pessoas, varrendo do mapa uma cidade inteira, naquele que ficou conhecido como o maior desastre da história do país? Seguramente um dos maiores do mundo
A estrada era pura lama e foi graças à sorte e a potência do carro, que Rafael conseguiu conduzir o Rover morro acima.Após finalizar a penosa subida, chegando a uma área mais aberta, viram duas lanternas apontadas para eles, cavaletes de madeira bloqueavam o caminho. Rafael diminuiu a velocidade até parar quando percebeu que eram soldados do exército. -Não sei se devíamos parar – comentou Ailton voltando-se para Rafael. -Você não está vendo o tamanho daqueles fuzis? Esse carro não é a prova de balas – contrapôs Rafael. -Vocês acham que eles vão nos deixar passar? – perguntou Vanessa inclinando-se entre os bancos da frente.
Rafael desceu as escadas trazendo nos braços uma variedade de roupas suas e da mãe, seu pai carregava o notebook. Ambos de acordo que, apesar da aparente segurança do imóvel, o melhor era ficar de olho nas câmeras. Na sala, todos se voltaram para Luis Alberto, em silêncio. A memória do grupo ainda fresca pela cena protagonizada por ele e a esposa na casa de Caroline. -Com tudo que está acontecendo lá fora, eu fico feliz que vocês tenham conseguido chegar até aqui – começou Luis com sinceridade diante do grupo de aparência assustada –, eu sinto muito pelas pessoas que vocês perderam, nem consigo imaginar como estão se sentindo agora. O silêncio persi
Eles eram seis sombras que se misturavam a tantas outras naquela escura noite tempestuosa. Não havia tempo para lamentar os entes queridos deixados para trás, eles agora faziam parte do grupo dos malditos, dos infectados que pareciam servir apenas para transmitir aquele mal. Caroline perdera o pai e a mãe de uma só vez. Seu mundo se despedaçara por inteiro, e agora Rafael era o único apoio capaz de lhe manter ancorada àquela triste realidade. Vanessa, assim como os demais, foi poupada de ver o próprio pai e os amigos sendo infectados, mas ainda não tinha se recuperado de ver apenas a mãe saindo da casa de Carol, deixando o velho Adamastor para a morte ou coisa pior. Definitivamente coisa pior. Eles prosseguiam sem parar, mas calados, emudecidos pela dor e pelo medo de atrair mais daquelas criaturas.Era impensável e qu
Ele esvaziou o primeiro pente atirando contra os infectados que jorravam para fora do hospital. Nenhum tiro que não fosse na cabeça era efetivo contra eles e Dimitri tentou avisar o maior número possível de soldados, mas em meio ao caos dos gritos, do rugir das armas de fogo e da sinfonia da tempestade, pouco se podia ouvir. Já dentro do HB20S, ainda atirando pela janela após recarregar, Dimitri observava o general num esforço quase inútil de tentar organizar os seus homens, mas a resistência era quase nula, e todos os soldados que caíam e eram contaminados voltavam a se erguer quase de imediato, atacando os ex-companheiros em busca de transmitir aquele mal. Dimitri percebeu que o motorista procurava o seu olhar através do retrovisor.&nb
Depois que a equipe da doutora Fátima e os demais soldados do exército, bem como a polícia, finalmente deixaram a casa da família Santos, não tardou para que os vizinhos enxeridos, tão comuns em cidades pequenas como Riacho da Serra, surgissem batendo na porta, com suas máscaras de falsa preocupação sobrepostas às de absoluta curiosidade, mas Romeu praticamente expulsou todos eles de seu jardim, bateu a porta e voltou para a sala, onde a incerteza sobre o futuro ainda era a tônica. -Nós vamos simplesmente mentir sobre tudo? – perguntou Ailton. -Creio que seja o melhor a fazermos – respondeu Rafael de imediato –, vocês ouviram aquele tal de Dimitri. Nenhum de nós terá um futuro se não esquecermos essa histó
Último capítulo