A Figura na Janela
Lá estava ela: mais uma vez debruçada à janela... um olhar absorto, de quem vaga como quem divaga ao léu, para a comprida rua que caminha para além do horizonte...até se encontrar com o céu. Não, não se trata simplesmente de estar à toa na janela de sua casa. Não! É algo maior, para além do acaso... mais profundo, portanto. É a própria espera no afã de seus sonhos ocultos na magia daquela cena perfeita – como a pintura em que Salvador Dali retrata sua irmã – Ana Maria, perscrutando o mar ao fundo: A Figura na Janela. Perfeitas as duas imagens. Uma, aqui, em minha imaginação, em busca do real; a outra, acolá, na tela e na estética de um gênio da pintura surreal, mas ambas as mulheres