Estava eu sentado de frente para aquele homem, ele puxou uma gaveta e retirou um charuto, cortou a borda e acendeu, tudo em silêncio. Eu não estava entendendo muito. Ele relaxou na cadeira e disse:
— Sabe Sr. Ulisses, nós dois somos parecidos.
Ele virou para o lado e soltou a fumaça.
— O Sr. tem o que quer, a hora que quer, e é pago por isso. — Ele se levantou, abriu a persiana e mostrou do alto do prédio a cidad
Passei a madrugada inteira escrevendo, quando dei por mim já estava de manhã, eu havia escrito aproximadamente cento e cinquenta páginas de algo que eu nem sabia o que era. Precisava de um café. Assim que eu terminei de fazer, voltei a mesa e havia uma notificação no e-mail de Théo. Estranho! Pensei. “Olá Théo, <
Mais tarde naquela noite, eu não quis ir pra casa. Liguei pra Rick e ele estava saindo de um michê, o pedi pra me encontrar no Clemer. Estavam tocando um maldito brega, mas, pelo menos, estava servindo de inspiração para eu virar copos e mais copos de uísque, muita coisa me incomodava naquela noite. As ameaças de Enrico, a negação de Geovana e um sentimento estranho por Ingrid. Rick chegou no bar, se aproximou e estava com um cheiro absurdo de vagina.
Acordei cedo aquela manhã, fui até a casa do maldito e puto Marcel. Bati naquele velho e acabado portão de zinco. Ele me atendeu só de camiseta branca e short. Segurei firme no pescoço dele e o empurrei. — Você trabalha para o Enrico. Passou minhas informações pra ele. — Eu disse — Agora vai me dizer tudo sobre aquele cretino. Ele tentou reagir, eu cerrei o punho e o soquei com a mão esquerda e continuei a bater. — Chega, chega, chega…. — Ele disse — Eu falo.
Ela estava vestida com uma camisa branca e um macacão jeans, cabelos amarrados. — O que você está fazendo aqui?— Ela perguntou. — Pensei em trazer uma garrafa de vinho — Olhei pra garrafa e disse — Gran Corte 2012, não sei se é bom. Ela tomou a garrafa da minha mão. — Não acredito. — Ela disse — como você soube?
Ao acordar aquele dia, vi Ingrid olhando pra mim. Eu estava sem camisa e ela escorada no braço direito ao meu lado, passando levemente os dedos pelo meu tórax. Foi uma cena rara de se ver, eu sempre acordava primeiro que elas, sempre era eu quem ia e deixa apenas um bilhete. — Bom dia — Ela disse com um sorriso no rosto. — Bom dia! — Respondi procurando minha cigarreira. Ela se virou e debaixo do travesseiro dela, estava a minha cigarreira e o meu isqueiro. Ela tirou do
Acordei aquela manhã. Acordei no saguão. Acordei na minha sala. Acordei na reunião. Acordei no café. Estava apagando toda hora, a ressaca da noite anterior pegou pesado. Fui me curar depois do almoço, uma moça, acho que era assistente, não sei, ela deixou alguns papéis na minha mesa. Acho que era pra mim apenas assinar, e assim eu fiz. Passei a tarde toda assinando papéis. Que saco. Pensei! Dar aulas era menos entediante, mas eu não estava ali para gerenciar um banco. Eu estava ali pela moça de cabelos castanhos escuros, ondulados, lábios carnudos, magra, que usava o mesmo estilo de roupa
Eu jurava que seria uma mulher da mesma idade da Tereza, trinta e tantos. Mas não, era uma moça de vinte e poucos, com um batom extremamente pesado, era um vermelho carmim que manchava o refil do cigarro eletrônico que ela tragava. Usava um robe de cetim ¾ quase da mesma cor do batom, ela era loira, um loiro quente, cujos fios de cabelos bastante lisos iam até um pouco acima dos ombros, era um médio liso onde as madeixas da frente eram mais alongadas que as de trás, suas unhas estavam pintadas de café. Um rosto alongado, queixo fino. Olhos castanhos esverdeados. Ela era linda. Estava desc
Acordei vinte minutos atrasados naquele dia. Que se foda! Pensei. Eu não tinha motivos para ser o funcionário do mês, além disso, eu era o gerente daquele bordel que chamam de banco. Me levantei, acendi um cigarro calmamente andei até a minha varanda escorei no corrimão da minha varanda e fiquei ali tabaqueando, olhando Vitória da conquista do alto daquele prédio, eu já não sabia se era vício ou se realmente aquela cidade tinha um bom e doce odor de vagina. A manhã naquela cidade estava incrível, ensolarada, calma, mas, ao mesmo tempo, turbulenta. Via pessoas entrando e saindo do prédio em frente ao meu, carros em marcha lenta tentando manter a ordem na rotatória. Enquanto eu ali observava, estava pensando no