Hoje está chovendo mais que ontem e rezo mentalmente para que Samuel se lembre do meu medo de trovões e me ofereça uma carona. Estamos um de frente para o outro e envio tantos avisos metais que ele parece me escutar.
- Quer me perguntar alguma coisa? – Ele me pergunta enquanto pega outra torrada.
- Por que? – Não quero ter que pedir. Não é ele quem me conhece tanto? Ele tem que me oferecer uma carona porque sabe que eu tenho medo.
- Você está inquieta e me mandando olhares esperançosos que estão me assustando. Se você quer me levar para a cama agora eu sinto te dizer que eu tenho uma reunião importante às oito e você vai ter que esperar até a noite.
– Ele fala se levantando. Droga. Ele não vai me oferecer carona nenhuma. Me ferrei.
- Que pena. – Falo agindo como se fosse realmente isso. Levanto e coloco meu prato na p