Enquanto dançavam a música foi mudando e ficando mais e mais forte e agitada e as pessoas começaram a espremer os dois na pista, forçando-os a sair.
Foram ao bar e ele pediu um mojito e ofereceu um para ela também, mas ficou com medo de ser muito forte e achou melhor um mais suave para ela provar.
_ O que é isso? - perguntou cheirando a bebida _ É forte?
_ Creio que para você qualquer bebida seja forte - ria com a cara dela cheirando a bebida que ele lhe oferecera _ Se não quiser não precisa beber.
_ Não, eu vou provar sim. Será mais uma novidade para mim - e começou a beber devagar para apreciar melhor _ Só não me deixe cair no chão... - ela ria com cara de sapeca.
_ Prometo que se cair, eu te seguro e te levo nos braços.
Deu um beijo rápido em sua boca e ficou observando enquanto ela se balançava no ritmo da música. Até dançando ela era charmosa e graciosa. Será que tinha algo que ela não fazia com graça?
"Bem que eu poderia levá-la comigo".
Pensou ele, mas não seria adequado fazer isso com ela, não sem fazer dela uma mulher comprometida.
"Casamento? Será que ele poderia fazer isso?"
_ Acho que sim - ele falou alto _ Eu poderia mesmo.
_ Que? Poderia o que? - ela perguntou, segurando o braço dele.
_ Nada, bobagem, não é importante. Vamos continuar nosso tour? - e pegou o copo de sua mão devolvendo ao bar.
Puxou seu braço e saíram da boate.
Quando já se aproximavam da saída, um grupo entrou no meio deles e ela se afastou sem perceber e foi andando sozinha na frente e ele viu quando um rapaz a parou e pegou em seu cabelo.
Lúcia se desviou e olhou em volta buscando por Aleck e quando olhou para trás e o viu, sentiu os braços do outro rapaz em sua cintura e tentou se desvencilhar mas não conseguiu e ele a apertou puxando-a para trás enquanto ela tentava tirar suas mãos de seu corpo, mas sem sucesso.
_ Tire as mãos dela.
Aleck puxou Lúcia com tanta força que o rapaz a soltou de imediato e já foi saindo rápido, vendo o olhar zangado dele.
_ Aleck... - ela falou um pouco mais alto para ele prestar atenção nela _ Meu pulso, você está me apertando.
Ele olhou para ela e percebeu que realmente estava apertando muito seu pulso.
_ Perdão. Não queria te machucar, apenas te ajudar a sair dessa situação - disse e soltou seu pulso, pegando sua mão com mais firmeza e indo para a saída _ Vamos de vez, perdi a vontade de ouvir barulho.
Ao entrar no carro ele não falava nada, apenas dirigia em direção a orla com a cara fechada e sisuda. Nem mesmo disse aonde ia.
_ Você está zangado? - ela perguntou baixinho sem olhar para ele.
_ Não - só disse isso. Também não olhou para ela.
Seguia pela orla e não sabia bem onde parar, até que decidiu ir para o lado mais deserto das praias. Seguiram em silêncio até que pararam no acostamento e ele desligou o carro. Virou-se para ela e pegou sua mão entre as suas.
_ Não gostei do que aconteceu na boate. Espero que isso não seja algo comum.
_ Não. Ao menos não comigo - ela olhou para ele e viu que estava mesmo aborrecido.
_ Acho que exagerei... Você está machucada? - passou os dedos por cima do pulso onde ela reclamara antes.
_ Não, tudo bem já passou. Desculpe estragar a noite, estava indo tão bem - ela suspirou.
_ Não foi sua culpa. Também não posso culpar o cara da boate, você realmente dá vontade de agarrar - ele falava mais perto.
Pegou seu rosto entre as mãos e a puxou para ele, depositando um beijo quente em sua boca. Ela correspondeu aos lábios másculos dele e enfiou a mão em seus cabelos, fazendo uma suave carícia em seu pescoço, chegando mais perto.
_ Que acha de voltarmos ao hotel agora?
_ Acho melhor não, já está tarde e melhor eu ir para meu cantinho. A gente pode se ver amanhã, já que ainda é domingo - ela suspirou forte.
_ Por que não fica comigo hoje a noite? - esperava que dissesse que sim.
_ Não, Aleck. Eu estou cansada, gostaria de ir embora agora se você não se importa.
_ Você se aborreceu com minha reação, foi isso?
"Será que ele tinha sido bruto e machucado seu pulso"
_ Não, estou bem mesmo, só cansada. Passamos o dia juntos, falamos muito e acho que já deu para você conhecer um pouco da cidade e também de mim não é? - ela passou um dedo por seu rosto _ Daqui a pouco deixo de ser novidade para você e pronto... Já era - deu um sorriso sem graça para ele, mostrando cansaço _ Vamos Aleck, por favor?
_ Está bem, mas só porque vejo que está mesmo precisando dormir - ligou o carro e foi em direção a casa dela. Parou em frente ao portão que fechava a vila _ Amanhã venho pegar você aqui de manhã cedo, quer dizer, daqui a pouco na verdade - olhou o relógio e viu que já era domingo, passava de duas horas e muito _ Está bem assim?
_ Sim. Você me liga antes e eu te espero aqui na frente. Vou indo, estou com sono.
_ Ok. Obrigado pelo dia agradável. Gostei muito de estar com você Lúcia _ pegou em seu rosto com delicadeza _ Quero mais amanhã...
Ela deu um sorriso doce...
_ Está bem Aleck, amanhã teremos mais o que conversar e ver também. Obrigada pelo dia, eu adorei tudo, até mesmo o fim de nossa noite - ela pegou em seu rosto também e falou baixinho _ Você me fez sentir especial. Obrigada!
Desceu do carro e foi para casa, mas ele não saiu de frente do portão enquanto ela não abriu a porta e entrou.
" Que loucura de dia" - pensou. " Não entendo porque me aborreci tanto na boate, ela não é nada minha"
Pensativo, ele acabou falando alto para si mesmo:
_ Mas bem que poderia ser muito mais.
Lúcia já estava preparada para deitar quando a campainha da porta tocou. Se assustou devido a hora, mas não abriu a porta, apenas perguntou quem era e ouviu a voz de João do lado de fora.
_ Sou eu Lúcia, preciso falar com você.
_ Mas agora? Não pode esperar pela manhã? - abriu só um pouco a porta, mas não tirou a corrente de segurança _ Já é tarde João.
_ Desculpe, queria ver se chegou bem e se precisa de algo?- olhava fixo para ela e tinha uma cara de aborrecido _ Você demorou muito na rua hoje.
_ Desculpe ser grosseira, mas o que você tem com isso?
_ Nada - apertou os olhos e falou mais devagar _ Apenas... Bem, pensei que você não era desse tipo de garota...
_ Que tipo João? - o que ele queria dizer?
_ Do tipo que se deita com um homem rico para poder ter o que quer.
Ele falou de modo amargo e deu um passo à frente na direção da porta.
_ Por favor, vá embora. Você me ofende dizendo isso e não sabe nada de minha vida para fazer tal comentário. Não lhe dou este direito só por sermos vizinhos de parede - foi fechando a porta quando ele colocou o pé no meio.
_ Lúcia... Só quero que você não seja uma qualquer e nem seja burra para cair na conversa desse russo. O que ele quer é apenas diversão sexual, só isso - agora falava com timbre mais grosseiro.
_ E o que você sabe sobre ele também? - forçou a porta contra o pé dele _ Por favor, tire o pé antes que eu o machuque, quero dormir.
João se retirou e ela fechou rápido a porta.
Ainda agitada pela visita esquisita, puxou uma cadeira e colocou encostada à porta. Qualquer coisa acordaria com o barulho.
Já tinha tido agito demais nesta noite e decididamente precisava muito dormir.
Caiu em sua cama, puxou o lençol por cima do corpo e rapidamente adormeceu, mas não sem antes sonhar com Aleck e os beijos dele...